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from ZeAndarilho

Sobre Pacifismo, Limites dele e da Social Democracia

O que me fez escrever esse texto, e com um pouco de sorte voltar a escrever regularmente, coisa que eu fazia antes, foram alguns pensamentos que eu tive hoje e que me fizeram refletir um pouco, graças a algumas pessoas do fediverso e algumas coisas que elas escreveram, sobre diversas coisas , e eu decidi começar com alguns pensamentos sobre violência e pacifismo. Pacifismo seria a postura de rejeitar a violência em toda e qualquer situação, com o argumento de que não funciona, que sai do controle facilmente, que atrai mais consequências ruins do que positivas, seja qual for o seu objetivo e seja qual for a estrategia, seu plano pro futuro. isso está certo? depende da sua perspectiva ideológica.

Uma galera mais moderada ideologicamente acha que dá pra conseguir mudar o capitalismo de forma pacifica , sem melindrar pessoas cujo apoio é importante, num grande acordo nacional com o supremo com tudo, de forma a chegar num consenso, a classe alta, o trabalhador, os politicos, a extrema direita, de alguma forma levar o país pra a prosperidade dando um pouco pra um, outro pouco pra outro, muito pra alguns, e assim até um futuro onde a sociedade como um todo seja prospera e pacifica. Se sua ideia é só reformar a sociedade mais ou menos e não uma perspectiva revolucionaria , se você só quer ganhar um pouco de coisa pro seu grupo, mas não muita coisa , porque de forma geral você tá bem satisfeito com o que você tem, até sente pena de quem não é tão bem favorecido quanto você mas não o suficiente pra arriscar o seu pescoço ou, realmente, nada mesmo, então o pacifismo faz todo o sentido. você não quer escalar muito a situação, sua vida é boa, da sua família é boa, você tem um bom emprego, uma casa boa o suficiente , nem é muito de esquerda na verdade, você só gosta de uma ou outra figura de esquerda e gosta de como a simbologia comunista faz você se sentir radical. mas não o suficiente pra se dizer comunista ou querer o socialismo. então pra você defender pacifismo, as instituições e uma democracia liberal em moldes que os estados unidos aprovariam faz sentido, porque o modelo de sociedade que você quer tá quase aí, tá praticamente virando a esquina. basta mais algumas minorias aqui e ali, não muitas também pra não melindrar a classe alta, só o suficiente pra acalmar os integrantes dos grupos ativistas que você finge que gosta pra não ser cancelado mas na verdade abomina porque até eles são radicais demais pra o que você quer pra a sociedade. é o fim da historia afinal, o capitalismo venceu, fukuyama já disse. O problema com isso é que as partes envolvidas não são iguais, não tem o mesmo poder politico, econômico, não tem as mesmas ferramentas ideológicas. e num sistema onde recursos são limitados, e quem diz quais são os limites é o representante de uma classe, “farinha pouca meu pirão primeiro”. o trabalhador sempre vai perder, o capital sempre vai ganhar, os ricos e seus representantes vão garantir que isso não mude. e quem não gostar não pode fazer nada, porque o poder politico tá na mão deles. todo avanço que o povo consegue pode e vai ser tirado se a os capitalistas pressionarem pra isso, principalmente se o representante eleito não ligar muito de ceder as coisas. E aí você faz o que? senta e chora? também, mas as vezes a insatisfação popular se acumula e vira manifestações populares, que tem um poder de convencimento da classe governante porque já derrubaram governos antes. quem tá lá em cima tem medo de cair , então o povo pode aproveitar essas situações, entre outras possíveis, pra arrancar um pouco de dignidade das mãos gordurosas dos poderosos. “Mas zé, e violência, cadê a violência, você não ia falar de violência?” pois é, eu acho que a violência tem que ser um bisturi, tem que ser usada com cuidado e calculadamente. eu parto de um principio pensado por gente mais inteligente que eu que é : se rebelar é justo. toda a violência do oprimido é justificada, porque o opressor agride bem pior toda a população trabalhadora todos os dias. dito isso, não pode ser bagunça. tem que ter uma organização por trás, um planejamento. não pode dar uma arma na mão do cara, apontar pra a frente e falar “vai lá campeão”. as armas tem que estar sob o comando do partido, ou de orgãos do partido, pra agir calculadamente, e visando um objetivo. o partido deve controlar o exercito, a violência, e não o contrário. Pra mim nem toda ação violenta é válida , mas nem toda é inválida. depende da situação. as vezes é a unica opção que resta. mas tem que analisar caso a caso. Acho que uma das consequências da dominação americana por tanto tempo foi a naturalização de certas coisas, certos princípios do liberalismo americano que se alojaram no senso comum popular e são tidos como verdade absoluta. uma delas é que rico é gente. A democracia no modelo liberal não é a unica possível. na verdade nem democracia é, é ditadura da burguesia. democracia pro rico , ditadura pro pobre, direitos pro rico, violência pro pobre, quando devia ser o contrário, todos os direitos pro pobre, nenhum pro rico. quem devia apanhar da policia é o rico. quem devia ser perseguido é o rico, quem devia ter medo, e ter motivos pra ter medo , é o rico. e isso só se consegue com uma revolução, que inevitavelmente envolve violência, mas é principalmente contra o rico, então quem se importa? eles se importam quando a policia mata milhares todos os dias? não. então FODA SE. #PAS

 
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from Segunda Ficha

Um lugar para chamar de nosso

Cosmic radiation

Sejam muito bem vinda, bem vindo e bem vindes ao blog do Segunda Ficha. A ideia, é falar sobre jogos, falar sobre a nossa maravilhosa tag semanal, e claro, sem paywalls e I.A.

Vamos tentar formar uma comunidade gentil, acolhedora e diversa, em games? bora construir isso juntas e juntos?

É isso, pra um primeiro post! hahaha

Nos vemos por aí

 
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from Outras Coisas Mais

Eram aqueles “olhos de jabuticaba”, que nem mesmo todas as constelações da Via Láctea juntas conseguiam competir em brilho e esplendor.

Sentado em uma desconfortável cadeira de madeira rústica, com uma garrafa – não um copo – na mão e o controle remoto do televisor na outra, assistia a algum programa de plateia idiota, daqueles tão comuns nos canais abertos que não acrescentavam nada de útil – salvo exceções – à minha vida cotidiana.

Ouvi o telefone tocar (por incrível que pareça, ainda há quem use telefone fixo residencial) e levantei-me para atendê-lo. Não consigo imaginar uma melhor maneira de descrever a sensação de levantar daquela cadeira após horas sentado e descendo goela abaixo intensos goles de rum. Primeiramente foi de alívio, como quando se passa antisséptico em uma arranhão e se descobre que ele não arde. Em seguida veio o formigamento e o molejo. Não sentia as pernas e mal conseguia movê-las para sair do lugar. Mas o pior foi quando a sala de estar girou ao meu redor de forma muito semelhante a quando se está em um daqueles carrosséis dos antigos parques de diversões itinerantes (e assim entrego a minha idade). Com muita dificuldade e com uma dor de cabeça tão horrível que parecia haver uma rinha de galos dentro do meu crânio, caminhei até o telefone, tirei-o do gancho e arrastei um “alô” tão longo quanto só um bêbado poderia fazê-lo. Mais tarde, encontrava-me à porta da casa de Ana Carla, com meus trêmulos e longos dedos finos oscilando entre tocar ou não a campainha.

Ela sorriu e estendeu os braços para me envolver com seu calor e perfume.

“Você chegou cedo, ainda não me arrumei”, ela disse. Sua voz me envolvia em uma nuvem mística de prazeres e desejos proibidos. Era música aos meus ouvidos e alimento para a alma.

Ana Carla sempre teve o péssimo hábito de se arrumar depois do horário marcado para nos encontrarmos e também em demorar um pouco mais que uma hora para se sentir satisfeita com a imagem que via refletida no espelho. Não havia alternativa a não ser esperar. E eu sabia, a espera valeria a pena.

Perambulei pela sala observando os quadros que emolduravam clássicos pôsteres da década de 50. Terror e ficção-científica eram seus gêneros prediletos, assim como os meus. 'Creature from the Black Lagoon', 'Invasion of the Body Snatchers', 'The Fly', 'The Blob', 'The Thing from Another World', 'Gojira' [...], 'The Alligator People', 'The Disembodied', 'Curse of the Demon', 'My World Dies Screaming' e tantos outros. Na estante, dezenas de livros entre prosas, poemas, novelas, romances e ensaios. Era um verdadeiro paraíso para um amante de literatura e cinema de terror como eu. Os enfeites luminosos de cristais, a poltrona de vime e um pequeno porta-retratos de tamanho de um cartão de crédito, onde se podia ver uma fotografia desbotada. Ana Carla usava um longo vestido florido e um chapéu de palha enquanto cavalgava um cavalinho daqueles de parque nos quais se inserem moedas para poder passar cinco minutos balançando para frente e para trás. Seu característico sorriso denunciava a felicidade que sentia com a pequena travessura. Fazia alguns anos que havia vendido a minha Lomo que usei para registrar esse saudoso momento. Um calafrio percorreu minha espinha ao ver que ela guardava a fotografia. Tive vontade de pular e dar cambalhotas, abrir a janela e descer livre por oito andares até abraçar a calçada de concreto lá embaixo. Esbocei um leve sorriso...

“Estou pronta”, ela disse. Me virei para vê-la.

***

E lá estava ela, linda e sublime, com seus longos e ondulados cabelos negros. Sua pele alva e aquele sorriso encantador digno de um 'da Vinci'. E claro, aqueles “olhos de jabuticaba” que nem mesmo todas as constelações da Via Láctea juntas eram capazes de competir em brilho e esplendor. Ela era uma escultura de Michelangelo, uma prosa de Cervantes, um romance de Assis. Era a garota que tantas vezes me agraciou com seu vislumbre na escola, a quem eu observava e absorvia com os olhos. Aquela garota alegre e agitada que dançava livre e desengonçada pelo pátio durante o recreio. Graciosa e atrevida, inteligente e gentil, agressiva quando necessário. Sempre usando camiseta preta, calça jeans desbotada e um 'Chuck Taylor All-Stars' surrado.

Meu coração acelerou, era como se em minhas veias, ao invés de sangue, corresse eletricidade. Era como se... Como se eu tivesse voltado no tempo naquele exato momento em que a vi pela primeira vez. Uma nuvem de gafanhotos me devorava de dentro para fora e enquanto me rasgavam para sair, eu era colocado em uma gigante máquina de costura industrial para evitar que os insetos escapassem.

“Obrigada, Roberto. Se não fosse por você, eu estaria muito ferrada”, ela disse.

“Vamos?”, perguntei.

Descemos os oito andares sem trocar palavras enquanto os alto-falantes do elevador insistiam em tocar uma música polifônica chiclete, que tenho certeza, levei semanas para esquecer. O motorista já nos esperava à frente do prédio. Entramos no carro e o motorista deu a partida.

***

Enquanto seguíamos em direção ao nosso destino, as luzes da cidade transpassavam pelo vidro e acariciavam as faces de Ana. Neste momento, eu já a chamava apenas de Ana, sempre com um sorriso de canto e a alma bailante. Ana, música e poesia. Estava chovendo naquela noite e os semáforos, outdoors, painéis de neon, fachadas de lojas, faróis e tantas outras luzes, projetavam esplêndidas esferas de luz coloridas que desenhavam e destacavam cada magnífica e maravilhosa pequena imperfeição do rosto perfeito de Ana. Um paradoxo no qual eu me deleitava em observar.

“Quer ouvir algo?”, ela perguntou. “Motorista? Posso sintonizar o rádio?” Era típico dela, perguntas sem expectativas de resposta, seu modo particular de dizer “vou fazer” ou “estou fazendo”.

Faço promessas malucas Tão curtas quanto um sonho bom Se eu te escondo a verdade, baby É pra te proteger da solidão

Faz parte do meu show Faz parte do meu show, meu amor

E prosseguimos assim, por todo o caminho. Cada um em seu lado do assento de passageiros, as luzes da cidade projetando sombras e exaltando a graciosidade de Ana, e um quase silêncio quebrado apenas pelo motor do carro, os sons da vida noturna em uma capital e as músicas de Cazuza no rádio.

“Foi bom estar com você, filho da puta”, ela disse enquanto repousava a cabeça pro sobre meu ombro. E outra vez mais, minha alma bailou ao som da música que emanava em cada palavra pronunciada por ela.

***

“Acorde! Chegamos.”, eu disse. Ana abriu os olhos lentamente e sorriu.

“Mas já? Acho que devíamos pedir ao motorista para dar uma volta em torno do quarteirão. Quero aproveitar um pouco mais”, disse em tom travesso.

Se eu pudesse, faria exatamente o que ela me pediu. Ainda mais eu, que nunca soube dizer não para ela. Mas aquela era outra situação.

“Vamos! Desça. Está atrasada”.

Ela se levantou, mas não sem esboçar uma expressão de descontentamento e dengo. Olhou para frente e depois para mim. Então, ela sorriu.

“Obrigada. Amo você.”, ela disse.

Eu fiquei ali, observando-a subir os degraus que a levariam à Catedral. Lá dentro, todos a esperavam.

***

Duas semanas depois, ainda com a música do elevador ecoando em minha cabeça, encontrei Ana em uma cafeteria da cidade. Não a havia visto e por isso ela pôde fazer uma de suas brincadeiras preferidas, chegar sorrateiramente por trás de alguém, cobrir-lhe os olhos com as mãos e perguntar “Quem é?”. Como se fosse possível não saber. Sua voz, sua música, sua poesia eram inconfundíveis.

Virei-me e esforcei um sorriso. E lá estava ela, a garota que tantas vezes me agraciou com seu vislumbre na escola, a quem eu observava e absorvia com os olhos. E enquanto sorria e gesticulava alegremente ao falar, meus olhos poderiam ter visto no seu anelar esquerdo o brilho de um diamante. Mas eles não viram. Meus olhos só conseguiam ver o sorriso e o olhar de Ana, aqueles lindos “olhos de jabuticaba”.

Inspirado no meu poema original **Jabuticabas**.

 
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from Fure a bolha

Posição oficial do Partido Comunista da China. Elaboração e explicação dos três estágios do socialismo

#China #PRC #socialismo #socialismocaracteristicaschinesas #comunismo #plano #longoprazo

De https://lemmygrad.ml/post/230846

Índice

  1. Pensamento de Mao Zedong e Socialismo com Características Chinesas
    1. Tendências políticas na China
    2. Terceira era do socialismo chinês
    3. Estágios do Socialismo
      1. Estágio 0: Período de Construção Socialista
      2. Estágio Primário do Socialismo
      3. Estágio Intermediário do Socialismo
      4. Estágio Avançado/Final do Socialismo antes do Comunismo
      5. Comunismo
    4. Referências

Tendências políticas na China

De acordo com Xi Jinping e o atual consenso do Partido,1 a China hoje tem quatro amplas tendências políticas:

  1. “Ultra-esquerda”, que defende a era Mao e o Pensamento de Mao Zedong, mas rejeita a era Deng Xiaoping e o arcabouço teórico do Socialismo com Características Chinesas. Esta posição deve ser “profundamente reexaminada”.
  2. “Esquerda”, que defende as eras de Mao e Deng, o Pensamento de Mao Zedong e o Socialismo com Características Chinesas. Esta posição deve ser “fortemente promovida”.
  3. “Direita”, que rejeita Mao e o Pensamento de Mao Zedong, mas defende Deng Xiaoping e o Socialismo com Características Chinesas. Esta posição também deve ser “profundamente reexaminada”.
  4. “Ultra-direita”, que rejeita ambas as eras Mao e Deng, assim como o Pensamento de Mao Zedong e o Socialismo com Características Chinesas. Esta posição deve ser “firmemente oposta”.

Mao e Deng cometeram erros esquerdistas e direitistas, respectivamente. No entanto, suas contribuições ao socialismo chinês são imensas e devem ser abraçadas. De acordo com essa realidade, merecem tolerância crítica as posições “ultra-esquerda” e “direita” descritas acima. Já a “ultra-direita, que visa restaurar o capitalismo, é inaceitável.

Esta posição foi posta em prática na educação comum e nas escolas e disciplina do Partido. Um exemplo disso é o testemunho de ex-membros liberais expulsos do Partido:2

Alguém sempre perde em qualquer turbulência política. Na ascensão de Xi, é a elite de segunda geração, como Cai e suas famílias que foram forçados ao silêncio, esconderijo ou exílio, deixando Xi sem contestação no topo da pirâmide do Partido Comunista da China.

São pessoas que foram para Harvard ou Yale, que falam excelente inglês, e eles não gostam de Xi”.

Ele diz a combinação do Partido como um compromisso ideológico e como um veículo para promoção profissional deixou esse grupo de líderes chineses potenciais afastados.

“Essas pessoas estão vendo seu propósito destruído”, diz ele. “Xi Jinping não gosta daquele grupo de membros, ele gosta de verdadeiros adeptos porque ele é um verdadeiro adepto.” (grifo do autor)

Essencialmente, Xi Jinping focou em eliminar a corrupção que antes era difundida,3 bem como completamente desmantelar as redes da CIA dentro do Partido e do Estado.4 Ele também se dedicou a limpar o Partido do liberalismo, caçadores de currículo, niilismo histórico em relação à história do Partido e idolatria do Ocidente;5 todas essas condições infelizes que se desenvolveram durante a era Deng, sofrendo metástase durante as administrações de Jiang Zemin (e seu clique de Xangai) e Hu Jintao.

Terceira era do socialismo chinês

No entanto, em 2017 no 19º Congresso do Partido Comunista da China, foi declarada uma terceira era no socialismo chinês6 de acordo com a posição “esquerda” apresentada acima. Os objetivos principais desta era são afirmar a autoridade do Partido na economia para realizar as tarefas tecnológicas, sociais, culturais e econômicas necessárias para elevar completamente a China de uma economia de renda média e dependente de manufatura de baixa complexidade orientada a exportação para uma economia de renda alta,7 inovadora,8 e autônoma9 no período 2021-2035. Em outras palavras, a China quer grande manufatura de alta qualidade, alta tecnologia e alta complexidade em vez de desindustrializar, financeirizar e terceirizar como Estados Unidos e Grã-Bretanha.

Com a China provavelmente alcançando os níveis de desenvolvimento humano e PIB per capita de alguns países do sul da Europa até 2035, e muito possivelmente alcançando nesses termos aos países do oeste e norte da Europa até 2049, a China terá concluído o Estágio Primário do Socialismo e ascenderá ao Estágio Intermediário até 2049:

Do Estágio Primário do socialismo ao Intermediário e depois ao Avançado, a China está seguindo um processo de desenvolvimento de constante evolução e constante fortalecimento. Atualmente, na “segunda metade” do estágio primário do socialismo, a China já desenvolveu importantes características econômicas que são normalmente encontradas em uma entidade econômica avançada; por exemplo, crescimento impulsionado pela inovação, pós-industrialização, manufatura verde e energia verde; ao mesmo enfrentando os desafios do envelhecimento da população e da baixa fertilidade. Além disso, alcançou a modernização do setor de serviços, e a informatização e digitalização. Essas características refletem uma situação em que os fatores de desenvolvimento estão se tornando cada vez mais dominantes, enquanto os fatores de subdesenvolvimento diminuem.10

e também:

Agora parece que alcançaremos nossa meta de concluir a construção de uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos até 2021, ano em que o Partido Comunista da China comemora seu centenário. Até o 100º aniversário da estabelecimento da República Popular da China [2049], teremos alcançado nossa meta de transformar a China em um grande país socialista moderno que seja próspero, forte, democrático, culturalmente avançado, harmonioso e belo.

Após 2050, a China entrará no estágio intermediário do desenvolvimento socialista. O tema do desenvolvimento mudará de “prosperidade comum” para “desenvolvimento comum”, com duas missões históricas principais: (1) transformar a China em um país socialista altamente desenvolvido e moderno (ou seja, a meta do terceiro centenário) até 2078, o centenário da reforma e abertura da China; e (2) realizar o grande rejuvenescimento da nação chinesa até o fim do século.

O terceiro objetivo centenário da China pode ser descrito como uma mudança de “alcançar o desenvolvimento comum” para “tornar-se altamente desenvolvido”. O objetivo principal é transformar a China em um grande país socialista moderno que seja próspero, forte, democrático, culturalmente avançado, harmonioso e belo em todos os aspectos, para estabelecer uma base sólida com padrões mais elevados para permitir o grande rejuvenescimento da nação chinesa.11

Estágios do Socialismo

A melhor maneira de resumir os estágios de acordo com a linha teórica atual do Partido Comunista da China e a interpretação do professor Cheng Enfu:12

Elementos centrais do capitalismo, socialismo -- estágios primário,
intermediário e avançado -- e comunismo

Estágio 0: Período de Construção Socialista

  • Fundação da RPC (1949) até o fim da Grande Revolução Cultural Proletária e o período Boluan Fanzheng (1977)
  • Bloco das Quatro Classes, Nova Democracia
  • Ditadura Democrática Popular com Liderança Proletária
  • Construção das instituições básicas da RPC
  • Industrialização básica, urbanização e desenvolvimento de infraestrutura
  • Erradicação de privações graves, duplicação da expectativa de vida e outras conquistas

Oficialmente, esse período faz parte do estágio primário, mas geralmente é considerado como uma era separada.

Estágio Primário do Socialismo

  • Início da Reforma e Abertura (1978) até o 100º ano da fundação da RPC (2049)
    • Dividido em dois subestágios:
      • 1978-2020 Sociedade Moderadamente Próspera, erradicação da pobreza absoluta
      • 2021-2049 Prosperidade Moderna, erradicação da pobreza relativa e do subdesenvolvimento
  • Economia socialista de mercado
    • Propriedade pública (sob várias formas) primária; propriedade privada secundária.
    • Distribuição baseada no mercado de acordo com o trabalho primária; de acordo com o capital secundária
    • Economia de mercado dominada pelo Estado

Estágio Intermediário do Socialismo

  • Aniversário de 100 anos da RPC até o 'fim do século'.
    • Dividido em dois subestágios
      • 2050-2078 Altamente Desenvolvido, centenário da Reforma e Abertura
      • 2079-2100* Grande Rejuvenescimento da Nação Chinesa
  • Economia socialista de mercado 2.0 (ainda sem nome oficial)
    • Várias formas de propriedade social (estatal, cooperativa, sociedade anônima); nenhuma propriedade privada
    • Vários tipos de distribuição de mercadorias de acordo com o trabalho – semelhante à elaboração de Stalin13
    • Economia planejada dominada pelo Estado com ajustes secundários no mercado

Teóricos sugeriram pular o estágio 'intermediário' e, em vez disso, ter um 'estágio avançado' mais longo. Os desenvolvimentos teóricos só são fixados quando votados e aprovados em congressos e/ou adicionados à constituição do Partido.

Estágio Avançado/Final do Socialismo antes do Comunismo

  • 2100*–???
    • Não há especulação oficial sobre o ano exato, mas antes do final deste século
  • Economia Totalmente Socialista
    • Propriedade Pública Única por toda a sociedade
    • Distribuição baseada em produtos de acordo com o trabalho (superação/abolição da forma de commodity)
    • Economia Totalmente Planejada

Comunismo

  • Propriedade pública única por toda a sociedade
  • Distribuição baseada em produtos de acordo com a necessidade primária. Distribuição de acordo com o trabalho para novos produtos em menor oferta.
  • Economia totalmente planejada

Referências

Bagshaw, Eryk. 2021. ““Follow the Party forever’: What does it take to get into the Communist Party of China? The CCP is integral to life in China but getting in isn’t easy, and staying a member is a life’s work. What are the benefits? And who’s really in charge?” The Sydney Morning Herald. https://www.smh.com.au/world/asia/party-time-100-years-on-from-the-founding-of-the-ccp-who-runs-china-20210624-p5840p.html.
Dorfman, Zach. 2020. “China’s Secret War for U.S. Data Blew American Spies’ Cover: The discovery of U.S. spy networks in China fueled a decadelong global war over data between Beijing and Washington.” Foreign Policy Magazine. https://foreignpolicy.com/2020/12/21/china-stolen-us-data-exposed-cia-operatives-spy-networks.
Goldman, David P. 2021. “China’s Road to Socialist Modernization. Asia Times.” June 26, 2021. http://asiatimes.com/2021/06/china-is-first-out-of-the-gate-to-industry-4-0/.
Hu, Angang, Yilong Yan, Xiao Tang, and Shenglong Liu. 2021a. “China’s road to socialist modernization.” In 2050 China: Becoming a great modern socialist country, 1–19. Singapore: Springer Singapore. https://doi.org/10.1007/978-981-15-9833-3_1.
———. 2021b. “Conclusion: The Mission of the Communist Party of China.” In 2050 China: Becoming a Great Modern Socialist Country, 89–90. Singapore: Springer Singapore. https://doi.org/10.1007/978-981-15-9833-3_7.
International Manifesto Group. 2021. “State Capitalist or Market Socialist? The Social Character of the People’s Republic of China.” May 17, 2021. https://youtu.be/lr7fe-Cgcvo?t=2343.
Ip, Greg. 2021. “China Wants Manufacturing – Not the Internet –to Lead the Economy – WSJ. The Wall Street Journal.” August 4, 2021. https://archive.is/s7NUW.
Julia Hollingsworth, and Nectar Gan. 2021. “Xi Jinping only wants the most devoted Chinese Communist Party members. His tough membership rules could backfire.” CNN Worldwide. https://edition.cnn.com/2021/07/30/china/ccp-100-membership-xi-jinping-intl-hnk-dst/index.html.
Kressel, Henry. 2020. “Flexible high tech manufacturing is the future: Innovations in optics, robotics, chemistry and software to integrate the production process make onshore manufacturing economic.” https://asiatimes.com/2020/05/flexible-high-tech-manufacturing-is-the-future.
Liangyu, ed. 2017. “Socialism with Chinese Characteristics Enters New Era: Xi.” Xinhua. http://www.xinhuanet.com/english/2017-10/18/c_136688475.htm.
Stalin, Joseph. 1951. “Economic Problems of Socialism in the USSR. Marxists Internet Archive.” 1951. https://www.marxists.org/reference/archive/stalin/works/1951/economic-problems/index.htm.
SWCC Lectures, ed. 2021. “Mao Zedong Thought vs Socialism with Chinese Characteristics (Summary 107).” August 10, 2021. https://www.youtube.com/watch?v=LFDmtTIa6UI.
Wikipedia contributors. 2025. “Anti-Corruption Campaign under Xi Jinping –- Wikipedia, the Free Encyclopedia.” https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Anti-corruption_campaign_under_Xi_Jinping&oldid=1286022322.

Notas de Rodapé

1 (SWCC Lectures 2021)

2 (Bagshaw 2021)

3 (Wikipedia contributors 2025)

4 (Dorfman 2020)

5 (Julia Hollingsworth and Gan 2021)

6 (Liangyu 2017)

7 (Kressel 2020)

8 (Goldman 2021)

9 (Ip 2021)

10 (Hu et al. 2021a)

11 (Hu et al. 2021b)

12 (International Manifesto Group 2021)

13 (Stalin 1951)

 
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from Green Tape

24/04/2025

In the dynamic universe of IT, where data quality and agility are crucial attributes, there exists an often underestimated yet invaluable asset: trust. Within the virtual or physical walls of an IT team, trust is not just a pleasant feeling; it's the foundation upon which effective collaboration, innovation, and ultimately, organisational success are built. Just as a well-architected system depends on the integrity of its components, a team (only) thrives in an environment where trust flows freely among its members.

In this post, I want to explore the vital importance of this intangible asset within an IT team. I will analyse the costs generated by its absence, the competitive advantages of a team that trusts each other, and finally, present some practical strategies for fostering trust in the team's daily life.

The Cost of Lacking Trust

A lack of trust brings several significant costs to individuals, teams, and organisations. These costs can manifest in various ways, impacting efficiency, productivity, and the quality of relationships.

One of the primary costs of lacking trust is the increase in transaction costs. When trust evaporates from a team's environment, one of the first noticeable signs is the proliferation of formal rules and micromanagement. The absence of mutual belief in colleagues' integrity and competence leads to the need to formalise every step, every deliverable, every responsibility through formal records and excessively detailed processes. What should theoretically mitigate the risk of opportunistic behaviour, in practice, often results in slowness, red tape, and lack of agility.

Imagine a scenario where every line of code needs to be reviewed and approved by multiple levels, not for quality assurance, but due to an implicit distrust in the developer's ability. Or endless meetings to detail every micro-task, with exhaustive minutes and contingency plans, consuming precious time that could be dedicated to innovation and solving complex problems.

This culture of distrust not only raises transactional costs – the time spent on red tape, the need for legal consultations for contract drafting and review – but also imposes significant opportunity costs. Delivery speed decreases, the ability to adapt to market changes is compromised, and the spirit of collaboration and experimentation, fundamental for IT innovation, is severely hampered. Instead of an environment of partnership and shared responsibility, a climate of surveillance and self-protection sets in, where the team's energy is diverted from value creation to managing potential conflicts and failures.

Competitive Advantages of Trust

In contrast to the paralysing costs of distrust, a high-trust environment acts as a powerful catalyst, propelling the IT team to higher levels of performance and innovation.

Firstly, collaboration reaches a new level of effectiveness. When team members trust each other's skills and intentions, communication becomes more open and transparent. There is a greater willingness to share ideas, offer help, and work together to solve complex challenges.

Secondly, productivity experiences a significant increase. With trust established, the need for excessive controls and the atmosphere of fear diminishes. Professionals feel more autonomous and responsible for their deliverables, which naturally leads to greater engagement and efficiency. The energy previously consumed by red tape and concerns about potential punishments is redirected towards task execution and the pursuit of continuous improvement.

Trust also stimulates innovation by creating a safe environment for experimentation. When team members know they can take calculated risks and even fail without being unfairly punished, they feel more comfortable proposing new ideas and approaching problems in unconventional ways. This freedom to explore and learn from mistakes is fundamental for developing innovative solutions and maintaining competitiveness in the IT market, avoiding groupthink.

Another crucial benefit is the improved flow of knowledge. In a trusting environment, information circulates freely. Team members share their expertise, learnings, and best practices without fear of losing their value or being misinterpreted. This continuous flow of knowledge raises the competency level of the entire team and facilitates faster and more efficient resolution of complex problems.

Finally, trust intrinsically reduces internal conflicts. When there is a solid foundation of mutual respect and belief, differences of opinion tend to be handled more constructively. Instead of personal disputes and power games, the team focuses on finding the best solution to the problem at hand, strengthening bonds and group cohesion.

Strategies to Increase Trust

Trust within an IT team is an asset that strengthens over time through positive and consistent interactions. Although there might be an initial predisposition to trust in newly formed teams, its true robustness is built on shared experiences and the continuous demonstration of integrity and competence. For IT teams aiming for high performance and continuous innovation, investing in building trust is fundamental. Some effective strategies include:

1. Defining a Clear, Realistic, and Transparent Organisational Vision:

The first step in building trust is ensuring that all team members understand the organisation's or unit's purpose, its goals, and how each person's work contributes to this vision. Transparent communication about challenges and achievements, as well as expectations for the team, creates a sense of belonging and alignment, which are fundamental for mutual trust. When everyone knows where they are going and why, collaboration becomes more natural and focused.

2. Prioritising Face-to-Face Communication:

In an increasingly digital world, personal communication remains irreplaceable for building strong relationships. Encouraging face-to-face conversations, even brief ones, to discuss projects, challenges, and ideas, allows for the exchange of non-verbal nuances, strengthens the bond between team members, and facilitates the resolution of misunderstandings. Direct and open communication demonstrates respect and consideration, pillars of trust.

3. Encouraging Informal Communication:

Informal conversations, like those during a coffee break, happy hour, or lunch, play a crucial role in building personal bonds and creating a more relaxed and friendly work environment. These moments allow team members to get to know each other on a more personal level, building empathy and strengthening interpersonal trust.

4. Creating Moments for Relaxation and Group Fun:

Social activities and moments of relaxation outside the formal work environment are excellent opportunities to strengthen team spirit and build trust.

5. Selecting Members with Appropriate Behaviour and Removing Harmful Behaviours:

A team's trust can be easily undermined by individuals with selfish or opportunistic behaviours. It is crucial to select members who demonstrate integrity, respect, and a collaborative spirit. Likewise, it is fundamental to address and remove toxic behaviours that harm trust and team morale. Maintaining a healthy and positive work environment is essential for long-term trust building.

6. Implementing an Effective Evaluation and Feedback System:

A transparent and fair performance evaluation system, combined with regular and constructive feedback, is vital for building trust. When team members understand how their work is being evaluated and receive clear guidance for their development, they feel more secure and valued. Honest and timely feedback shows that leadership cares about each individual's growth and the team's overall success.

By consistently implementing these strategies, IT teams can build a solid foundation of trust, paving the way for more effective collaboration, greater productivity, innovation, and, consequently, organisational success.

Conclusion

In summary, trust reveals itself as a fundamental pillar in the architecture of high-performing IT teams. Its absence, as we explored, not only imposes tangible and intangible costs through the need for safeguards and the paralysis of innovation but also undermines the potential for collaboration and agility inherent in these teams.

On the other hand, cultivating an environment where trust flourishes unlocks a range of crucial competitive advantages. Improved collaboration, increased productivity driven by reduced controls and fear, stimulated innovation in a safe environment, optimised knowledge flow, and decreased internal conflicts are all fruits of a solid foundation of trust.

The path to building this foundation of trust, as we have seen, involves implementing conscious and consistent strategies. The clarity of the organisational vision, prioritisation of face-to-face and informal communication, creation of moments for relaxation, careful selection of members, and implementation of an effective evaluation and feedback system are essential elements in this process.

Ultimately, investing in trust is not just about creating a more pleasant work environment; it is a strategic decision that directly impacts the efficiency, innovation, and long-term success of IT teams and, by extension, the entire organisation. Trust, therefore, is not merely an intangible asset but the catalyst that drives superior team performance.

Personally, the topic of trust fascinates me. It's a vast field with direct implications for agility. This is definitely territory I intend to revisit and explore in more depth in future analyses here on Green Tape. Stay tuned!

References

 
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from Paulo Henrique Rodrigues Pinheiro

cena

As belas imagens hipnotizam. A natureza reina absoluta com o ser humano sendo mais um elemento ao invés de um agente destruidor. A busca incessante por alimento, as iniciantes trocas comerciais. A primeira impressão é que, da parte dos nativos, não existem modernidades, apenas o conhecimento ancestral de quem, aparentemente, esteve isolado por séculos.

Durante minha primeira imersão no documentário meu principal pensamento era sobre a possibilidade da expedição de Flaherty estar atrapalhando e atrasando as ações e viagens do grupo que estava sendo acompanhado. Mas depois da primeira conversa sobre a obra, ficou óbvio que não era bem assim.

Trenós aparentemente de madeira em um lugar em que não existem árvores, facas de osso, tiras de couro ao invés de cordas, alimentação restrita. Mas o próprio documentário mostra a visita do grupo a um comerciante. O isolamento já não é tão absoluto assim.

A equipe da expedição do diretor estar sempre pronta nas situações mais difíceis também dá uma leve dica de que estamos diante de algum tipo de encenação. O próprio protagonista da obra, pessoa muito aberta e nitidamente não isolado, sabe se portar muito bem perante a câmera.

Dito isso, as dificuldades da vida semi nômade, a caça, a pesca, e o deslocamento, a construção de abrigos temporários, a reutilização de abrigos temporários abandonados, tudo isso está lá, tudo isso está documentado.

Temos um ponto de partida para o conhecimento sobre essa cultura, essa sociedade.

Se o aprendizado não é necessariamente, e quase nunca, direto, linear, com aceleração constante, como uma fórmula newtoniana, esse documentário nos faz entrar na espiral inclinada, tridimensional, que, para mim, é a melhor representação do conhecer.

Avançar a conhecimentos desconhecidos, voltar a conhecimentos dados como certos, mas na realidade incompletos ou falsos, me parece ser a grande contribuição deste documentário.

Nanook, O Esquimó (Robert J. Flaherty, 1922, filme completo, PT/BR)

TAG: #documentário

 
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from Ler Todos os Mangás do Mundo

nonameNão costumo iniciar mangás em publicação sem que estejam bem estabelecidos. A última vez que fiz isso foi em Hunter's Guild: Red Hood, porém, não me arrependi tanto quanto este título.

Decidi iniciar depois de descobrir como o mundo do mangá funcionava. O sistema de poderes é baseado no nome que você recebe quando nasce, por exemplo: “Úrsula” tem o poder de virar um urso; “Ralf”, que em alguma língua significa “domador de cães”, consegue invocar cachorros, e por ai vai. Escolhi essa categoria pela quantidade absurda de poderes relacionados a animais, inclusive, acredito que poderia haver uma variedade maior. Achei a ideia muito boa, mas, como todo o resto, foi totalmente subaproveitado. O cancelamento veio após 14 capítulos, nenhum dos milhões de mistérios do mangá chegou a ser revelado de fato.

A cada capítulo, era relevado um novo conceito ou subtrama. Apesar da maioria com potencial, não dava tempo de desenvolvimento. Me sentia cada vez mais perdido com a enxurrada de novos plots aparecendo em cada página, parecendo estar em um carro desgovernado, sem rumo algum, chocar por chocar. Nisso, as premissas básicas e lógicas do universo foram se perdendo.

Um ponto positivo a se destacar é a qualidade do traço de MACHINE GAMU. As lutas conseguiram ficar bastante fluidas, com coreografias impecáveis. É alguém para se ficar de olho em títulos futuros.

Pelo menos, foram poucos capítulos. Mas, daqui pra frente, vou tomar ainda mais cuidado para escolher obras ainda em publicação para ler.

 
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from Paulo Henrique Rodrigues Pinheiro

cartaz

Já no começo, muito rapidamente, vemos o poder em vigorosa opressão, por exemplo, quando o senhor que está assistindo ao desfile é hostilizado por um policial, e, especialmente, a banca de jurados burguesa, branca. Tudo rápido, sutil, mas registrado.

Isso já nos abre uma percepção de que estamos num documentário muito além do registro das atividades e do cotidiano. Nos abre atenção aos detalhes, que nos abrem a uma percepção crítica.

O narrador profissional, interpretando o depoimento de um dos fundadores da escola de samba, Antônio Fernandes da Silveira, o China, me pareceu passar uma maior dinamicidade à obra, que não acredito seria alcançada pela simples intercalação de imagens ou apenas da fala do Sr. China com as imagens selecionadas.

Somos apresentados não só à preparação do desfile, mas também a algumas passagens pessoais de integrantes da escola, em seus cotidianos.

Muito anos depois, é fantástica a atualidade do documentário, mesmo com o aparente controle das burguesias ilegais sobre o processo, sobre as escolas, o que vemos é uma espécie de equilíbrio militar de forças, impedindo uma real vitória de um dos lados.

Músicos, artistas plásticos, trabalhadores que se dedicam à construção do espetáculo, todos são um só corpo.

Mais uma vez, uma rápida passagem para nos chamar à reflexão: um negro em uma liteira carregada por brancos.

Por fim, uma diferença entre esse passado e o presente: se o morro era uma opção aos sem-casa, por conta de não precisarem pagar aluguel, hoje as milícias usufruem de seu provisório poder, encarecendo e dificultando mais a vida de nosso povo.

E do nada, temos uma música do espetáculo Opinião, que subverte o tom de “normalidade” desse documentário. E assim, apresentando o que pode ser tomado como apenas um documentário bem feito, clássico, “normal”, as sementes de um olhar crítico estão espalhadas por toda a obra.

https://www.thomazfarkas.com/filmes/nossa-escola-de-samba/

TAG: #documentário

 
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from Paulo Henrique Rodrigues Pinheiro

imagem

Os sons, seja música, seja os da natureza, unidos às imagens, transmitem tensão, contradição e coexistência (ou harmonia), entre o homem e a natureza, entre o homem indivíduo e o homem coletivizado.

A Natureza em seu esplendor e grandiosidade parece tentar sempre esmagar o ser humano, que também, não esqueçamos, é parte, ainda que transformadora, dela. Por sua vez, os seres humanos são apresentados em seus esforços para dominá-la, ou ao menos sobreviver.

A vila, um pequeno enclave numa das montanhas de uma cordilheira, mostra o humano coletivo (existe humano não coletivo?) transformando o ambiente, usando seus recursos, domesticando animais para sustentá-lo e servi-lo, nas mais duras condições climáticas.

O diretor nos mostra como essa pequena e solitária vila, não está isolada de toda a humanidade, quando apresenta o comboio que leva os rebanhos de carneiros e bovinos. A modernidade aparece na infraestrutura: a estrada e o túnel, reforçados pelos caminhões, carros e ônibus, que se rendem ao comércio e traslado ancestrais dos rebanhos.

Mesmo no momento em que o jovem casal está na festa (provavelmente na cerimônia) de casamento, são levados pela multidão, até mesmo no preparo. A noiva, triste, o noivo por vezes indiferente, por vezes sorrindo, é mostrado em uma sequência que nos dá a entender que ao menos ele terá duas faces em sua vida: o casamento, e a luta pela sobrevivência, contra a Natureza, seja na monotonia dos comboios, seja no divertido transporte de animais desgarrados, por terra, água e neve.

Até mesmo os cães nos apresentam um grau de contradição, com um sendo levado, protegido da chuva e do frio, junto a um cavaleiro; já outro, amarrado e caminhando na beira da estrada.

A festa, como mostrada, é da vila, não dos noivos…

O bailar da ceifa sincronizado, contrasta com o transporte da massa orgânica, em geral instável e montanha abaixo, num misto de controle e aceitação das circunstâncias. Em alguns momentos nos vemos juntos dos trabalhadores com a câmera muito perto e trêmula, mas no geral, apenas observadores.

Jovens, velhos, homens, mulheres, animais… As mulheres aparecem apenas na festa, ou nos preparativos.

O ciclo é construído e fechado nos lembrando da repetição das estações, dos afazeres, da vida. O diretor documenta de fato um viver humano, disfarçando sua manipulação, que se dá pela escolha dos atos, suas repetições, nos permitindo, ainda que limitadamente, um olhar mais amplo do normalmente um documentário nos dá.

https://www.youtube.com/watch?v=itHUgSGYW-o

TAG: #documentário

 
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from Fita Verde

24/04/2025

No dinâmico universo da TI, onde a qualidade dos dados e a agilidade são atributos cruciais, existe um ativo muitas vezes subestimado, mas de valor inestimável: a confiança. Dentro das paredes virtuais ou físicas de uma equipe de TI, a confiança não é apenas um sentimento agradável; é o alicerce sobre o qual se constroem a colaboração eficaz, a inovação e, em última análise, o sucesso da organização. Assim como um sistema bem arquitetado depende da integridade de seus componentes, uma equipe (só) prospera em um ambiente onde a confiança flui livremente entre seus membros.

Nesta postagem, quero explorar a importância vital desse ativo intangível dentro de uma equipe de TI. Analisarei os custos gerados pela sua ausência de confiança, as vantagens competitivas de um time que confia uns nos outros e, finalmente, apresentarei algumas estratégias práticas para fomentar a confiança no dia a dia da equipe.

O custo da falta de confiança

A falta de confiança acarreta diversos custos significativos para indivíduos, equipes e organizações. Estes custos podem se manifestar de várias formas, impactando a eficiência, a produtividade e a qualidade das relações.

Um dos custos primários da falta de confiança é o aumento dos custos de transação. Quando a confiança se esvai do ambiente de uma equipe, um dos primeiros sinais perceptíveis é a proliferação de regras formais e o microgerenciamento. A ausência da crença mútua na integridade e na competência dos colegas leva à necessidade de formalizar cada etapa, cada entrega, cada responsabilidade através de registros formais e processos excessivamente detalhados. O que, em teoria, deveria mitigar o risco de comportamento oportunista, na prática, frequentemente resulta em lentidão, burocracia (red tape) e um sufocamento da agilidade.

Imagine um cenário onde cada linha de código precisa ser revisada e aprovada por múltiplos níveis, não por uma questão de qualidade, mas por uma desconfiança implícita na capacidade do desenvolvedor. Ou então, reuniões intermináveis para detalhar cada micro-tarefa, com atas e planos de contingência exaustivos, consumindo um tempo precioso que poderia ser dedicado à inovação e à resolução de problemas complexos.

Essa cultura da desconfiança não apenas eleva os custos transacionais – o tempo gasto em burocracia (red tape), a necessidade de consultorias jurídicas para elaboração e revisão de contratos –, mas também impõe custos de oportunidade significativos. A velocidade de entrega diminui, a capacidade de adaptação a mudanças no mercado é comprometida e o espírito de colaboração e experimentação, fundamental para a inovação em TI, é severamente prejudicado. Em vez de um ambiente de parceria e responsabilidade compartilhada, instala-se um clima de vigilância e proteção individual, onde a energia da equipe é desviada da criação de valor para a gestão de potenciais conflitos e falhas.

Vantagens competitivas da confiança

Em contrapartida aos custos paralisantes da desconfiança, um ambiente de alta confiança age como um catalisador poderoso, impulsionando a equipe de TI a patamares superiores de desempenho e inovação.

Primeiramente, a colaboração atinge um novo nível de eficácia. Quando os membros da equipe confiam nas habilidades e nas intenções uns dos outros, a comunicação se torna mais aberta e transparente. Há uma maior disposição para compartilhar ideias, oferecer ajuda e trabalhar em conjunto na resolução de desafios complexos.

Em segundo lugar, a produtividade experimenta um aumento significativo. Com a confiança estabelecida, a necessidade de controles excessivos e a atmosfera de medo diminui. Os profissionais se sentem mais autônomos e responsáveis por suas entregas, o que naturalmente leva a um maior engajamento e eficiência. A energia que antes era consumida por red-tape e pela preocupação com possíveis punições é redirecionada para a execução das tarefas e para a busca de melhorias contínuas.

A confiança também estimula a inovação ao criar um ambiente seguro para a experimentação. Quando os membros da equipe sabem que podem correr riscos calculados e até mesmo falhar sem serem punidos injustamente, eles se sentem mais à vontade para propor novas ideias e abordar problemas de maneiras não convencionais. Essa liberdade para explorar e aprender com os erros é fundamental para o desenvolvimento de soluções inovadoras e para a manutenção da competitividade no mercado de TI, evitando groupthink.

Outro benefício crucial é a melhora no fluxo do conhecimento. Em um ambiente de confiança, a informação circula livremente. Os membros da equipe compartilham suas expertises, aprendizados e melhores práticas sem receios de perderem seu valor ou serem mal interpretados. Esse fluxo contínuo de conhecimento eleva o nível de competência de toda a equipe e facilita a resolução de problemas complexos de forma mais rápida e eficiente.

Finalmente, a confiança intrinsecamente reduz os conflitos internos. Quando há uma base sólida de respeito e crença mútua, as divergências de opinião tendem a ser tratadas de forma mais construtiva. Em vez de disputas pessoais e jogos de poder, a equipe se concentra em encontrar a melhor solução para o problema em questão, fortalecendo os laços e a coesão do grupo.

Estratégias para aumentar a confiança

A confiança dentro de uma equipe de TI é um ativo que se fortalece com o tempo e através de interações positivas e consistentes. Embora possa haver uma predisposição inicial à confiança em novas formações de equipe, sua verdadeira robustez é construída sobre experiências compartilhadas e a demonstração contínua de integridade e competência. Para equipes de TI que almejam alta performance e inovação contínua, investir na construção de confiança é fundamental. Algumas estratégias eficazes incluem:

1. Definição de uma Visão Organizacional Clara, Realista e Transparente:

O primeiro passo para construir confiança é garantir que todos os membros da equipe compreendam o propósito da organização ou unidade, seus objetivos e como o trabalho de cada um contribui para essa visão. Uma comunicação transparente sobre os desafios e as conquistas, bem como sobre as expectativas em relação à equipe, cria um senso de pertencimento e alinhamento, fundamentais para a confiança mútua. Quando todos sabem para onde estão indo e por que, a colaboração se torna mais natural e focada.

2. Priorização da Comunicação Face a Face:

Em um mundo cada vez mais digital, a comunicação pessoal continua sendo insubstituível para a construção de relacionamentos sólidos. Incentivar conversas presenciais, mesmo que breves, para discutir projetos, desafios e ideias, permite a troca de nuances não verbais, fortalece o vínculo entre os membros da equipe e facilita a resolução de mal-entendidos. A comunicação direta e aberta demonstra respeito e consideração, pilares da confiança.

3. Incentivo à Comunicação Informal:

As conversas informais, como aquelas que acontecem durante um papo de café, um happy hour ou um almoço, desempenham um papel crucial na construção de laços pessoais e na criação de um ambiente de trabalho mais descontraído e amigável. Esses momentos permitem que os membros da equipe se conheçam em um nível mais pessoal, construindo empatia e fortalecendo a confiança interpessoal.

4. Criação de Momentos para Descontração e Diversão em Grupo:

Atividades sociais e momentos de descontração fora do ambiente de trabalho formal são excelentes oportunidades para fortalecer o espírito de equipe e construir confiança.

5. Seleção de Membros com Comportamento Adequado e Remoção de Comportamentos Nocivos:

A confiança de uma equipe pode ser facilmente minada por indivíduos com comportamentos egoístas ou oportunistas. É crucial selecionar membros que demonstrem integridade, respeito e um espírito colaborativo. Da mesma forma, é fundamental abordar e remover comportamentos tóxicos que prejudicam a confiança e o moral da equipe. Manter um ambiente de trabalho saudável e positivo é essencial para a construção de confiança a longo prazo.

6. Implementação de um Sistema de Avaliação e Feedback Eficaz:

Um sistema de avaliação de desempenho transparente e justo, aliado a um feedback regular e construtivo, é vital para construir confiança. Quando os membros da equipe entendem como seu trabalho está sendo avaliado e recebem orientações claras para o seu desenvolvimento, eles se sentem mais seguros e valorizados. Um feedback honesto e oportuno demonstra que a liderança se importa com o crescimento de cada indivíduo e com o sucesso da equipe como um todo.

Ao implementar essas estratégias de forma consistente, as equipes de TI podem construir uma base sólida de confiança, pavimentando o caminho para uma colaboração mais eficaz, maior produtividade, inovação e, consequentemente, para o sucesso organizacional.

Conclusão

Em suma, a confiança se revela como um pilar fundamental na arquitetura de equipes de TI de alto desempenho. A sua ausência, como exploramos, não apenas impõe custos tangíveis e intangíveis através da necessidade de salvaguardas e da paralisia da inovação, mas também mina o potencial de colaboração e agilidade inerente a esses times.

Por outro lado, cultivar um ambiente onde a confiança floresce desbloqueia um leque de vantagens competitivas cruciais. A melhora na colaboração, o aumento da produtividade impulsionado pela redução de controles e do medo, o estímulo à inovação em um ambiente seguro, o fluxo otimizado do conhecimento e a diminuição dos conflitos internos são todos frutos de uma base sólida de confiança.

O caminho para construir essa base de confiança, como vimos, passa pela implementação de estratégias conscientes e consistentes. A clareza da visão organizacional, a priorização da comunicação face a face e informal, a criação de momentos de descontração, a seleção criteriosa de membros e a implementação de um sistema de avaliação e feedback eficaz são elementos essenciais nesse processo.

Em última análise, investir na confiança não é apenas uma questão de criar um ambiente de trabalho mais agradável; é uma decisão estratégica que impacta diretamente a eficiência, a inovação e o sucesso a longo prazo das equipes de TI e, por extensão, de toda a organização. A confiança, portanto, não é um mero ativo intangível, mas sim o catalisador que impulsiona o desempenho superior da equipe.

Particularmente, o tema da confiança me fascina. É um campo vasto, com implicações diretas na agilidade. Definitivamente, este é um território que pretendo revisitar e explorar com mais profundidade em futuras análises aqui no Fita Verde. Fiquem ligados!

Referências

 
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from Green Tape

07/04/2025

Introduction

The word “bureaucracy” often conjures images of endless stacks of paperwork, slow processes, and a general aversion to change. However, it's crucial to demystify the idea that bureaucracy is inherently bad. In this first post, I want to explore the concept of bureaucracy, differentiating between “red tape” (bureaucracy that hinders) and “green tape” (effective bureaucracy), and how the latter can serve as valuable institutional knowledge, propelling organisations towards their goals.

Red Tape vs. Green Tape

Bureaucracy is an administrative system grounded in formal rules and procedures. This formality, in theory, aims to ensure consistency, impartiality, and predictability in organisational processes, whether governmental or business-related. However, when these rules and procedures become excessive, complex, and unnecessary, bureaucracy evolves into what we call “red tape”—the excessive bureaucracy characterised by complex and unnecessary rules that impede efficiency and agility.

In contrast, researcher Leisha DeHart-Davis introduces us to the concept of “green tape,” which represents the positive and productive side of formalisation. Instead of being an obstacle, “green tape” acts as a facilitator. It provides structure for the smooth functioning of institutional processes.

In an organisational context, “green tape” manifests in rules and procedures that, while formal, are intrinsically effective and add real value. They don't exist just for the sake of existing, but rather to optimize processes, minimize risks, and ensure everyone is “on the same page.” It integrates knowledge into institutional procedures. Imagine a well-defined IT change management process: it involves clear steps for assessment, approval, and implementation, which ensures that changes are made in a controlled manner, preventing unexpected disruptions and potential security problems. This would be an example of “green tape” in action.

The major difference between “red tape” and “green tape” lies, therefore, in the impact and purpose of the rules. While “red tape” is characterised by unnecessary complexity, lack of clarity, and misalignment with organisational objectives, “green tape” is marked by clarity, conciseness, and strategic alignment. “Green tape” rules are easy to understand, easy to follow, and directly contribute to the smooth operation of the organisation.

Bureaucracy as Institutional Knowledge

The idea that bureaucracy, at its core, can be seen as a repository of institutional knowledge is fundamental. Each rule, each formal procedure, can be interpreted as the crystallisation of past learnings, of solutions that worked in specific contexts, and the formalisation of best practices identified over time. Think of a standard operating procedures (SOP) manual in a critical area: it represents the accumulated knowledge about how to perform tasks safely and efficiently. When well-developed and maintained, this “bureaucratic knowledge” becomes a valuable asset, ensuring the consistency and quality of operations.

Therefore, the analogy with knowledge is extremely pertinent, especially regarding its validity and applicability. Just as specific technical knowledge can become obsolete with the advancement of technology, a bureaucratic rule created in a particular context may lose its purpose or even become an obstacle when the scenario changes. In a dynamic and constantly evolving business environment, excessive rigidity of bureaucracy can hinder adaptation and innovation.

A rule created to solve a specific problem in a particular sector or to deal with an exception can, when applied indiscriminately across the entire organisation, generate inefficiency and frustration. An effective solution for a specific issue can have disastrous consequences when applied outside its original context. In IT, for example, a very restrictive security policy implemented to protect highly sensitive data can, if applied to all types of information and all users, impair collaboration and agility.

This issue of undue generalisation often stems from a lack of review and a superficial understanding of the original purpose of the rule. The pressure for uniformity can lead to the application of a “one-size-fits-all” approach to situations that demand more differentiated and flexible approaches.

Another common source of “red tape” is the lack of updating formal rules. The business environment, technology, and regulations are constantly changing. Rules that made sense at a certain point in time can become obsolete, inefficient, or even counterproductive over time. I see this in the adoption of digital procedures that retain actions that only made sense in the era of paper-based procedures, such as the Moving Term (a document that records the transition of a paper-based procedure to a different sector). Now, the digital system already records the movement of the procedure with date, hour, minute, and even seconds, lasting no need to add a Moving Term. The absence of periodic review and update mechanisms leads to the accumulation of outdated norms that only consume time and resources without adding value.

To transform bureaucracy from potential “red tape” into valuable “green tape,” it is essential to adopt it as living and dynamic institutional knowledge. This implies:

  • Contextualisation: Understanding the original purpose of each rule and its applicability in different organisational contexts.
  • Periodic Review: Establishing processes to regularly review and update formal rules, ensuring they remain relevant and effective.
  • Flexibility: Developing the ability to adapt or create new rules when necessary, rather than simply generalising existing ones.
  • Clear Communication: Ensuring that the purpose and application of rules are clearly communicated to all members of the organisation.

By adopting this perspective, bureaucracy can cease to be seen as a burden and become a strategic guide, incorporating the collective wisdom of the organisation in an adaptable and efficient manner.

Conclusion

Demystifying the negative view of bureaucracy, we realize that by adopting the principles of “green tape” and valuing rules and procedures as living institutional knowledge, organisations unlock significant potential. Instead of an obstacle, a well-structured and adaptable bureaucracy becomes an engine of efficiency, a pillar of compliance, and, fundamentally, a driving force for achieving organisational goals with greater security and assertiveness.

May the “green tape” be with you!

 
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from Green Tape

07/04/2025

The central idea behind this blog is to dive into the various concepts that underpin IT infrastructure management. I aim to create a space to share my reflections and learnings about this universe.

My experience from the MSc in Project Management at the University of Limerick and my recent experience as an IT infrastructure manager will certainly bring an interesting perspective to our conversations. The intention is to share this knowledge in a practical and accessible way, not with the aim of teaching, but rather to explore and make IT management an increasingly clear topic for everyone.

In this initial contact, the objective is to introduce the 'Green Tape' blog as a meeting point for anyone interested in IT infrastructure management, from the fundamentals to the latest developments. In future posts, I will dig deeper into topics such as the challenges of bureaucracy, governance framework models, various risk management strategies, the importance of management key indicators, and other subjects that I consider relevant.

I believe that the exchange of experiences and different viewpoints is what truly enriches the discussion. Therefore, please feel free to bring your questions, comments, and suggestions. The 'Green Tape' blog is a space built for enthusiasts of IT infrastructure management.

Stay connected for upcoming posts about the fascinating world of IT infrastructure management, and don't hesitate to participate actively!

Important: All content presented on this blog is my own work, with artificial intelligence review to optimise the clarity and quality of the posts.

 
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from Fita Verde

07/04/2025

Introdução

A palavra “burocracia” frequentemente evoca imagens de pilhas intermináveis de papéis, processos lentos e uma aversão geral à mudança. No entanto, é crucial desmistificar a ideia de que a burocracia é inerentemente ruim. Neste primeiro post, quero explorar o conceito de burocracia, diferenciando o “red tape” (burocracia que atrapalha) do “green tape” (burocracia eficaz) e como este último pode servir como um valioso conhecimento institucional, impulsionando as organizações em direção aos seus objetivos.

Red Tape vs. Green Tape

A burocracia é um sistema administrativo fundamentado em regras e procedimentos formais. Essa formalidade, em teoria, visa garantir a consistência, a imparcialidade e a previsibilidade nos processos organizacionais, sejam eles governamentais ou empresariais. No entanto, quando essas regras e procedimentos se tornam excessivos, complexos e desnecessários, a burocracia evolui para o que chamamos de “red tape”, a burocracia excessiva, caracterizada por regras complexas e desnecessárias que impedem a eficiência e a agilidade.

Embora o termo “red tape” não tenha um equivalente direto e único em português, a palavra “burocracia” frequentemente carrega essa conotação negativa em nosso idioma. Quando dizemos que algo é “burocrático demais”, geralmente estamos nos referindo à existência de processos lentos, complexos e com exigências exageradas.

Em contraposição, a pesquisadora Leisha DeHart-Davis nos presenteia com o conceito de “green tape”, que representa o lado positivo e produtivo da formalização. Em vez de ser um entrave, o “green tape” atua como um facilitador. Fornece estrutura para o bom andamento dos processos institucionais.

No contexto organizacional, o “green tape” se manifesta em regras e procedimentos que, embora formais, são intrinsecamente eficazes e agregam valor real. Eles não existem apenas por existir, mas sim para otimizar processos, minimizar riscos e garantir que todos estejam “na mesma página”. Ela integra conhecimento aos procedimentos institucionais. Imagine um processo de gestão de mudanças em TI bem definido: ele envolve etapas claras de avaliação, aprovação e implementação, o que garante que as mudanças sejam feitas de forma controlada, evitando interrupções inesperadas e potenciais problemas de segurança. Isso seria um exemplo de “green tape” em ação.

A grande diferença entre “red tape” e “green tape” reside, portanto, no impacto e na finalidade das regras. Enquanto o “red tape” se caracteriza pela complexidade desnecessária, pela falta de clareza e pelo desalinhamento com os objetivos organizacionais, o “green tape” é marcado pela clareza, concisão e alinhamento estratégico. As regras de “green tape” são fáceis de entender, de seguir e contribuem diretamente para o bom funcionamento da organização.

Burocracia como Conhecimento Institucional

A ideia de que a burocracia, em sua essência, pode ser vista como um repositório de conhecimento institucional é fundamental. Cada regra, cada procedimento formal, pode ser interpretado como a cristalização de aprendizados passados, de soluções que funcionaram em determinados contextos e da formalização de melhores práticas identificadas ao longo do tempo. Pense em um manual de procedimentos operacionais padrão (POPs) em uma área crítica: ele representa o conhecimento acumulado sobre como executar tarefas de maneira segura e eficiente. Quando bem elaborado e mantido, esse “conhecimento burocrático” se torna um ativo valioso, garantindo a consistência e a qualidade das operações.

Por isso, a analogia com o conhecimento é extremamente pertinente, especialmente no que diz respeito à sua validade e aplicabilidade. Assim como um conhecimento técnico específico pode se tornar obsoleto com o avanço da tecnologia, uma regra burocrática criada em um determinado contexto pode perder sua razão de ser ou até mesmo se tornar um obstáculo quando o cenário muda. Em um ambiente de negócios dinâmico e em constante evolução, a rigidez excessiva da burocracia pode impedir a adaptação e a inovação.

Uma regra criada para solucionar um problema pontual em um determinado setor ou para lidar com uma exceção pode, quando aplicada indiscriminadamente em toda a organização, gerar ineficiência e frustração. Uma solução eficaz para um problema específico pode ter consequências desastrosas quando aplicada fora do seu contexto original. Em TI, por exemplo, uma política de segurança muito restritiva implementada para proteger dados altamente sensíveis pode, se aplicada a todos os tipos de informação e a todos os usuários, prejudicar a colaboração e a agilidade.

Essa questão da generalização indevida muitas vezes decorre de uma falta de revisão e de um entendimento superficial do propósito original da regra. A pressão por uniformidade pode levar à aplicação de “tamanho único” para situações que demandam abordagens mais diferenciadas e flexíveis.

Outra fonte comum de “red tape” é a falta de atualização das regras formais. O ambiente de negócios, a tecnologia e as regulamentações estão em constante mudança. Regras que faziam sentido em um determinado momento podem se tornar obsoletas, ineficientes ou até mesmo contraproducentes com o tempo. Vejo isso na adoção de processos digitais que mantém ações que só faziam sentido na época dos processos físicos, como o “Termo de remessa”. Hora, o sistema digital já registra a movimentação do processo com data, hora, minuto e, até, segundos. A ausência de mecanismos de revisão e atualização periódica leva ao acúmulo de normas desatualizadas que apenas consomem tempo e recursos, sem agregar valor.

Para transformar a burocracia de um potencial “red tape” em um valioso “green tape”, é essencial adotá-la como um conhecimento institucional vivo e dinâmico. Isso implica em:

  • Contextualização: Entender o propósito original de cada regra e sua aplicabilidade nos diferentes contextos da organização.
  • Revisão Periódica: Estabelecer processos para revisar e atualizar as regras formais de forma regular, garantindo que elas permaneçam relevantes e eficazes.
  • Flexibilidade: Desenvolver a capacidade de adaptar ou criar novas regras quando necessário, em vez de simplesmente generalizar as existentes.
  • Comunicação Clara: Garantir que o propósito e a aplicação das regras sejam claramente comunicados a todos os membros da organização.

Ao adotar essa perspectiva, a burocracia pode deixar de ser vista como um fardo e se tornar um guia estratégico, incorporando a sabedoria coletiva da organização de forma adaptável e eficiente.

Conclusão

Desmistificando a visão negativa da burocracia, percebemos que, ao adotar os princípios do “green tape” e valorizar as regras e os procedimentos como conhecimento institucional vivo, as organizações desbloqueiam um potencial significativo. Em vez de um obstáculo, uma burocracia bem estruturada e adaptável torna-se um motor de eficiência, um pilar de conformidade e, fundamentalmente, uma força propulsora para alcançar os objetivos organizacionais com maior segurança e assertividade.

Que o “green tape” esteja com você!

 
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from Fita Verde

07/04/2025

A ideia central deste blog é investigar os diversos conceitos que permeiam a gestão de infraestrutura de TI. Desejo criar um espaço para compartilhar minhas reflexões e aprendizados sobre este universo.

Minha experiência no Mestrado em Gestão de Projetos pela Universidade de Limerick e a vivência recente como gestor de infraestrutura de TI certamente trarão uma perspectiva interessante para as nossas conversas. A intenção é compartilhar este conhecimento de forma prática e acessível, sem a intenção de ensinar, mas sim de explorar e tornar a gestão de TI um tema cada vez mais claro para todos.

Neste primeiro contato, o objetivo é apresentar o blog 'Green Tape' como um ponto de encontro para quem se interessa por gestão de infraestrutura de TI, desde os fundamentos até as novidades. Nos próximos posts, irei me aprofundar em temas como os desafios da burocracia, os modelos de frameworks de governança, as diversas estratégias de gestão de riscos, a importância dos indicadores gerenciais e outros assuntos que considero relevantes.

Acredito que a troca de experiências e diferentes pontos de vista é o que realmente enriquece a discussão. Portanto, sinta-se à vontade para trazer suas dúvidas, comentários e sugestões. O blog 'Green Tape' é um espaço construído para entusiastas da gestão de infraestrutura de TI.

Mantenha-se conectado(a) para os próximos posts sobre o fascinante mundo da gestão de infraestrutura de TI e não hesite em participar ativamente!

Importante: Todo o conteúdo apresentado neste blog é de minha autoria, com revisão de inteligência artificial para otimizar a clareza e a qualidade dos posts.

 
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