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from in.versos

Perdidamente Mergulho No mar profundo de Teus Olhos castanhos

Me afogo no doce sonho Do toque aveludado de teus lábios

Em pensamentos Exploro os caminhos traçados Que mapeiam tua pele clara

E no vislumbro do teu olhar Diante tua imagem

Eu, acólito da luxúria

Te faço Deusa

E lhe entrego estes versos Em devoção A tua divina beleza

 
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from in.versos

É noite E outra vez me perco Entre estas marés

Me embriago Na imensidão Na brisa suave deste mar castanho

Estas joias enigmáticas Este olhar que tanto amo

 
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from in.versos

Quem é ela? Esta mulher cujo olhar Faz minha alma bailar

Quem é ela? Esta cujos lábios Recitam poesia mesmo em silêncio

Quem é ela? Dama da pele alva Cujos traços remetem ao desejo

Que é ela? Cuja existência é sacra

Ela é pois, Aquela que habita os sonhos Que traz consigo a brisa do desejo

Aquela que, Com teu sorriso memorável E teus gestos singelos Inspiram estes e tantos outros versos

Ela é menina e mulher Ela é mulher e deusa

Ela é amor e paixão Proibição e desejo

Ela é

Assim, Fada Azul Deusa Fada

Encanto sem fim

 
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from Quadrinistas Uni-vos

No dia 23 de julho lançamos, em nosso blogo e aqui no perfil do Instagram, em conjunto com a FEPAL e o comitê árabe-brasileiro de solidariedade do Paraná, manifestação dirigida à organização da Bienal de Quadrinhos de Curitiba questionando se a vinda de Rutu Modan seria mesmo a melhor ideia, por tratar-se de figura israelense com posições chanceladas pela por Israel, justamente no momento histórico em que vivemos o primeiro genocídio televisionado da história, na Palestina (Gaza), e frente ao qual não cabe apoio tácito pelo silêncio.

Esta manifestação política motivou uma série de ações e discussões que proporcionaram um processo com olhar mais cuidadoso para a questão por parte da organização do evento. Inicialmente, pouco tempo após a manifestação de 23 de julho, a organização se posicionou em nota nas redes sociais (26 de julho), colocando-se abertamente contra o genocídio do povo palestino. Em seguida, o coletivo Quadrinistas Uni-vos foi convidado a participar de uma mesa de diálogo com a organização da Bienal, a FEPAL e o comitê de solidariedade ao povo palestino, onde houve consenso para que o povo palestino ocupasse papel de protagonismo na Bienal e pudesse falar a todos presentes, seja sobre quadrinhos, seja sobre a situação de horror vivida na Palestina, num contraponto à mídia hegemônica brasileira, sócia do regime sionista na empreitada genocida em Gaza.

Essa postura da organização da Bienal, solícita e gentil, além de coerente, permitirá construir uma bienal em que a utopia de um mundo em que o futuro para todos – e, neste momento, especialmente para o povo palestino – seja possível, com paz e justiça, em lugar de um não-futuro de esquecimento e total aniquilação. Que desta Bienal de Curitiba emitamos força para a retomada da paz e da soberania do povo palestino sobre a sua Terra Santa.

Coletivo Quadrinistas, Uni-vos FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil Comitê Árabe brasileiro de Solidariedade – Paraná Comitê de Solidariedade à Palestina de Curitiba

 
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from Quadrinistas Uni-vos

No dia 12 de maio, em meio à mais recente ofensiva israelense sobre a Palestina, recebemos com surpresa o anúncio de que a Bienal de Quadrinhos de Curitiba traria Rutu Modan, autora israelense de quadrinhos.

Isso, por si só, já configuraria, no mínimo, uma insensibilidade com o momento. Afinal, são 195 países no mundo, 26 estados brasileiros, e a Bienal precisa convidar justamente uma quadrinista de nacionalidade de um país que está realizando um genocídio contra um povo inteiro? E, mais importante: uma quadrinista que não tem uma posição clara sobre isso?

Nos comentários em seu perfil do Instagram, o evento foi questionado, porém a resposta foi um silêncio retumbante. Nesse momento, em que Israel se aproxima de uma “solução final”, em que ativistas estrangeiros levando ajuda humanitária, incluindo um brasileiro, são sequestrados por Israel em águas internacionais, e que Gaza pode ser considerado o lugar mais faminto do mundo, a Bienal optou por ficar em silêncio. Seus organizadores só se manifestaram em suas redes privadas para chamar os protestos de “gritaria de internet”.

Vale ressaltar que, inicialmente, a organização da Bienal foi questionada somente quanto à posição da autora a respeito do genocídio palestino. Não houve insultos ao evento, não foi exigido que desconvidassem a autora – afinal, há israelenses que são vocalmente antissionistas. No entanto, esse não é o caso de Modan – ao contrário, as posições da artista corroboram ainda mais para o fato de que é uma insensatez trazê-la neste momento.

Que se destaque: se as pessoas precisam pesquisar se você é contra um genocídio, talvez você não esteja se posicionando o suficientemente contra ele. A postura da autora é dúbia, sendo difícil definir seu posicionamento através de suas redes sociais, por exemplo.

Como cidadãos da potência ocupante, é imprescindível que israelenses que são contra a ocupação usem sua voz e se posicionem de forma enfática contra o genocídio e o processo de colonização da palestina – até porque, caso não o façam, correm o risco de serem usados como propaganda de Israel, principalmente no caso de artistas.

Em mais de uma entrevista ela reclama do fato de sempre lhe perguntarem primeiro sobre sua posição política, em vez de sobre sua obra. Sejamos honestos: o único motivo pelo qual o cidadão de uma potência ocupante não sente a necessidade de falar sobre o que está acontecendo é porque não é sobre sua cabeça ou na de sua família que estão caindo bombas todos os dias.

Em entrevista ao site “The Comics Journal”, ela diz ser “contra a guerra”, mas que ainda assim “enxerga a complexidade da situação”. Em entrevista ao site brasileiro “O quadro e o risco”, ela afirma que “Pra mim, é interessante mostrar como enxergo a vida aqui. A melhor parte disso é não resolver as coisas, porém mostrar a complexidade delas.” (grifo nosso). No posfácio da edição brasileira da HQ “Túneis”, ela afirma que “a insistência em determinar quem começou nos faz voltar cinquenta setenta cem, seiscentos, 3 mil anos no tempo”, como se fosse uma guerra religiosa, coisa de “malucos” (termo que ela usa para se referir aos personagens “extremistas” de sua HQ no posfácio da edição original, aliás).

Na verdade, a questão não é “complexa”, não começou há 3 mil anos e não tem nada de “maluco”: trata-se de um processo de colonização, que existe porque Israel é uma potência ocupante e genocida desde 1947, ano da primeira Nakba.

No mesmo texto, Modan afirma sobre as “narrativas (..) usadas como justificativa por cada um dos lados para a aniquilação do outro”. Os palestinos não querem “aniquilar” ninguém. Querem, sim, o fim da ocupação e a chance de retornar às suas terras e viver uma vida digna. O único “lado” que tem um discurso de aniquilação é Israel.

A autora tenta claramente vender a ideia de que os dois lados seriam iguais e de que o estado de apartheid não existiria – e, com uma boa retórica, busca equiparar o Estado invasor e a população do território invadido. A ideia de que seriam “dois lados” que desejariam igualmente o extermínio um do outro ignora o fato de que, de um lado, há um Estado armado até os dentes – com mísseis, um forte aparato militar, apoio militar internacional e uma maioria de soldados treinados-, enquanto do outro há apenas um povo que é sistematicamente agredido, um povo cujo direito a viver na própria terra lhe é negado, mas que resiste.

Ressaltamos aqui que o direito à resistência armada de um povo sob o jugo do colonialismo é reconhecido e regulamentado pela resolução 38/17 da Assembleia Geral da ONU de 1983. Mas, mesmo essa resistência armada não pode ser comparada militarmente com o poderio isrelense. A realidade é que o que estamos vendo hoje tem nome e sobrenome: colonialismo e genocídio.

Vale lembrar, ainda, que o posfácio citado foi escrito em outubro em 2024, UM ANO após os ataques de 07 de outubro de 2023, época em que já haviam sido assassinados mais de 40 mil palestinos e Israel já havia jogado em gaza mais bombas do que os bombardeios da Segunda Guerra Mundial em Dresden, Hamburgo e Londres juntos. Ainda assim, a autora parece ter alergia à palavra “genocídio”, e insiste na narrativa de “guerra” e “dois lados que se odeiam”, como se bastassem ambos deixarem de lado suas “maluquices” e dar as mãos para, então, reinar a paz.

Rutu Modan pode não querer que israel acabe totalmente com a Palestina, mas suas colocações desumanizam o povo palestino e retiram dele o direito à resistência.

Daqui a alguns anos, algumas pessoas vão dizer “eu não sabia o que fazer”. Mas nós sabemos, os palestinos estão nos dizendo o que fazer: demonstrar solidariedade, isolar Israel, fazer parar o genocídio. Trata-se portanto, de outra questão: o que QUEREMOS fazer?

Não há possibilidade de silêncio frente ao genocídio do povo palestino. Por isso, deixamos aqui nosso repúdio a essas posições supostamente neutras da autora e, ainda, à postura do evento, que não faz jus ao tema deste ano, “Futuros possíveis”. Só há futuro para a Palestina com o fim do colonialismo e da matança feitos por Israel.

Seguimos na luta por uma Palestina livre, do rio ao mar.

Coletivo Quadrinistas, Uni-vos FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil Comitê Árabe brasileiro de Solidariedade – Paraná Comitê de Solidariedade à Palestina de Curitiba

 
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from ZeAndarilho

Sobre Pacifismo, Limites dele e da Social Democracia

O que me fez escrever esse texto, e com um pouco de sorte voltar a escrever regularmente, coisa que eu fazia antes, foram alguns pensamentos que eu tive hoje e que me fizeram refletir um pouco, graças a algumas pessoas do fediverso e algumas coisas que elas escreveram, sobre diversas coisas , e eu decidi começar com alguns pensamentos sobre violência e pacifismo. Pacifismo seria a postura de rejeitar a violência em toda e qualquer situação, com o argumento de que não funciona, que sai do controle facilmente, que atrai mais consequências ruins do que positivas, seja qual for o seu objetivo e seja qual for a estrategia, seu plano pro futuro. isso está certo? depende da sua perspectiva ideológica.

Uma galera mais moderada ideologicamente acha que dá pra conseguir mudar o capitalismo de forma pacifica , sem melindrar pessoas cujo apoio é importante, num grande acordo nacional com o supremo com tudo, de forma a chegar num consenso, a classe alta, o trabalhador, os politicos, a extrema direita, de alguma forma levar o país pra a prosperidade dando um pouco pra um, outro pouco pra outro, muito pra alguns, e assim até um futuro onde a sociedade como um todo seja prospera e pacifica. Se sua ideia é só reformar a sociedade mais ou menos e não uma perspectiva revolucionaria , se você só quer ganhar um pouco de coisa pro seu grupo, mas não muita coisa , porque de forma geral você tá bem satisfeito com o que você tem, até sente pena de quem não é tão bem favorecido quanto você mas não o suficiente pra arriscar o seu pescoço ou, realmente, nada mesmo, então o pacifismo faz todo o sentido. você não quer escalar muito a situação, sua vida é boa, da sua família é boa, você tem um bom emprego, uma casa boa o suficiente , nem é muito de esquerda na verdade, você só gosta de uma ou outra figura de esquerda e gosta de como a simbologia comunista faz você se sentir radical. mas não o suficiente pra se dizer comunista ou querer o socialismo. então pra você defender pacifismo, as instituições e uma democracia liberal em moldes que os estados unidos aprovariam faz sentido, porque o modelo de sociedade que você quer tá quase aí, tá praticamente virando a esquina. basta mais algumas minorias aqui e ali, não muitas também pra não melindrar a classe alta, só o suficiente pra acalmar os integrantes dos grupos ativistas que você finge que gosta pra não ser cancelado mas na verdade abomina porque até eles são radicais demais pra o que você quer pra a sociedade. é o fim da historia afinal, o capitalismo venceu, fukuyama já disse. O problema com isso é que as partes envolvidas não são iguais, não tem o mesmo poder politico, econômico, não tem as mesmas ferramentas ideológicas. e num sistema onde recursos são limitados, e quem diz quais são os limites é o representante de uma classe, “farinha pouca meu pirão primeiro”. o trabalhador sempre vai perder, o capital sempre vai ganhar, os ricos e seus representantes vão garantir que isso não mude. e quem não gostar não pode fazer nada, porque o poder politico tá na mão deles. todo avanço que o povo consegue pode e vai ser tirado se a os capitalistas pressionarem pra isso, principalmente se o representante eleito não ligar muito de ceder as coisas. E aí você faz o que? senta e chora? também, mas as vezes a insatisfação popular se acumula e vira manifestações populares, que tem um poder de convencimento da classe governante porque já derrubaram governos antes. quem tá lá em cima tem medo de cair , então o povo pode aproveitar essas situações, entre outras possíveis, pra arrancar um pouco de dignidade das mãos gordurosas dos poderosos. “Mas zé, e violência, cadê a violência, você não ia falar de violência?” pois é, eu acho que a violência tem que ser um bisturi, tem que ser usada com cuidado e calculadamente. eu parto de um principio pensado por gente mais inteligente que eu que é : se rebelar é justo. toda a violência do oprimido é justificada, porque o opressor agride bem pior toda a população trabalhadora todos os dias. dito isso, não pode ser bagunça. tem que ter uma organização por trás, um planejamento. não pode dar uma arma na mão do cara, apontar pra a frente e falar “vai lá campeão”. as armas tem que estar sob o comando do partido, ou de orgãos do partido, pra agir calculadamente, e visando um objetivo. o partido deve controlar o exercito, a violência, e não o contrário. Pra mim nem toda ação violenta é válida , mas nem toda é inválida. depende da situação. as vezes é a unica opção que resta. mas tem que analisar caso a caso. Acho que uma das consequências da dominação americana por tanto tempo foi a naturalização de certas coisas, certos princípios do liberalismo americano que se alojaram no senso comum popular e são tidos como verdade absoluta. uma delas é que rico é gente. A democracia no modelo liberal não é a unica possível. na verdade nem democracia é, é ditadura da burguesia. democracia pro rico , ditadura pro pobre, direitos pro rico, violência pro pobre, quando devia ser o contrário, todos os direitos pro pobre, nenhum pro rico. quem devia apanhar da policia é o rico. quem devia ser perseguido é o rico, quem devia ter medo, e ter motivos pra ter medo , é o rico. e isso só se consegue com uma revolução, que inevitavelmente envolve violência, mas é principalmente contra o rico, então quem se importa? eles se importam quando a policia mata milhares todos os dias? não. então FODA SE. #PAS

 
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from Segunda Ficha

Um lugar para chamar de nosso

Cosmic radiation

Sejam muito bem vinda, bem vindo e bem vindes ao blog do Segunda Ficha. A ideia, é falar sobre jogos, falar sobre a nossa maravilhosa tag semanal, e claro, sem paywalls e I.A.

Vamos tentar formar uma comunidade gentil, acolhedora e diversa, em games? bora construir isso juntas e juntos?

É isso, pra um primeiro post! hahaha

Nos vemos por aí

 
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from Outras Coisas Mais

Eram aqueles “olhos de jabuticaba”, que nem mesmo todas as constelações da Via Láctea juntas conseguiam competir em brilho e esplendor.

Sentado em uma desconfortável cadeira de madeira rústica, com uma garrafa – não um copo – na mão e o controle remoto do televisor na outra, assistia a algum programa de plateia idiota, daqueles tão comuns nos canais abertos que não acrescentavam nada de útil – salvo exceções – à minha vida cotidiana.

Ouvi o telefone tocar (por incrível que pareça, ainda há quem use telefone fixo residencial) e levantei-me para atendê-lo. Não consigo imaginar uma melhor maneira de descrever a sensação de levantar daquela cadeira após horas sentado e descendo goela abaixo intensos goles de rum. Primeiramente foi de alívio, como quando se passa antisséptico em uma arranhão e se descobre que ele não arde. Em seguida veio o formigamento e o molejo. Não sentia as pernas e mal conseguia movê-las para sair do lugar. Mas o pior foi quando a sala de estar girou ao meu redor de forma muito semelhante a quando se está em um daqueles carrosséis dos antigos parques de diversões itinerantes (e assim entrego a minha idade). Com muita dificuldade e com uma dor de cabeça tão horrível que parecia haver uma rinha de galos dentro do meu crânio, caminhei até o telefone, tirei-o do gancho e arrastei um “alô” tão longo quanto só um bêbado poderia fazê-lo. Mais tarde, encontrava-me à porta da casa de Ana Carla, com meus trêmulos e longos dedos finos oscilando entre tocar ou não a campainha.

Ela sorriu e estendeu os braços para me envolver com seu calor e perfume.

“Você chegou cedo, ainda não me arrumei”, ela disse. Sua voz me envolvia em uma nuvem mística de prazeres e desejos proibidos. Era música aos meus ouvidos e alimento para a alma.

Ana Carla sempre teve o péssimo hábito de se arrumar depois do horário marcado para nos encontrarmos e também em demorar um pouco mais que uma hora para se sentir satisfeita com a imagem que via refletida no espelho. Não havia alternativa a não ser esperar. E eu sabia, a espera valeria a pena.

Perambulei pela sala observando os quadros que emolduravam clássicos pôsteres da década de 50. Terror e ficção-científica eram seus gêneros prediletos, assim como os meus. 'Creature from the Black Lagoon', 'Invasion of the Body Snatchers', 'The Fly', 'The Blob', 'The Thing from Another World', 'Gojira' [...], 'The Alligator People', 'The Disembodied', 'Curse of the Demon', 'My World Dies Screaming' e tantos outros. Na estante, dezenas de livros entre prosas, poemas, novelas, romances e ensaios. Era um verdadeiro paraíso para um amante de literatura e cinema de terror como eu. Os enfeites luminosos de cristais, a poltrona de vime e um pequeno porta-retratos de tamanho de um cartão de crédito, onde se podia ver uma fotografia desbotada. Ana Carla usava um longo vestido florido e um chapéu de palha enquanto cavalgava um cavalinho daqueles de parque nos quais se inserem moedas para poder passar cinco minutos balançando para frente e para trás. Seu característico sorriso denunciava a felicidade que sentia com a pequena travessura. Fazia alguns anos que havia vendido a minha Lomo que usei para registrar esse saudoso momento. Um calafrio percorreu minha espinha ao ver que ela guardava a fotografia. Tive vontade de pular e dar cambalhotas, abrir a janela e descer livre por oito andares até abraçar a calçada de concreto lá embaixo. Esbocei um leve sorriso...

“Estou pronta”, ela disse. Me virei para vê-la.

***

E lá estava ela, linda e sublime, com seus longos e ondulados cabelos negros. Sua pele alva e aquele sorriso encantador digno de um 'da Vinci'. E claro, aqueles “olhos de jabuticaba” que nem mesmo todas as constelações da Via Láctea juntas eram capazes de competir em brilho e esplendor. Ela era uma escultura de Michelangelo, uma prosa de Cervantes, um romance de Assis. Era a garota que tantas vezes me agraciou com seu vislumbre na escola, a quem eu observava e absorvia com os olhos. Aquela garota alegre e agitada que dançava livre e desengonçada pelo pátio durante o recreio. Graciosa e atrevida, inteligente e gentil, agressiva quando necessário. Sempre usando camiseta preta, calça jeans desbotada e um 'Chuck Taylor All-Stars' surrado.

Meu coração acelerou, era como se em minhas veias, ao invés de sangue, corresse eletricidade. Era como se... Como se eu tivesse voltado no tempo naquele exato momento em que a vi pela primeira vez. Uma nuvem de gafanhotos me devorava de dentro para fora e enquanto me rasgavam para sair, eu era colocado em uma gigante máquina de costura industrial para evitar que os insetos escapassem.

“Obrigada, Roberto. Se não fosse por você, eu estaria muito ferrada”, ela disse.

“Vamos?”, perguntei.

Descemos os oito andares sem trocar palavras enquanto os alto-falantes do elevador insistiam em tocar uma música polifônica chiclete, que tenho certeza, levei semanas para esquecer. O motorista já nos esperava à frente do prédio. Entramos no carro e o motorista deu a partida.

***

Enquanto seguíamos em direção ao nosso destino, as luzes da cidade transpassavam pelo vidro e acariciavam as faces de Ana. Neste momento, eu já a chamava apenas de Ana, sempre com um sorriso de canto e a alma bailante. Ana, música e poesia. Estava chovendo naquela noite e os semáforos, outdoors, painéis de neon, fachadas de lojas, faróis e tantas outras luzes, projetavam esplêndidas esferas de luz coloridas que desenhavam e destacavam cada magnífica e maravilhosa pequena imperfeição do rosto perfeito de Ana. Um paradoxo no qual eu me deleitava em observar.

“Quer ouvir algo?”, ela perguntou. “Motorista? Posso sintonizar o rádio?” Era típico dela, perguntas sem expectativas de resposta, seu modo particular de dizer “vou fazer” ou “estou fazendo”.

Faço promessas malucas Tão curtas quanto um sonho bom Se eu te escondo a verdade, baby É pra te proteger da solidão

Faz parte do meu show Faz parte do meu show, meu amor

E prosseguimos assim, por todo o caminho. Cada um em seu lado do assento de passageiros, as luzes da cidade projetando sombras e exaltando a graciosidade de Ana, e um quase silêncio quebrado apenas pelo motor do carro, os sons da vida noturna em uma capital e as músicas de Cazuza no rádio.

“Foi bom estar com você, filho da puta”, ela disse enquanto repousava a cabeça pro sobre meu ombro. E outra vez mais, minha alma bailou ao som da música que emanava em cada palavra pronunciada por ela.

***

“Acorde! Chegamos.”, eu disse. Ana abriu os olhos lentamente e sorriu.

“Mas já? Acho que devíamos pedir ao motorista para dar uma volta em torno do quarteirão. Quero aproveitar um pouco mais”, disse em tom travesso.

Se eu pudesse, faria exatamente o que ela me pediu. Ainda mais eu, que nunca soube dizer não para ela. Mas aquela era outra situação.

“Vamos! Desça. Está atrasada”.

Ela se levantou, mas não sem esboçar uma expressão de descontentamento e dengo. Olhou para frente e depois para mim. Então, ela sorriu.

“Obrigada. Amo você.”, ela disse.

Eu fiquei ali, observando-a subir os degraus que a levariam à Catedral. Lá dentro, todos a esperavam.

***

Duas semanas depois, ainda com a música do elevador ecoando em minha cabeça, encontrei Ana em uma cafeteria da cidade. Não a havia visto e por isso ela pôde fazer uma de suas brincadeiras preferidas, chegar sorrateiramente por trás de alguém, cobrir-lhe os olhos com as mãos e perguntar “Quem é?”. Como se fosse possível não saber. Sua voz, sua música, sua poesia eram inconfundíveis.

Virei-me e esforcei um sorriso. E lá estava ela, a garota que tantas vezes me agraciou com seu vislumbre na escola, a quem eu observava e absorvia com os olhos. E enquanto sorria e gesticulava alegremente ao falar, meus olhos poderiam ter visto no seu anelar esquerdo o brilho de um diamante. Mas eles não viram. Meus olhos só conseguiam ver o sorriso e o olhar de Ana, aqueles lindos “olhos de jabuticaba”.

Inspirado no meu poema original **Jabuticabas**.

 
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from Outras Coisas Mais

Dias desses, conheci uma mulher que se apresentou como Puta. Digo “Puta” porque foi assim que ela pediu para ser chamada, com “P” maiúsculo mesmo. Ela afirmou que, naquele bar, não havia espaço para seu outro eu. O nome dela era Ágata, embora não fosse o verdadeiro. Passamos a noite tomando cerveja e conversando. Escrevi um poema para ela, e ela me mostrou alguns dos seus.

No fim da madrugada, enquanto o sol surgia a leste, tingindo o céu em nuances de lilás e dourado, trocamos números de telefone com o objetivo de nos conhecermos além das máscaras que nós, boêmios, poetas e vagabundos, costumamos usar ao se apresentar à “civilização”. Ao chegar em casa escrevi alguns versos inspirados na beleza cativante da forma e da alma daquela Puta. Quando percebi, dias depois, tinha um conto com uma estética muito parecida com a de “Lucíola”, de José de Alencar. Mas sem a soberba de Alencar e de obras como “A Dama das Camélias”, de Dumas Filho, em que a cortesã, ou melhor, a Puta, é sempre vista como indigna do amor, cuja única redenção possível é a morte.

Entretanto, o texto ia avançando à medida que eu e Ágata mantivemos contato, e a narrativa inevitavelmente se aproximou desse tema que eu queria evitar. Ela adoeceu, muito, e eu, apaixonado, me dispus a ajudar. Foi então que comecei a me perguntar até que ponto as narrativas de José de Alencar e de Dumas seguem o caminho que reflete o pensamento puritano e machista da época, e em que ponto, de fato, tal sina de dor e sofrimento, de rejeição e esquecimento, é comum à vida dessas mulheres.

A Puta que conheci estava com problemas respiratórios devido às madrugadas sem fim ao relento, assim como Lucíola e Marguerite. É triste ver que velhos preconceitos moldam a realidade de tal modo que tornam tais destinos os quase únicos viáveis para essas mulheres. A crença distorcida de que não merecem ser amadas (e me refiro a todo tipo de amor, não apenas ao amor romântico), cuidadas, que elas não são mulheres, “apenas Putas”, como Ágata bem quis enfatizar, faz dessa distorção uma verdade absoluta e universal. É como se, independente de seus esforços um poder sobrenatural as puxasse para essa existência de infortúnios. Mas não há nada de sobrenatural nesse poder. É um poder real, estrutural.

Ao mesmo tempo em que faço tal reflexão, caio na armadilha de que talvez eu pudesse ajudar. O mito patriarcal do “homem redentor”. É incrível como certas coisas se entrelaçam em nós. Apesar do senso crítico e da autocrítica, ainda imagino ela largando essa vida e arrumando outro emprego. Mas imagino isso por uma questão moralista ou por perceber a realidade indignante que essas mulheres vivem?

**Nota:** Já conheci e me relacionei com pessoas que eram acompanhantes e que faziam isso não por uma questão existencial, falta de oportunidades, família desajustada ou qualquer outro motivo complexo. Elas o faziam assim como alguém escolhe ser advogada, médica ou padeira. Eram pessoas felizes, saudáveis biopsicossocialmente, etc. Portanto, faço a ressalva de que o texto acima diz respeito àquelas pessoas (independente de gênero, identidade ou sexualidade) que permanecem nessas circunstâncias por fatores externos à sua vontade.

 
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from Fure a bolha

Posição oficial do Partido Comunista da China. Elaboração e explicação dos três estágios do socialismo.

#China #PRC #socialismo #socialismocaracteristicaschinesas #comunismo #plano #longoprazo

De https://lemmygrad.ml/post/230846

Índice

  1. Pensamento de Mao Zedong e Socialismo com Características Chinesas
    1. Tendências políticas na China
    2. Terceira era do socialismo chinês
    3. Estágios do Socialismo
      1. Estágio 0: Período de Construção Socialista
      2. Estágio Primário do Socialismo
      3. Estágio Intermediário do Socialismo
      4. Estágio Avançado/Final do Socialismo antes do Comunismo
      5. Comunismo
    4. Referências

Tendências políticas na China

De acordo com Xi Jinping e o atual consenso do Partido,1 a China hoje tem quatro amplas tendências políticas:

  1. “Ultra-esquerda”, que defende a era Mao e o Pensamento de Mao Zedong, mas rejeita a era Deng Xiaoping e o arcabouço teórico do Socialismo com Características Chinesas. Esta posição deve ser “profundamente reexaminada”.
  2. “Esquerda”, que defende as eras de Mao e Deng, o Pensamento de Mao Zedong e o Socialismo com Características Chinesas. Esta posição deve ser “fortemente promovida”.
  3. “Direita”, que rejeita Mao e o Pensamento de Mao Zedong, mas defende Deng Xiaoping e o Socialismo com Características Chinesas. Esta posição também deve ser “profundamente reexaminada”.
  4. “Ultra-direita”, que rejeita ambas as eras Mao e Deng, assim como o Pensamento de Mao Zedong e o Socialismo com Características Chinesas. Esta posição deve ser “firmemente oposta”.

Mao e Deng cometeram erros esquerdistas e direitistas, respectivamente. No entanto, suas contribuições ao socialismo chinês são imensas e devem ser abraçadas. De acordo com essa realidade, merecem tolerância crítica as posições “ultra-esquerda” e “direita” descritas acima. Já a “ultra-direita, que visa restaurar o capitalismo, é inaceitável.

Esta posição foi posta em prática na educação comum e nas escolas e disciplina do Partido. Um exemplo disso é o testemunho de ex-membros liberais expulsos do Partido:2

Alguém sempre perde em qualquer turbulência política. Na ascensão de Xi, é a elite de segunda geração, como Cai e suas famílias que foram forçados ao silêncio, esconderijo ou exílio, deixando Xi sem contestação no topo da pirâmide do Partido Comunista da China.

São pessoas que foram para Harvard ou Yale, que falam excelente inglês, e eles não gostam de Xi”.

Ele diz a combinação do Partido como um compromisso ideológico e como um veículo para promoção profissional deixou esse grupo de líderes chineses potenciais afastados.

“Essas pessoas estão vendo seu propósito destruído”, diz ele. “Xi Jinping não gosta daquele grupo de membros, ele gosta de verdadeiros adeptos porque ele é um verdadeiro adepto.” (grifo do autor)

Essencialmente, Xi Jinping focou em eliminar a corrupção que antes era difundida,3 bem como completamente desmantelar as redes da CIA dentro do Partido e do Estado.4 Ele também se dedicou a limpar o Partido do liberalismo; caçadores de currículo; niilismo histórico em relação à história do Partido; e idolatria do Ocidente,5 todas essas condições infelizes que se desenvolveram durante a era Deng, sofrendo metástase durante as administrações de Jiang Zemin (e seu clique de Xangai) e Hu Jintao.

Terceira era do socialismo chinês

No entanto, em 2017 no 19º Congresso do Partido Comunista da China, foi declarada uma terceira era no socialismo chinês6 de acordo com a posição “esquerda” apresentada acima. Os objetivos principais desta era são afirmar a autoridade do Partido na economia para realizar as tarefas tecnológicas, sociais, culturais e econômicas necessárias para elevar completamente a China de uma economia de renda média e dependente de manufatura de baixa complexidade orientada a exportação para uma economia de renda alta,7 inovadora,8 e autônoma9 no período 2021-2035. Em outras palavras, a China quer grande manufatura de alta qualidade, alta tecnologia e alta complexidade em vez de desindustrializar, financeirizar e terceirizar como Estados Unidos e Grã-Bretanha.

Com a China provavelmente alcançando os níveis de desenvolvimento humano e PIB per capita de alguns países do sul da Europa até 2035, e muito possivelmente alcançando nesses termos aos países do oeste e norte da Europa até 2049, a China terá concluído o Estágio Primário do Socialismo e ascenderá ao Estágio Intermediário até 2049:

Do Estágio Primário do socialismo ao Intermediário e depois ao Avançado, a China está seguindo um processo de desenvolvimento de constante evolução e constante fortalecimento. Atualmente, na “segunda metade” do estágio primário do socialismo, a China já desenvolveu importantes características econômicas que são normalmente encontradas em uma entidade econômica avançada; por exemplo, crescimento impulsionado pela inovação, pós-industrialização, manufatura verde e energia verde; ao mesmo enfrentando os desafios do envelhecimento da população e da baixa fertilidade. Além disso, alcançou a modernização do setor de serviços, e a informatização e digitalização. Essas características refletem uma situação em que os fatores de desenvolvimento estão se tornando cada vez mais dominantes, enquanto os fatores de subdesenvolvimento diminuem.10

e também:

Agora parece que alcançaremos nossa meta de concluir a construção de uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos até 2021, ano em que o Partido Comunista da China comemora seu centenário. Até o 100º aniversário da estabelecimento da República Popular da China [2049], teremos alcançado nossa meta de transformar a China em um grande país socialista moderno que seja próspero, forte, democrático, culturalmente avançado, harmonioso e belo.

Após 2050, a China entrará no estágio intermediário do desenvolvimento socialista. O tema do desenvolvimento mudará de “prosperidade comum” para “desenvolvimento comum”, com duas missões históricas principais: (1) transformar a China em um país socialista altamente desenvolvido e moderno (ou seja, a meta do terceiro centenário) até 2078, o centenário da reforma e abertura da China; e (2) realizar o grande rejuvenescimento da nação chinesa até o fim do século.

O terceiro objetivo centenário da China pode ser descrito como uma mudança de “alcançar o desenvolvimento comum” para “tornar-se altamente desenvolvido”. O objetivo principal é transformar a China em um grande país socialista moderno que seja próspero, forte, democrático, culturalmente avançado, harmonioso e belo em todos os aspectos, para estabelecer uma base sólida com padrões mais elevados para permitir o grande rejuvenescimento da nação chinesa.11

Estágios do Socialismo

A melhor maneira de resumir os estágios de acordo com a linha teórica atual do Partido Comunista da China e a interpretação do professor Cheng Enfu:12

Elementos centrais do capitalismo, socialismo -- estágios primário,
intermediário e avançado -- e comunismo

Estágio 0: Período de Construção Socialista

  • Fundação da RPC (1949) até o fim da Grande Revolução Cultural Proletária e o período Boluan Fanzheng (1977)
  • Bloco das Quatro Classes, Nova Democracia
  • Ditadura Democrática Popular com Liderança Proletária
  • Construção das instituições básicas da RPC
  • Industrialização básica, urbanização e desenvolvimento de infraestrutura
  • Erradicação de privações graves, duplicação da expectativa de vida e outras conquistas

Oficialmente, esse período faz parte do estágio primário, mas geralmente é considerado como uma era separada.

Estágio Primário do Socialismo

  • Início da Reforma e Abertura (1978) até o 100º ano da fundação da RPC (2049)
    • Dividido em dois subestágios:
      • 1978-2020 Sociedade Moderadamente Próspera, erradicação da pobreza absoluta
      • 2021-2049 Prosperidade Moderna, erradicação da pobreza relativa e do subdesenvolvimento
  • Economia socialista de mercado
    • Propriedade pública (sob várias formas) primária; propriedade privada secundária.
    • Distribuição baseada no mercado de acordo com o trabalho primária; de acordo com o capital secundária
    • Economia de mercado dominada pelo Estado

Estágio Intermediário do Socialismo

  • Aniversário de 100 anos da RPC até o 'fim do século'.
    • Dividido em dois subestágios
      • 2050-2078 Altamente Desenvolvido, centenário da Reforma e Abertura
      • 2079-2100* Grande Rejuvenescimento da Nação Chinesa
  • Economia socialista de mercado 2.0 (ainda sem nome oficial)
    • Várias formas de propriedade social (estatal, cooperativa, sociedade anônima); nenhuma propriedade privada
    • Vários tipos de distribuição de mercadorias de acordo com o trabalho – semelhante à elaboração de Stalin13
    • Economia planejada dominada pelo Estado com ajustes secundários no mercado

Teóricos sugeriram pular o estágio 'intermediário' e, em vez disso, ter um 'estágio avançado' mais longo. Os desenvolvimentos teóricos só são fixados quando votados e aprovados em congressos e/ou adicionados à constituição do Partido.

Estágio Avançado/Final do Socialismo antes do Comunismo

  • 2100*–???
    • Não há especulação oficial sobre o ano exato, mas antes do final deste século
  • Economia Totalmente Socialista
    • Propriedade Pública Única por toda a sociedade
    • Distribuição baseada em produtos de acordo com o trabalho (superação/abolição da forma de commodity)
    • Economia Totalmente Planejada

Comunismo

  • Propriedade pública única por toda a sociedade
  • Distribuição baseada em produtos de acordo com a necessidade primária. Distribuição de acordo com o trabalho para novos produtos em menor oferta.
  • Economia totalmente planejada

Referências

Bagshaw, Eryk. 2021. ““Follow the Party forever’: What does it take to get into the Communist Party of China? The CCP is integral to life in China but getting in isn’t easy, and staying a member is a life’s work. What are the benefits? And who’s really in charge?” The Sydney Morning Herald. https://www.smh.com.au/world/asia/party-time-100-years-on-from-the-founding-of-the-ccp-who-runs-china-20210624-p5840p.html.
Dorfman, Zach. 2020. “China’s Secret War for U.S. Data Blew American Spies’ Cover: The discovery of U.S. spy networks in China fueled a decadelong global war over data between Beijing and Washington.” Foreign Policy Magazine. https://foreignpolicy.com/2020/12/21/china-stolen-us-data-exposed-cia-operatives-spy-networks.
Goldman, David P. 2021. “China’s Road to Socialist Modernization. Asia Times.” June 26, 2021. http://asiatimes.com/2021/06/china-is-first-out-of-the-gate-to-industry-4-0/.
Hu, Angang, Yilong Yan, Xiao Tang, and Shenglong Liu. 2021a. “China’s road to socialist modernization.” In 2050 China: Becoming a great modern socialist country, 1–19. Singapore: Springer Singapore. https://doi.org/10.1007/978-981-15-9833-3_1.
———. 2021b. “Conclusion: The Mission of the Communist Party of China.” In 2050 China: Becoming a Great Modern Socialist Country, 89–90. Singapore: Springer Singapore. https://doi.org/10.1007/978-981-15-9833-3_7.
International Manifesto Group. 2021. “State Capitalist or Market Socialist? The Social Character of the People’s Republic of China.” May 17, 2021. https://youtu.be/lr7fe-Cgcvo?t=2343.
Ip, Greg. 2021. “China Wants Manufacturing – Not the Internet –to Lead the Economy – WSJ. The Wall Street Journal.” August 4, 2021. https://archive.is/s7NUW.
Julia Hollingsworth, and Nectar Gan. 2021. “Xi Jinping only wants the most devoted Chinese Communist Party members. His tough membership rules could backfire.” CNN Worldwide. https://edition.cnn.com/2021/07/30/china/ccp-100-membership-xi-jinping-intl-hnk-dst/index.html.
Kressel, Henry. 2020. “Flexible high tech manufacturing is the future: Innovations in optics, robotics, chemistry and software to integrate the production process make onshore manufacturing economic.” https://asiatimes.com/2020/05/flexible-high-tech-manufacturing-is-the-future.
Liangyu, ed. 2017. “Socialism with Chinese Characteristics Enters New Era: Xi.” Xinhua. http://www.xinhuanet.com/english/2017-10/18/c_136688475.htm.
Stalin, Joseph. 1951. “Economic Problems of Socialism in the USSR. Marxists Internet Archive.” 1951. https://www.marxists.org/reference/archive/stalin/works/1951/economic-problems/index.htm.
SWCC Lectures, ed. 2021. “Mao Zedong Thought vs Socialism with Chinese Characteristics (Summary 107).” August 10, 2021. https://www.youtube.com/watch?v=LFDmtTIa6UI.
Wikipedia contributors. 2025. “Anti-Corruption Campaign under Xi Jinping –- Wikipedia, the Free Encyclopedia.” https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Anti-corruption_campaign_under_Xi_Jinping&oldid=1286022322.

Notas de Rodapé

1 (SWCC Lectures 2021)

2 (Bagshaw 2021)

3 (Wikipedia contributors 2025)

4 (Dorfman 2020)

5 (Julia Hollingsworth and Gan 2021)

6 (Liangyu 2017)

7 (Kressel 2020)

8 (Goldman 2021)

9 (Ip 2021)

10 (Hu et al. 2021a)

11 (Hu et al. 2021b)

12 (International Manifesto Group 2021)

13 (Stalin 1951)

 
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from Green Tape

24/04/2025

In the dynamic universe of IT, where data quality and agility are crucial attributes, there exists an often underestimated yet invaluable asset: trust. Within the virtual or physical walls of an IT team, trust is not just a pleasant feeling; it's the foundation upon which effective collaboration, innovation, and ultimately, organisational success are built. Just as a well-architected system depends on the integrity of its components, a team (only) thrives in an environment where trust flows freely among its members.

In this post, I want to explore the vital importance of this intangible asset within an IT team. I will analyse the costs generated by its absence, the competitive advantages of a team that trusts each other, and finally, present some practical strategies for fostering trust in the team's daily life.

The Cost of Lacking Trust

A lack of trust brings several significant costs to individuals, teams, and organisations. These costs can manifest in various ways, impacting efficiency, productivity, and the quality of relationships.

One of the primary costs of lacking trust is the increase in transaction costs. When trust evaporates from a team's environment, one of the first noticeable signs is the proliferation of formal rules and micromanagement. The absence of mutual belief in colleagues' integrity and competence leads to the need to formalise every step, every deliverable, every responsibility through formal records and excessively detailed processes. What should theoretically mitigate the risk of opportunistic behaviour, in practice, often results in slowness, red tape, and lack of agility.

Imagine a scenario where every line of code needs to be reviewed and approved by multiple levels, not for quality assurance, but due to an implicit distrust in the developer's ability. Or endless meetings to detail every micro-task, with exhaustive minutes and contingency plans, consuming precious time that could be dedicated to innovation and solving complex problems.

This culture of distrust not only raises transactional costs – the time spent on red tape, the need for legal consultations for contract drafting and review – but also imposes significant opportunity costs. Delivery speed decreases, the ability to adapt to market changes is compromised, and the spirit of collaboration and experimentation, fundamental for IT innovation, is severely hampered. Instead of an environment of partnership and shared responsibility, a climate of surveillance and self-protection sets in, where the team's energy is diverted from value creation to managing potential conflicts and failures.

Competitive Advantages of Trust

In contrast to the paralysing costs of distrust, a high-trust environment acts as a powerful catalyst, propelling the IT team to higher levels of performance and innovation.

Firstly, collaboration reaches a new level of effectiveness. When team members trust each other's skills and intentions, communication becomes more open and transparent. There is a greater willingness to share ideas, offer help, and work together to solve complex challenges.

Secondly, productivity experiences a significant increase. With trust established, the need for excessive controls and the atmosphere of fear diminishes. Professionals feel more autonomous and responsible for their deliverables, which naturally leads to greater engagement and efficiency. The energy previously consumed by red tape and concerns about potential punishments is redirected towards task execution and the pursuit of continuous improvement.

Trust also stimulates innovation by creating a safe environment for experimentation. When team members know they can take calculated risks and even fail without being unfairly punished, they feel more comfortable proposing new ideas and approaching problems in unconventional ways. This freedom to explore and learn from mistakes is fundamental for developing innovative solutions and maintaining competitiveness in the IT market, avoiding groupthink.

Another crucial benefit is the improved flow of knowledge. In a trusting environment, information circulates freely. Team members share their expertise, learnings, and best practices without fear of losing their value or being misinterpreted. This continuous flow of knowledge raises the competency level of the entire team and facilitates faster and more efficient resolution of complex problems.

Finally, trust intrinsically reduces internal conflicts. When there is a solid foundation of mutual respect and belief, differences of opinion tend to be handled more constructively. Instead of personal disputes and power games, the team focuses on finding the best solution to the problem at hand, strengthening bonds and group cohesion.

Strategies to Increase Trust

Trust within an IT team is an asset that strengthens over time through positive and consistent interactions. Although there might be an initial predisposition to trust in newly formed teams, its true robustness is built on shared experiences and the continuous demonstration of integrity and competence. For IT teams aiming for high performance and continuous innovation, investing in building trust is fundamental. Some effective strategies include:

1. Defining a Clear, Realistic, and Transparent Organisational Vision:

The first step in building trust is ensuring that all team members understand the organisation's or unit's purpose, its goals, and how each person's work contributes to this vision. Transparent communication about challenges and achievements, as well as expectations for the team, creates a sense of belonging and alignment, which are fundamental for mutual trust. When everyone knows where they are going and why, collaboration becomes more natural and focused.

2. Prioritising Face-to-Face Communication:

In an increasingly digital world, personal communication remains irreplaceable for building strong relationships. Encouraging face-to-face conversations, even brief ones, to discuss projects, challenges, and ideas, allows for the exchange of non-verbal nuances, strengthens the bond between team members, and facilitates the resolution of misunderstandings. Direct and open communication demonstrates respect and consideration, pillars of trust.

3. Encouraging Informal Communication:

Informal conversations, like those during a coffee break, happy hour, or lunch, play a crucial role in building personal bonds and creating a more relaxed and friendly work environment. These moments allow team members to get to know each other on a more personal level, building empathy and strengthening interpersonal trust.

4. Creating Moments for Relaxation and Group Fun:

Social activities and moments of relaxation outside the formal work environment are excellent opportunities to strengthen team spirit and build trust.

5. Selecting Members with Appropriate Behaviour and Removing Harmful Behaviours:

A team's trust can be easily undermined by individuals with selfish or opportunistic behaviours. It is crucial to select members who demonstrate integrity, respect, and a collaborative spirit. Likewise, it is fundamental to address and remove toxic behaviours that harm trust and team morale. Maintaining a healthy and positive work environment is essential for long-term trust building.

6. Implementing an Effective Evaluation and Feedback System:

A transparent and fair performance evaluation system, combined with regular and constructive feedback, is vital for building trust. When team members understand how their work is being evaluated and receive clear guidance for their development, they feel more secure and valued. Honest and timely feedback shows that leadership cares about each individual's growth and the team's overall success.

By consistently implementing these strategies, IT teams can build a solid foundation of trust, paving the way for more effective collaboration, greater productivity, innovation, and, consequently, organisational success.

Conclusion

In summary, trust reveals itself as a fundamental pillar in the architecture of high-performing IT teams. Its absence, as we explored, not only imposes tangible and intangible costs through the need for safeguards and the paralysis of innovation but also undermines the potential for collaboration and agility inherent in these teams.

On the other hand, cultivating an environment where trust flourishes unlocks a range of crucial competitive advantages. Improved collaboration, increased productivity driven by reduced controls and fear, stimulated innovation in a safe environment, optimised knowledge flow, and decreased internal conflicts are all fruits of a solid foundation of trust.

The path to building this foundation of trust, as we have seen, involves implementing conscious and consistent strategies. The clarity of the organisational vision, prioritisation of face-to-face and informal communication, creation of moments for relaxation, careful selection of members, and implementation of an effective evaluation and feedback system are essential elements in this process.

Ultimately, investing in trust is not just about creating a more pleasant work environment; it is a strategic decision that directly impacts the efficiency, innovation, and long-term success of IT teams and, by extension, the entire organisation. Trust, therefore, is not merely an intangible asset but the catalyst that drives superior team performance.

Personally, the topic of trust fascinates me. It's a vast field with direct implications for agility. This is definitely territory I intend to revisit and explore in more depth in future analyses here on Green Tape. Stay tuned!

References

 
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from Paulo Henrique Rodrigues Pinheiro

cena

As belas imagens hipnotizam. A natureza reina absoluta com o ser humano sendo mais um elemento ao invés de um agente destruidor. A busca incessante por alimento, as iniciantes trocas comerciais. A primeira impressão é que, da parte dos nativos, não existem modernidades, apenas o conhecimento ancestral de quem, aparentemente, esteve isolado por séculos.

Durante minha primeira imersão no documentário meu principal pensamento era sobre a possibilidade da expedição de Flaherty estar atrapalhando e atrasando as ações e viagens do grupo que estava sendo acompanhado. Mas depois da primeira conversa sobre a obra, ficou óbvio que não era bem assim.

Trenós aparentemente de madeira em um lugar em que não existem árvores, facas de osso, tiras de couro ao invés de cordas, alimentação restrita. Mas o próprio documentário mostra a visita do grupo a um comerciante. O isolamento já não é tão absoluto assim.

A equipe da expedição do diretor estar sempre pronta nas situações mais difíceis também dá uma leve dica de que estamos diante de algum tipo de encenação. O próprio protagonista da obra, pessoa muito aberta e nitidamente não isolado, sabe se portar muito bem perante a câmera.

Dito isso, as dificuldades da vida semi nômade, a caça, a pesca, e o deslocamento, a construção de abrigos temporários, a reutilização de abrigos temporários abandonados, tudo isso está lá, tudo isso está documentado.

Temos um ponto de partida para o conhecimento sobre essa cultura, essa sociedade.

Se o aprendizado não é necessariamente, e quase nunca, direto, linear, com aceleração constante, como uma fórmula newtoniana, esse documentário nos faz entrar na espiral inclinada, tridimensional, que, para mim, é a melhor representação do conhecer.

Avançar a conhecimentos desconhecidos, voltar a conhecimentos dados como certos, mas na realidade incompletos ou falsos, me parece ser a grande contribuição deste documentário.

Nanook, O Esquimó (Robert J. Flaherty, 1922, filme completo, PT/BR)

TAG: #documentário

 
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from Ler Todos os Mangás do Mundo

nonameNão costumo iniciar mangás em publicação sem que estejam bem estabelecidos. A última vez que fiz isso foi em Hunter's Guild: Red Hood, porém, não me arrependi tanto quanto este título.

Decidi iniciar depois de descobrir como o mundo do mangá funcionava. O sistema de poderes é baseado no nome que você recebe quando nasce, por exemplo: “Úrsula” tem o poder de virar um urso; “Ralf”, que em alguma língua significa “domador de cães”, consegue invocar cachorros, e por ai vai. Escolhi essa categoria pela quantidade absurda de poderes relacionados a animais, inclusive, acredito que poderia haver uma variedade maior. Achei a ideia muito boa, mas, como todo o resto, foi totalmente subaproveitado. O cancelamento veio após 14 capítulos, nenhum dos milhões de mistérios do mangá chegou a ser revelado de fato.

A cada capítulo, era relevado um novo conceito ou subtrama. Apesar da maioria com potencial, não dava tempo de desenvolvimento. Me sentia cada vez mais perdido com a enxurrada de novos plots aparecendo em cada página, parecendo estar em um carro desgovernado, sem rumo algum, chocar por chocar. Nisso, as premissas básicas e lógicas do universo foram se perdendo.

Um ponto positivo a se destacar é a qualidade do traço de MACHINE GAMU. As lutas conseguiram ficar bastante fluidas, com coreografias impecáveis. É alguém para se ficar de olho em títulos futuros.

Pelo menos, foram poucos capítulos. Mas, daqui pra frente, vou tomar ainda mais cuidado para escolher obras ainda em publicação para ler.

 
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