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from jackson

O racismo me parece um processo de desumanização de mão dupla, no sentido em que, para desumanizar a pessoa negra, do jeito que ele fez e continua fazendo através da mente e corpo, é preciso que o homem branco já tenha antes também se desumanizado, ainda que ele não perceba; o que não o exime de sua responsabilidade (seja ela por ignorância e/ou má-fé)!

Não me intriga o racismo ser a pior coisa já concebida pelo homem branco (e devemos sempre apontar a responsabilidade deste problema), porque a gente já viu não haver limites para maldade, mas o fato dele ser recente, numa escala histórica; e hoje, nós vivemos nessa distopia, como se ela estivesse aí desde sempre…

Solidariedade a todas as pessoas negras que sofrem com o racismo. Tenho esperança que, num futuro próximo, olharemos para hoje, da mesma forma que olhamos para o mais famoso holocausto (pois os mais letais, impostos às populações africanas pelo dita “civilização” europeia, o racismo, ainda não nos deixa enxergar), com olhar de repugnância.

E quando este dia chegar, também espero nos perguntar como conseguimos aceitar conviver com tamanha atrocidade. Porque a única diferença entre o conhecido holocausto do passado e o “desconhecido” racismo de hoje, é que este último continua matando, eficientemente, to-dos-os-di-as!

Um escritor que gosto (o Raimundo Carrero) diz que o jornal é a dor do mundo. Para mim, a dor do mundo, a real desgraça do nosso mundo mesmo, é o racismo.

Já escrevi “Sobre o racismo…”

 
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from jackson

Somos instantes (realmente)…

Hoje, na primeira aula de escrita criativa, estava todo feliz por conseguir me matricular e a aula estava indo tão bem, com a professora referenciando várias pessoas autoras que eu já conhecia, a turma também empolgada, tudo ótimo…

Até que, no final, entreguei a ela o livro coletivo, resultado de uma oficina de haicai, de que participei na pandemia e, enquanto ela lia a capa, comentou que o organizador da obra (e mediador do curso) havia falecido.

Nessa hora, só tive como reação colocar a mão no rosto, por uns segundos (e nesse breve intervalo, rever toda a nossa curta, mais intensa interação naquela oficina). Acho que nunca saberei expressar com palavras esse sentimento de vertigem que a gente sente quando ouve uma notícia dessas, a percepção da ausência…

Ele foi uma pessoa com quem tive contato por apenas algumas semanas, mas o nosso grupo se deu tão bem (tanto que publicamos o livro), que parecíamos que já nos conhecíamos há muito tempo. Estávamos todos preocupados naqueles tempos de morte, mas mesmo assim, nos encontrávamos assídua e remotamente para estudar e escrever. Então, assim como a jovem psicanalista do meu conto Sobre “fraquezas”…, não tive como não esconder minha reação.

A professora pediu desculpas, mas também não tinha como ela saber que eu não sabia daquela informação (e isso me acontece com mais frequência do que gostaria). De qualquer forma, tentei e acho que me recompus rápido, acho.

Foi a segunda vez que isso me ocorreu esse ano, a anterior foi antes de eu apresentar uma avaliação final numa disciplina e um antigo coordenador, que nunca me enviava mensagem, enviar uma (por isso achei de ler na hora) avisando da morte de um amigo do curso no qual dávamos aula.

Enfim, a morte sempre é algo triste, mas parece muito pior quando vem assim, sem avisos e injustamente antes do tempo, essas duas pessoas eram tão jovens…

Link para o livro

Este texto não é um rascunho, apenas um registro pessoal, por isso não vai para o sitezinho.

 
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from notamental

If you're trying to upgrade Proxmox from 7 to 8 using K or S OVH Type Servers, and you are loosing network connection after the reboot this is for you.

A kernel regression could affect the kernel network devices detection.

To fix this you need to add pci=noear to your grub config before rebot.

Example

root@yourserver:~# cat /etc/default/grub|grep quiet
GRUB_CMDLINE_LINUX_DEFAULT="quiet pci=noaer"

How to do it?

vim /etc/default/grub

Change

GRUB_CMDLINE_LINUX_DEFAULT="quiet"

To

GRUB_CMDLINE_LINUX_DEFAULT="quiet pci=noaer"

Update grub config

update-grub

Then reboot.

reboot

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  • X550
  • enp5s0f0
  • pve-kernel
  • ixgbe
  • k7

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from postmortem

Pessoal,

Nosso servidor no DatabaseMart começou a se comportar de forma inesperada.

O I/O de disco começou a subir muito e ficou impraticável manter a operação lá.

O suporte não conseguiu solucionar, portanto, fizemos rollback para OVH.

Estamos de volta na OVH, finalizando ainda algumas configurações.

O que podemos melhorar?

Vamos colocar o bolha.io, site estático fora da OVH para poder comunicar problemas quando ocorrem.

Vamos colocar o mattermost.bolha.chat fora da OVH para que vocês possam falar conosco em caso de um problema nos servidores principais.

Vamos criar uma conta no mastodon.social para informar de problema que possam estar acontecendo nos servidores da OVH.

Vamos colocar um NGINX no servidor do KUMA (status.bolha.us) para não depender do NGINX que roda nos servidores da OVH.

E os dados?

Fizemos um backup ontem às 19hs das VMs do servidor da DatabaseMart e restauramos do lado de cá.

Como podemos ver se está no ar ou não?

Acesse sempre o https://status.bolha.us e https://bolha.io para ter informações.

 
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from João Miguel Neves

Aprendendo a desenhar: Parte 1 Ontem de madrgada decidi que eu iria me organizar para aprender a desenhar, habilidade que eu já queria queria desenvolver quando criança. Mas, eu só decidi começar recentemente, principalmente, porque eu estou consumindo mais quadrinhos, e conteúdos relacionados, e eu quero ter esse hobby, além disso, eventualmente vou aprender a desenvolver jogos e desenhar vai ser uma habilidade útil para isso. E, diante de tudo isso, eu decidi que nesse blog vou documentar o meu progresso nessa aventura.

Para me organizar decidi escolher uma playlist de curso no youtube, e nela eu vou tentar fazer pelo menos 4 aulas por semana, além disso, sempre que eu não estiver fazendo nada vou fazer pequenos exercícios de fundamentos dodesenho, alternando os fundamentos a cada semana.

 
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from Blog do Emanoel

A escrita acadêmica possui muitas regras e tem norma para tudo. Um caminho que você pode escolher é o utilizar modelos já prontos no overleaf.

Nesse exemplo, a escrita de um capítulo de livro exigia que fosse utilizado um modelo da Sociedade Brasileira de Computação. Pronto! Não precisa se preocupar com as normas que regem a formatação. Já está tudo definido, basta se preocupar com a escrita de fato.

 
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from bolhaverso

O Invidious é um frontend para o youtube, um projeto open source bem bacana que oferece uma interface sem propaganda ou rastreamento.

Funcionou durante um bom tempo, mas hoje em dia o youtube bloqueia ele completamente.

Ele rodava na url https://tube.bolha.tools.

Como não funciona mais, estamos tirando do ar essa interface.

Em breve traremos novos serviços.

[s] Guto

 
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from postmortem

Ontem ocorreu um problema, não em nosso servidor, mas em nosso provedor.

Nosso provedor informou que um RACK de REDE teve pane.

Isso deixou nosso servidor fora no período da tarde por cerca de 4 horas.

Já voltamos!

[s] Guto

 
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from bolhaverso

Infelizmente depois de dois anos tentando lidar com todos os problemas que vem junto o servidor synapse/matrix, a bolha decidiu seguir com XMPP, IRC e MatterMost daqui para frente.

Quais problemas com o Matrix?

  • Uso excessivo de espaço em disco
  • Necessidade de rodar vacuum-full no banco para liberar disco
  • Para rodar vacuum full precisa parar o serviço synapse
  • Canais com conteúdo proibido sendo criados pela federação
  • Ferramentas oficiais de moderação inexistentes
  • Ferramentas de moderação comunitárias limitadas
  • Lentidão na federação com a matrix.org
  • Arquitetura e protocolo com limitações e problemas
  • Controle para criação/moderação de contas limitadas

Os canais com conteúdo adulto que eram replicados do matrix.org pra cá enchiam o disco em horas e demandavam manutenção constante, nosso time bloqueva um, apareciam mais quatro e enchiam o disco.

Sabemos que existem plugins da comunidade que poderiam ser configurados para algum tipo de moderação mais eficaz, mais ainda assim, não resolviam os principais problemas de lentidão, moderação de contas, controle de conteúdo e consumo de disco. Cuidar de tudo isso, dessa forma manual, tinha um custo de tempo muito alto para nosso time.

De ferramentas da comunidade chegamos a usar o Janitor e Matrix-admin, mas não foram suficientes para manter a saúde do serviço. Não chegamos a usar o Mjolnir ou outro serviço de moderação.

Testamos outros servidores como Dentrite e Conduit, mas não achamos maduros para seguir com eles, além de que não tem como importar as contas e conteúdo do synpase, teria que começar do zero.

Em resumo, a quantidade de trabalho e tempo que um servidor synapse/matrix demanda, foram pra gente os parâmetros mais importantes a nos levar a decidir a encerrar esse serviço.

Para se ter uma ideia, ele demandava mais atenção que todos os outros serviços juntos.

A maioria dos serviços do bolhaverso rodam sozinhos, automatizados, monitorados e tem baixa ou quase nenhuma manutenção.

E agora?

A bolha vai investir em outras ferramentas de chat.

Estamos configurando os novos serviços e vamos liberar em breve.

Os serviços escolhidos foram:

  • XMPP/Ejabberd (Mensagem instantânea)
  • IRC/UnrealIRCd (Chat retrô)
  • Mattermost (Chat estilo Slack)

Nossa ideia é que o servico de XMPP use autenticação do Bolha.us :)

[s] Guto

 
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from Memórias Invisíveis

Da série: Memórias Invisíveis

set 2024

Uma fotografia. O coração dispara e no rosto, um sorriso em esboço. Enquanto a minh’alma baila, no embalo da canção que é a tua efígie.

Quem é ela? Aquela cujo olhar faz minh'alma brilhar, cujos lábios recitam poesias mesmo em silêncio. Ela é, pois, a presença que habita meus sonhos e traz consigo a brisa do desejo.

É noite, e mais uma vez me perco entre estas marés. Embriago-me na imensidão deste oceano castanho, nas joias enigmáticas que são teus olhos. E nesta imersão de sensações, desejos e memórias, relembro mais uma vez os momentos em que me agraciastes com tua presença.

A primeira vez que a vi, estava de mãos dadas com outra pessoa. Não dei muita importância e, na verdade, quase não a notei. Anos depois, lembrei-me, quando outra vez mais, a vi. Não tu em carne e osso, mas na tua etérea presença, através de uma fotografia. Não uma fotografia tua no sentido de capturar tua imagem, mas uma fotografia da qual foste a fotógrafa. Um ramo com várias flores carmesins, em contraste com a luz do sol. Esta imagem, quem me mostrou foi aquele alguém com quem estiveste de mãos dadas muitos anos atrás, quando a vi pela primeira vez. E através de tal fotografia, por ti, me apaixonei.

Levaram-se alguns anos até que eu conseguisse falar contigo, à distância, nas possibilidades de encontros que a grande rede nos oferece. Tudo começou com algumas “curtidas”, depois alguns comentários e, por fim, as conversas. Não lembro ao certo quando ou quem iniciou, mas, após centenas de mensagens trocadas, a vida — ou talvez o próprio destino — decidiu que deveríamos nos encontrar.

Nos encontramos em uma das estações da Avenida Anhanguera, no cruzamento com a Avenida Goiás, onde anos atrás havia uma praça, a Praça dos Bandeirantes. Lembro-me de caminhar ao lado da minha mãe, sob as copas das árvores que adornavam aquele lugar. Agora, restam apenas uma estátua que homenageia um momento da trágica história de nosso povo e a lembrança do nosso primeiro encontro.

Da calçada, a observei enquanto desembarcava na estação. Hoje, pensar nas palavras que possam descrever o que senti ao vê-la ali, a poucos metros de mim, é um árduo exercício.

Tu surgiste, como a imagem de um anjo — ou da concepção que podemos ter sobre um anjo — com teus cabelos bailando ao ritmo das brisas criadas pelos veículos que passavam. Teu sorriso, como uma pintura de Michelangelo, te envolvia em uma aura de divina serenidade e beleza. Tu acenavas à medida que, lentamente, te aproximavas. Teu “oi” foi como uma tempestade de gafanhotos que fervilhava em minhas entranhas. E naquele instante, eu te amei.

Fomos até um café anexo a uma livraria. Lembro-me de que tu escolheste um livro com poesias goianas, as quais dizias serem tuas favoritas, e desde então, as poesias do Planalto Central tornaram-se as minhas lembranças favoritas de ti. Pedimos algo para beber e conversamos; perguntei sobre ti, teus sonhos, teus interesses, desejos e temores. E tu me perguntaste sobre os meus.

As conversas na rede continuaram, e me lembro que um dia te chamei para ir comigo à capital buscar algo — acho que um presente, não me lembro ao certo. Tu foste de bom grado e, no caminho, dentro do ônibus, observando teus gestos ao falar, teu sorriso e o brilho no teu olhar, tive a certeza de que te amar era a mais sensata das escolhas. De lá, por um acaso intencional de ambas as partes, fomos para casa. Ficamos a tarde conversando, deitados um ao lado do outro, ouvindo Sinatra. Compondo uma canção para ti, no fim da tarde, quando o sol lentamente se ocultava entre as curvas da Serra das Areias, tu me perguntaste: “Sabe por que eu não te beijo?” Respondi negativamente, balançando a cabeça. Tu desviaste o olhar e, timidamente, me falaste teus motivos. Em resposta, eu apenas disse: “Se é o que tu desejas, faze.” Era 20 de outubro de 2018, um sábado. Nossos lábios se encontraram e, por breves instantes, nos fizemos um só.

Meu ser se tornou etéreo, fundindo-se a uma existência maior que o próprio universo: estrelas, supernovas e constelações, o farfalhar das folhas, o dançar das ondas do mar, os ventos cósmicos, as tempestades solares, a escuridão do vasto infinito. Fui e senti o todo e o nada. Naqueles instantes, tu, com tua fagulha divina, me fizeste sentir o sagrado e então descobri que deuses existiam, e tu eras a minha deusa.

Após o beijo, os encontros tornaram-se frequentes, e as trocas, intensas, como se o tempo se dissolvesse em cada toque. Teus lábios me devoravam com uma paixão voraz, enquanto tuas unhas me rasgavam suavemente. Os suspiros e gemidos se entrelaçavam no ar, e o calor do nosso corpo se fundia em um só, criando uma sinfonia de sensações. Teus braços me envolviam como um abrigo seguro, e tua presença aquecia minh'alma, como um sol radiante em um dia de inverno.

Teus olhares, profundos e penetrantes, vasculhavam os recônditos do meu ser, desnudando segredos que eu mal sabia que existiam. As cordas de sisal, os nós e as tranças entrelaçavam nosso prazer quase indissolúvel.

Recordo-me das vezes em que te visitei na faculdade, das caminhadas por entre os bosques, das pinturas que fiz em tua pele, e o anel que trancei com fibras de um cipó. Tu eras genuína, uma essência pura e vibrante; tu eras sincera; tu eras entrega e promessa. Mas, ao mesmo tempo, eras também angústia e medo, como sombras que dançavam à luz da nossa paixão.

Nossa paixão foi tão breve quanto as flores da primavera, cujas cores saturam-se lentamente ao iniciar do verão.

Um dia, tu me perguntaste por que ainda não nos havíamos juntado um ao outro – em carne e fluídos. Fiquei em silêncio, estagnando diante tua pergunta. Tu me confessaste que não querias que nos reduzíssemos a isso, que fôssemos mais do que carne, suor e gemidos. Era 23 de novembro de 2018 e, até hoje, não consigo entender completamente os motivos que te levaram a essa conversa. Apenas sei que, após dois dias de silêncio, tu escreveste o parágrafo final da nossa história.

Semanas depois, nos encontramos e conversamos. Como amigos, caminhamos juntos pelo bosque, sob a tênue luz do sol da manhã. Passamos aquele dia quase em total silêncio, imersos em uma cumplicidade que falava mais do que palavras poderiam expressar.

Era fim de tarde quando você, junto ao sol, desapareceu no horizonte. O crepúsculo de um sonho. Partiu. Sem nenhuma palavra. E após este fatídico dia tudo mais se fez silêncio.

Carrego comigo as lembranças de ti, do romance, da amizade e do companheirismo que perduraram, mesmo diante das tempestades. Também guardo as fotografias, e entre elas, há uma que é especialmente significativa.

Uma fotografia. O coração dispara e no rosto, um sorriso em esboço. Enquanto a minh’alma baila, no embalo da canção que é a tua efígie.

— Sobre Ynaê

Alguns poemas que surgiram deste romance

Fada

Pássaros de todas as cores cantam no bosque. 
É um belo dia.
Animais de olhos brilhantes dançam no bosque. 
É um dia maravilhoso.
Os espíritos da floresta se juntam para celebrar. 
É o dia da rainha. 

Fada! A mais bela das criaturas. 
Fada! A rainha gosta da cor azul. 
Fada! A mais maravilhosa dentre todas. 
Fada! Saúdem a rainha do bosque. 

Sua magia preenche todo o vazio da solidão. 
Sua presença emana amor, carinho e alegria. 
Ela é a Fada Rainha, a mais bela dentre os seres. 

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Efígie

Uma fotografia. O coração dispara e no rosto, um sorriso em esboço. Enquanto a minh’alma baila, no embalo da canção que é a tua efígie.

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Solstício
Tão bela
Neste fim de primavera
Baila entre as flores
Uma Fada Azul

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Meu coração palpita, a alma suspira e no rosto um sorriso em esboço.

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E se por acaso perguntarem
Porque vivo a sorrir
A resposta é muito simples
Guardo sempre comigo
As lembranças de ti

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Quem é ela?
Esta mulher cujo olhar
Faz minha alma bailar

Quem é ela?
Esta cujos lábios 
Recitam poesia mesmo em silêncio

Quem é ela?
Dama da pele alva
Cujos traços remetem ao desejos

Que é ela?
Cuja existência é sacra

Ela é pois,
Aquela que habita os sonhos
Que traz consigo a brisa do desejo

Aquela que,
Com teu sorriso memorável
E teus gestos singelos
Inspiram estes e tantos outros versos

Ela é menina e mulher
Ela é mulher e deusa

Ela amor e paixão
Proibição e desejo

Ela é 

Assim, 
Fada Azul
Deusa Fada

Encanto sem fim

---

É noite
E outra vez me perco
Entre estas marés

Me embriago
Na imensidão
Na brisa suave deste mar castanho

Estas joias enigmáticas
Este olhar que tanto amo

---

Perdidamente
Mergulho
No mar profundo de
Teus Olhos castanhos

Me afogo no doce sonho
Do toque aveludado de teus lábios

Em pensamentos
Exploro os caminhos traçados
Que mapeiam tua pele clara

E no vislumbro do teu olhar
Diante tua imagem

Eu, acólito da luxúria e 
da beleza

Te faço Deusa

E lhe entrego estes versos
Em devoção
A tua divina realeza

---

Acalento
A alma leve
baila por sobre as águas
Levando ao plangor
a soberba das naides

A pela alva
sacramentada pela arte
em traços profanos
Envolve em sonhos
Os desejos deste poeta

Teus lábios,
doces
Confessam em silêncio
segredos e mistérios
revelados somente 
a si mesma
a teu espírito imaculado

Tua presença
como hidromel
embriagam meus olhos mortais
E me levam aos ceús

É ela, a ninfa
A deusa e a próprio beleza

É dela o brilho, as estrelas, a lua e o sol

Tu sorri
E o mundo se esvaece
só restando a paz

És tu a bela dos versos
aquela a quem toda poesia pertence

És tu espírito de amor

Amante nas lembranças
Deusa e amiga 

És tu
Fada azul 

---

Mergulho
E tu drenas o rio

Voo 
E tu corta minhas asas

Floresço
E tu me arranca pela raiz
Antes mesmo
Do botão se abrir

Canto
E tu tapas os ouvidos

Escrevo poemas 
E tu fechas os olhos

---

Amo a tua alva e maculada pele. A tinta preta sob a tela branca me estremece a alma e me faz bailar o coração. Olho e venero com desejo cada território deste mapa. Em pensamentos refaço cada traço com meus beijos. A cada figura, pinto uma aquarela com carinho e amor. Meus olhos fecham e na escuridão desenho tuas curvas e toco a maciez de teu veludo. Faço de ti deusa e dona de mim. Abro os olhos e sou arrebatado pela realidade. As curvas se desfazem como névoa. As aquarelas se descolorem e teus desenhos desaparecem. Me resta então apenas a lembrança e aquele retrato cuja imagem,  em minha alma guardei.
 
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