Banquete
Dá-me de comer aos vermes. Que eles se empanturrem com minha carne podre.
Que devorem olhos e língua — pois já não preciso deles senão para vê-la e lisonjeá-la.
Que se fartem de meu coração — pois já não necessito viver, tampouco sentir.
Mas antes de voltar ao pó terei primeiro eu que sucumbir.
Não te preocupes em sujar as mãos — essa tarefa cumprirei eu mesmo:
afogando-me em goles de poesias e garrafas de desejo.
— Por Creme de Uva e seus outros alter egos
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