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from Fure a bolha

#tecnologia #tecnootimismo #LLM #IA #internetdascoisas

LLM – Large Language Model ou Modelos de linguagem de grande escala – é o termo técnico para tecnologias como o Deep Seek.

Há uma ideia muito errada de que os LLM seriam juízes confiáveis e imparciais. Tem relato na rede social Lemmy de um infeliz cuja namorada vive jogando as brigas no casal no ChatGPT para dizer que o cara estava errado mesmo, o ChatGPT confirmou que o cara foi injusto.

Na minha área (TI), antigamente era bem mais comum as pessoas lerem manuais info, man pages, e livros sobre algoritmos, matemática, engenharia de software. Aí quando se popularizaram sítios como Stack Overflow, muitos desenvolvedores passaram a copiar trechos prontos desses sítios e jogar na base de código sem entender plenamente o que aquilo faz. Hoje piorou – o povo chupa de LLM códigos grandes sem entender nada de como funciona. Menos conhecimento ainda do código que a pessoa terceirizou, e maior chance de erros (LLM usando fontes de baixa qualidade) e alucinações (LLM inventado coisas fantasiosas).

Eu aqui uso muito sítios como Stack Overflow e Super User, mas não tenho medo de ler man pages, manuais info, outras documentações de referência e tutoriais. E quando uso sítios como Super User, tento conferir e entender o que aquilo faz. LLM uso raramente. E nunca usei LLM da Big Tech estadunidense. Quando uso LLM é Deep Seek. Inclusive vou instalar o Deep Seek na minha máquina, para ter privacidade.

Outra coisa: a sociedade já tinha um problema de “explosão de complexidade”. As tecnologias estão ficando complexas demais para serem entendidas. Agora com LLM esse problema deve piorar. LLM em muito pouco tempo cospe calhamaços de código que o “programador” não entende como funciona. É preocupante o efeito futuro disso.

A Internet das Coisas (outra moda preocupante) já era cheia de brechas de segurança, pois os fabricantes colocam muitos produtos “inteligentes” no mercado e não dão suporte de segurança. Por exemplo, os criminosos que invadem computadores para fazer botnet muitas vezes preferem invadir câmeras de segurança online, pois são menos seguras que laptops e servidores.

Agora combina as duas coisas! O mundo inteiro entupido de dispositivos online, cheios de sensores (câmeras, microfones etc.) e atuadores (servomotores, auto falantes etc.), com código porcamente cuspido por LLM que ninguém entende, sem suporte do fabricante, e sem especificação nem código fonte para a comunidade software livre ajudar. Receita de desastre.

 
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from Memórias Invisíveis

Da série “Memórias Invisíveis”

dez 2016

Anos depois me dei conta da violência praticada. Aquela despedida fria que se estendeu tão lentamente trazia consigo as cicatrizes de uma relação cruel. Éramos dois carrascos punindo implacavelmente um ao outro.

Atendi a uma ligação dela naquela manhã. Ela sempre me liga no mesmo horário, às 11 horas e 45 minutos da manhã. Todos os dias, sem necessitar de relógio, fico próximo ao telefone e aguardo ele tocar.

– Oi, ela disse.

– Oi, minha resposta soou desanimada.

Não tínhamos muito o que conversar, ficamos em silêncio ouvindo o respirar ofegante um do outro. Após alguns minutos rompi com o silêncio.

– Tchau, e do outro lado da linha ela ensaiou um “eu te amo”, mas não chegou a terminar de dizê-lo.

– Tchau, e após um breve silêncio ela desligou o telefone.

Ainda não sabíamos, mas sua próxima ligação seria a última.

Dois dias depois, em uma quarta-feira, por mensagem, como de costume, marcamos de nos encontrar na Estação Araguaia. Como era comum com as ligações, nosso encontro se deu às 11 horas e 45 minutos da manhã. Ela estava deslumbrante, como todas as outras vezes em que meus olhos devotos contemplaram o vislumbre daquela deusa sádica.

Mergulhamos um no braço do outro e nos afogamos em beijos úmidos e quentes. Não tenho o costume de fechar os olhos quando beijo e naquele dia ela também não fechou os dela. Quando nossos olhares se encontraram durante nossa oração a Vênus paramos por alguns milésimos de segundos e pudemos ver nas almas um do outro que o fim se aproximava. A morte, com dedos longos e gélidos nos envolvia em seus braços finos e descarnados. Era frio, porém aconchegante. Era inevitável.

Pegamos a linha 031 e durante todo o trajeto, envoltos nos braços um do outro e em silêncio, fazíamos nossas preces aos deuses pagãos da luxúria e do amor. Não queríamos o que estava por vir, mas, ao mesmo tempo, era tudo o que desejávamos. Aquela história já tinha chegado ao fim. Vivíamos um epílogo forçado, um rascunho mal feito de um romance de folhetim. Nosso amor era puro, real, ardente. Mas somente amor já não era suficiente e nós não nos bastávamos, já não nos saciávamos por completo. Havia sede, mas não de outras pessoas. Havia sede de nós mesmos. Tornamo-nos dependentes e aquela foi a nossa sentença.

Naquele dia ela estava mais desanimada do que vinha sendo comum nos últimos meses. Minha parada estava por chegar e a convidei para ir descer comigo. Seu silêncio era relutante, mas no fim ela cedeu ao próprio desejo em assinar nossa carta de alforria. Chegamos em casa e fomos direto para o quarto. Não tínhamos nenhuma pretensão. Eu apenas precisava pegar alguns documentos e iríamos embora. Eu a chamara para ir comigo apenas para ter um pouco mais da sua companhia pois havia algumas semanas que mantínhamos contato apenas por telefone. Ela sentou em minha cama e eu me inclinei sobre a escrivaninha para pegar os documentos. Olhei seus profundos olhos castanhos e sorri. Ela sorriu em resposta e puxou a manga direita de sua blusa revelando um dos seios. Eu sabia o que devia fazer. Ela sendo a Deusa que era exigia de seu ascético as preces de devoção que ela julgava poder exigir. E ela podia. Aquele simples ato de devoção tornou-se um ritual de luxúria e sadismo. Seria a última vez em que Deusa e ascético se entregariam mutualmente em benção e graça. O sexo foi rápido, mas os minutos que o precederam foram uma eternidade.

Após pegar os documentos que necessitava, nos vestimos e saímos em direção a parada de ônibus. Aquela era a primeira vez, após meses castos, que nos entregávamos mutualmente à luxúria de Baco e Afrodite e também seria a última. De mãos dadas, em silêncio olhávamos para nossas sombras projetadas à nossa frente.

– Precisávamos disso, eu disse. Não era para ter dito, mas queria acabar com o silêncio. As escolhas de palavras foram péssimas. Não a via fazia meses, seu cheiro, seu toque, seu calor. Sua presença sagrada fazia falta. Eu precisava dela, eu precisava de minha Deusa e necessitava entregar a ela toda minha devoção, minha vida em preces. “Precisávamos disso” foi tudo o que consegui dizer. Ela me olhou com aqueles profundos oceanos de cor castanha e sorriu. Um sorriso triste que perguntava “É isso que tem a dizer?”. A pergunta não feita cravou em mim e penetrou profundo, como se uma erva daninha qualquer crescesse dentro de mim e fixasse suas raízes nos poros dos ossos. A dor era como se agulhas fossem enfiadas debaixo das unhas à custa de marretadas. Não ali, não naquele dia. Mas eu chorei.

– Precisamos conversar sobre nós, definirmos os termos de nossa relação. Não posso ficar aqui, preso a você sem saber se amanhã a verei outra vez. Preciso saber se me quer somente para ti ou se estou livre para amar outras também. Diga-me e assim farei.

Fui cruel, como já havia sido tantas outras vezes.

E mais uma vez a cena de um filme noir se desenrola.

“Após arrastá-la pelo longo corredor a joguei sobre a carpete persa estendida no meio da sala. Ela toda ensanguentada e tremendo de medo olhava-me fixamente nos olhos. Tentou articular algumas palavras mas o que restara da língua estava inchado e inflamado dificultando a expressão de qualquer som. Puxei uma cadeira e sentei-me de frente a Clarice. Com a faca em mãos gravei seu nome em minha pele. Meu sangue misturou-se ao dela. ‘Te amo’, sussurrei em silêncio, apenas movendo os lábios. Ela sorriu. Foi a última vez que vi Clarice sorrindo.”

Ela não disse nada. Continuamos em silêncio até a parada de ônibus. Nossa conversa foi distante e superficial, e evitamos ao máximo falar sobre qualquer assunto sério ou pessoal.

O ônibus chegou.

Ela me beijou e embarcou.

Sem dizer adeus.

Eu fiquei lá, observando-a ir embora, sabendo que essa era a última vez que veria aqueles olhos castanhos que eu tanto amava – ao menos, foi no que acreditei. Meu coração batia forte no peito e eu sentia uma mistura de tristeza e alívio.

Três meses haviam se passado e na parada de ônibus, enquanto esperava o transporte coletivo para ir à faculdade, o vento frio após a chuva me envolvia, trazendo consigo uma sensação de melancolia. Panfletos e sacolas plásticas dançavam ao meu redor, criando uma sinfonia sutil de crac-crac sob os pés dos transeuntes (passantes?).

O ônibus ainda estava longe quando meu telefone celular tocou, rompendo o ritmo monótono daquele início de manhã. Olhei para a tela, e o nome que surgiu fez meu coração acelerar. Era Clarice.


As narrativas deste texto fazem um paralelo alegórico entre os eventos reais e seus significados. Um dos parágrafos, retratando uma cena violenta e um tanto quanto macabra, é uma alegoria a história narrada nos parágrafos anteriores. Tem por objetivo demonstrar como uma situação aparentemente comum pode ter em si, um significado violento para os envolvidos.

 
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from Outras Coisas Mais

Da série “Asterismos”

fev 2020

Naquela manhã enquanto apreciava meu café sem açúcar lembrei-me daquele sorriso e me descobri apaixonado.

A lua está linda esta noite, tão linda quanto a puta nua sob os lençóis em minha cama. Sarcasticamente perdoem-me o linguajar. Sei que seu puritanismo hipócrita lhe dá uma pontada nos rins nessas situações e, se me permite dizer, eu não ligo a mínima para seus falsos ideais sobre condutas e moral.

Voltemos à lua e a puta.

Gosto de ter esses momentos após uma noite de sexo casual e culposo, aquela exata categoria de sexo em que não há orgulho mas também não há remorso. Aconteceu, foi prazeroso durante o ato e só, depois não há mais nada. Ao menos tem sido assim durante muito tempo, mas não hoje. Hoje há algo diferente. O cigarro entre o indicador e o anular de minha mão esquerda queimou totalmente, as cinzas voam ao vento enquanto me perco nestes pensamentos. De fato essa noite não é como as outras, olhando aquele corpo nu cheio de curvas, com sua pele dourada e seus longos cabelos negros, eu me pergunto se estou feliz. E a resposta é um sonoro e claro “não”. “Estou infeliz? Não”. “Indiferente”, essa seria a palavra que melhor me descreve, mas também me sinto mórbido. “É possível ser mórbido e indiferente? Ambos na mesma frase e adjetivando o mesmo sujeito? Acho que sim.” Quase todas as noites bagunço os lençóis com uma companhia diferente. Meus dias e noites tem se resumido a festas, bares, destilados e cigarros de maconha. No fim termino com uma ou duas pessoas no quarto do meu pequeno apartamento na zona sul da cidade. Nunca tenho a intenção de procurá-las no dia seguinte, marcar um jantar ou ir ao cinema. Na maioria das vezes, nem mesmo sei seus nomes. Temos um acordo, antes do nascer do sol vista suas roupas e vá embora, sem despedidas.

Como a maioria dos homens dessa porcaria de cidade, eu sou um canalha. Não sei se decidi ser um ou se me transformaram em um como consequência de crescer sob a custódia ideológica desta sociedade medíocre. Seja eu um subproduto do patriarcado ou não, continuo sendo um perfeito canalha. Mas se permitem me defender, sou um canalha com escrúpulos, tenho uma conduta ética a seguir. Nunca iludi nenhuma das garotas e mulheres sobre quem sou ou minhas intenções. Se elas terminaram na minha cama é porque assim como eu, elas procuram desesperadamente preencher seu vazio com as futilidades efêmeras dos prazeres carnais. Ou talvez elas apenas quisessem um pouco de sexo sem compromisso, sem nenhuma tensão existencial para forçadamente justificar as ações realizadas por elas em uma sociedade onde tal conduta é sempre reprovada, embora louvada quando praticada por homens como eu.

Esta noite não foi diferente, não até este momento. Após algumas doses de bourbon e uns dois passos de tango ambos estávamos nos despindo mutualmente ainda no Hall de Entrada enquanto esperávamos pelo elevador. Creio não ser necessário detalhar o que sucedeu a tal cena, mas para deixar essa narrativa menos detestável ofereço um pouco de prosa:

“No silêncio frio da noite no sétimo ou talvez fosse o décimo sétimo beijo… Os olhos dela brilharam, como se todas as estrelas da galáxia ali estivessem. Era de um brilho esplendoroso, uma nuance de todas as cores fundidas em um branco de textura rústica e aroma de felicidade. Seus lábios vermelhos, pintados a batom — talvez tivessem sido desenhados a mão pelo próprio Da Vinci — sorriam destacando os aspectos que valorizavam cada elemento que compõe sua boca. As linhas curvas de seu corpo fundiam-se a uma idealização da realidade, subjetivando o mundo exterior e tornando-a um ideal sublime e encantador. Sua imagem presenteava-me com uma experimentação de sensações extremas, guiando-me a um paraíso artificial entre teus braços, perdido no labirinto de seus beijos, uma aventura vivenciada nos sentimentos supracitados…”

Após uma fervorosa noite de trocas de fluidos, gemidos, suspiros e gozadas, levantei-me e como de costume vim para a sacada saborear um Marlboro vermelho. Até então não havia me dado conto de que desta vez havia fugido ao roteiro. Foi apenas após a primeira tragada do segundo cigarro, olhando minha sombra projetada contra a parede do outro lado do quarto que meu dei conta do ocorrido.

“Vi nas sombras um tedioso eu sendo arrastado por uma pretensa poetisa barroca nas entrelinhas de poesias vazias apenas para no fim acabarmos sem roupa. Calorosos corpos nus sob lençóis, suados e entrelaçados, assinando com unhas na pele um do outro sua selvageria primitiva. Com beijos vermelhos selamos o implícito contrato de não fidelidade, pertencemos a nós mesmos e é só. No olhar entrecruzado gritamos e evidenciamos sem desespero a solidão que não nos abala. Ela então parte sem dizer adeus e isto me excita, não precisamos fingir cumplicidade. Não nos veremos mais e muito provável, não tornaremos a lembrar esta noite. Exceto talvez pelo poema que ela escreveu com os dentes sobre a superfície de meu corpo. Mas como tudo neste mundo ele irá desaparecer e junto qualquer lembrança e vestígio daquele fugaz romance noturno de primavera.”

Eu me percebi odiando este roteiro, não queria que terminasse assim, não desta vez. Na minha frente imagens aleatórias começaram a se projetar, imagens nítidas de pensamentos que jamais imaginei, eu um dia teria. Mãos dadas em um passeio pela praia, sorrisos durante um piquenique em um parque, crianças correndo e gritando no jardim de uma casa de campo.

Agora, a morbidez e a indiferença parecem se dissolver em misto de emoções ainda mais confusas e indescritíveis. Meu estômago se retorce, minha cabeça dói e mal consigo respirar. Caminho cambaleante até à cozinha e bebo água direto da torneira, espero um pouco para me recobrar e volto para o quarto. Ainda fico alguns minutos em pé diante a cama antes de me decidir por deitar. Fiquei ali pelos últimos minutos que restavam antes da hora dela partir.

“Por alguns instantes descuidei-me, e quando percebi, meus olhos encontravam-se com os dela. Lindos olhos brilhantes, como uma centena de estrelas. Ela sorriu. Um sorriso tímido, daqueles que pedem desculpas desnecessárias. Em resposta, sorri de volta, desviei o olhar e ela se levantou. Partiu sem dizer nenhuma palavra.”

Naquela manhã enquanto apreciava meu café sem açúcar lembrei-me daquele sorriso e me descobri apaixonado.

 
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from Blog do Emanoel

Lidando com arquivos duplicados com ajuda do rdfind. Após rodar o comando e passar o diretório como argumento, será gerado um arquivo ||results.txt|| com o resultado da análise. Para diferenciar o arquivo verdadeiro dos duplicados, é utilizado um ranqueamento onde o arquivo que aparece primeiro e que esteja mais próximo da raiz, será escolhido como verdadeiro. Os demais duplicados.

 
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from gutocarvalho

Precisa instalar o Docker, Docker-compose, Ctop?

Temos a solução.

1. instala docker+compose+ctop completão

Esse aqui vai instalar docker, vai criar um daemon.json para o docker daemon, vai instalar o binário docker-compose separado, vai instalar o docker-completion para o bash e instalar o ctop, tudo para x86_64.

curl https://install.gutocarvalho.net/docker.sh | bash

2. instala compose apenas

só vai colocar o binário em /usr/local/bin/docker-compose

curl https://install.gutocarvalho.net/compose.sh | bash

binário para x86_64.

3. instala ctop apenas

só vai colocar o binário em /usr/local/bin/ctop

curl https://install.gutocarvalho.net/ctop.sh | bash

binário para x86_64.

4. instala vimrc mínimo para servidores

vai criar o arquivo em /root/.vimrc

curl https://install.gutocarvalho.net/vimrc.sh | bash

Repo

[s] Guto

 
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from Outras Coisas Mais

Ontem, estive editando algumas fotografias. Entre elas, havia uma que tirei há alguns anos, de uma pessoa que sempre me cobrava para que eu a enviasse. Não éramos amigos íntimos, talvez apenas conhecidos; saímos e bebemos algumas vezes, fomos a duas ou três festas juntos, e ele sempre aparecia na praça de vez em quando. Frequentemente, nos cruzávamos no ônibus da linha 213.

Hoje, pela manhã, recebi a notícia: “Munição morreu.” “Munição”. Apesar do apelido bélico, Diego Felipe era um garoto tranquilo, sempre com um sorriso no rosto e cheio de planos e expectativas para a vida. Ele compartilhou alguns desses planos comigo entre goles de Cantina da Serra e piadas ruins. Agora, ele se tornou uma estatística de acidente de trânsito. Para os pais, sempre será um filho; para os amigos, uma memória. Para os conhecidos, uma vaga lembrança. Para mim, uma fotografia que nunca será entregue.

Seu corpo agora se decompõe, e os átomos que o formam irão nutrir a terra, os insetos e os vermes. E quem sabe, daqui a alguns bilhões de anos, esses mesmos átomos voltem a ser uma estrela, como já foram bilhões de anos atrás.

 
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from Ler Todos os Mangás do Mundo

estranho contoNa minha vida, li pouco de Suehiro Maruo, bem menos do que eu gostaria. Na realidade, o único que li além desse foi “Shoujo Tsubaki”, já há muitos anos. Tenho uma memória muito forte sobre ele; estava em São Vicente, no primeiro apartamento que morei na vida, lendo o único volume do título durante a madrugada, deitado no escuro, no sofá marrom super confortável (que minha mãe se desfez somente agora, há cerca de um mês), em uma minúscula tela de celular, cujo modelo não consigo especificar.

E era algo rotineiro na minha adolescência depressiva. Virar madrugadas adentro lendo mangá, vendo anime ou, então, jogando videogame. Usava de distração, ponto de fuga, e isso me atrapalhava demais nos estudos e ser alguém produtivo durante o dia.

Fui melhorando, nisso o ritmo de leitura reduziu drasticamente. No meu segundo ano de cursinho, não devo ter lido quase nada. Mas ser um adulto funcional é exatamente isso, não deixar de lado suas obrigações, independente da sua condição física ou mental. Não é algo bom, mas necessário para sobreviver.

Voltando ao título do post, foi um mangá bom pra caralho, mas talvez não tenha sido a melhor escolha da Pipoca & Nanquim como primeira publicação do autor durante muito tempo no Brasil. Muito pouco do eroguru é mostrado, e acredito que certa potência disso poderia atrair o público brasileiro, que já está saturado de Junji Ito. Além disso, é uma adaptação de uma obra de Edogawa Rampo, que esse mesmo público não tem conhecimento popular prévio para aproveitar todo o contexto e entrelinhas que o mangá oferece.

Eu mesmo teria aproveitado bem mais o mangá se tivesse lido o livro antes. Não tinha ideia que se tratava de mais um caso de Kogoro Akechi, sua aparição foi uma surpresa agradável para mim, que conheço o personagem e tenho um mínimo de contexto. Aagora, terei a obrigação de ler mais Maruo, e, também, iniciar com leituras de Edogawa Rampo.

 
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from skadi

Recentemente, descobri que muitas imagens criadas com o Canva continham meu nome inserido automaticamente nos metadados. Exceto que... eu não quero que meu nome fique gravado nos metadados. :p

Descobri isso quando ativei o menu lateral de informações no gerenciador de arquivos Dolphin (F11 ou Menu > Show Panels > Information).

Percebi que o título da imagem nos metadados era o nome do arquivo original no Canva. Ou seja, ainda que eu renome a imagem no computador, nos metadados do arquivo o titulo permanecerá o definido no Canva.

Vou compartilhar aqui como fiz para remover os metadados de centenas de imagens de uma só vez!

(No momento, não consigo compartilhar cópias da tela aqui, então vai em texto cru mesmo. :p)

Para isso, usei o programa Digikam.

Ao abri-lo, importe as imagens que você quer modificar em massa e selecione-as.

No menu superior, clique em Batch Queue Manager.

A janela que abrir possui varios painéis. No painel abaixo à esquerda Queue Settings, defina os parâmetros de acordo com o que você deseja.

No meu caso, em Target, optei por desabilitar a opção “Use original Album” e selecionei “New Album” para criar um álbum para receber as imagens modificadas.

Em File Renaming, na primeira tentativa, cometi um erro e renomeei tudo errado (falarei disso logo mais abaixo), então, depois, apenas deixei selecionada a opção padrão “Use original filenames”.

Em Behaviour e Raw Decoding, não mexi.

Em Saving Images, como a qualidade JPG está definida em 75%, eu mudei para 100%.

No painel de controle do lado direito (Control Panel), fui até o final na opção “Metadata” e selecionei “Remove Metadata”. Ao clicar duas vezes ali, o recurso é aberto nos painéis superiores. No painel “Tool Settings”, selecionei as três opções: Exif, IPTC e XMP.

E é só. Depois, basta clicar em “RUN” e verificar se os metadados foram removidos e se o procedimento funcionou. É possível verificar no próprio Digikam, ou no painel de informações do Dolphin, no GIMP ou mesmo no terminal (precisa instalar o plugin ExifTool e depois lançar o comando “exiftool nomedoarquivo.jpg” no terminal).

Ah, vale dizer que os gerenciadores de arquivos de algumas distros Linux nem sempre mostram todos os metadados possíveis ao clicar em “Propriedades > Detalhes” de uma imagem. O Gwenview também é incompleto. O Dolphin, que é o gerenciador de arquivos padrão do KDE, não é exaustivo no que escolhe mostrar. Por essas e outras precisei instalar o Digikam.

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Renomear arquivos em massa

Como eu disse antes, da primeira vez eu cometi um erro na customização do nome e acabei renomeando errado os arquivos cujos metadados foram removidos. Coisa boba mesmo, repeti uma opção e um modificador em Renaming Options. Este é um recurso muito bacana e tem opções avançadas, eu quis “brincar” um pouco mas não deu certo de primeira. 😁

Mas só percebi isso depois.

Eu não domino o Digikam, e talvez seja possível renomear os arquivos em massa. No entanto, como estou acostumada a usar o KRename (https://userbase.kde.org/KRename), seria mais rápido renomear os arquivos em massa por meio dele do que me aventurar no Digikam, que uso muito pouco, e ter que gastar tempo procurando como fazer na internet ou tateando dentro do programa mesmo.

Era 1h30 da madrugada, vamos de KRename.

(mas eu realmente queria dominar o Digikam e esse era um use case bom para testar novas coisas, mas o hábito falou mais forte...)

Renomear arquivos em massa no KRename é muuuuuito simples.

Basta abrir o programa, clicar em “Add” e escolher os arquivos desejados. Na próxima tela, você verá que existem 4 etapas no menu acima do painel dos arquivos: Files, Destination, Plugins e Filename.

Em “Destination”, deixei na mesma pasta e selecionei a opção para sobrescrever os arquivos (“Overwrite existing files”). Mas, se você não conhece o programa e tem medo de fazer besteira, crie uma pasta nova com os arquivos renomeados, em vez de substituir os existentes de cara.

Depois, fui direto para a 4° etapa (Filename), que tem inúmeras opções. No meu caso, eu precisava usar um regex. Para isso, fui em “Find and Replace > Add”, inseri meu regex no campo “Find” e selecionei “Find is a Regular Expression”. Clicar OK.

Também é possível acrescentar outras condições de substituição.

Ao dar o segundo OK, os arquivos foram pré-renomeados. Você pode verificar se está tudo certinho. Se estiver tudo certo, você clica no botão Finish.

Somente ao dar o comando “Finish” é que ele vai realmente renomear os arquivos no disco rígido.

Se como eu você precisar usar e abusar do regex, não hesite testar se ele funciona em um arquivo somente.

 
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from skadi

Tenho trabalhado como tradutora voluntária em alguns projetos de código aberto. Meu objetivo é trazer o idioma português para projetos que gosto.

Quando me candidatei a voluntária em um grande projeto como tradutora, tive que responder algumas perguntas sobre COMO faço meu trabalho de tradução. Na primeira vez que vi essa pergunta, pensei: bem, eu apenas traduzo palavras que conheço, percorrendo meu dicionario mental. Mas certamente não é isso que eles queriam saber, e provavelmente querem comparar o seu repertório de estratégias para fazer as traduções com o repertório de outros candidatos no que diz respeito a traduções que não são tão simples de fazer quanto percorrer um dicionário mental.

Mas quais são as etapas que eu sigo? Então, tentei dissecar o que costumo fazer quando estou traduzindo, e aqui estão as etapas que sigo:

1- Primeiro de tudo, ler o texto inteiro e ver se entendeu 2- Procurar os termos desconhecidos 3- Entender o contexto, significado e traduzir frase por frase (não palavra por palavra) 4- Verificar a gramática/sintaxe 5- Fazer uma revisão

Mas essas etapas podem ser mais trabalhosas do que inicialmente se imagina:

  • Diante de algumas palavras menos conhecidas, consulto um dicionário online para obter definições, sinônimos e as melhores palavras equivalentes em outro idioma. Muitas vezes, ainda que eu conheça o significado da palavra, eu olho a definição assim mesmo para ter certeza que o que eu achava era isso mesmo, pois o problema de aprender outros idiomas de forma não muito formal é que às vezes a gente aprendeu errado.
  • Como falo fluentemente três idiomas, se tenho dúvida sobre como traduzir algo do francês ou inglês para o português e não acho resposta, vou consultar como os espanhóis fizeram. Às vezes, quando a tradução literal não funciona, olho a tradução francesa de uma palavra inglesa e vice-versa para adaptá-la ao português. O fato de saber uma terceira língua já me salvou várias vezes.
  • Crio um dicionário com as expressões mais comuns para que eu não perca tempo nas próximas traduções. Alguns projetos já possuem dicionario próprio que você tem que respeitar, o que é bem prático. Mas nem todos são bem estruturados.
  • Verifico a gramática e a ortografia antes de enviar. Eventualmente espero um pouco mais antes de revisar para dar uma “distanciada” da tradução recentemente terminada.
  • Ao traduzir as legendas de vídeos, levo em conta o contexto, o tom e o estilo. Precisa tomar cuidado para encontrar o equilíbrio ideal entre o tempo de um quadro de vídeo e a extensão do texto na tela e ser sucinta, buscando usar palavras eficientes que resumem a ideia que está sendo passada.
  • Se eu não entender uma palavra ou não saber se já existe uma tradução para um termo técnico, tenho que pesquisar para entender o assunto. Isso pode incluir passar um bom tempo lendo documentação técnica ou até instalar apps de concorrentes. Somente peço ajuda para os universitários (outros tradutores) em última instância, até porque os projetos em que tenho trabalhado não possuem comunidades ativas.
  • Se o conteúdo for realmente técnico e eu perceber que não tenho capacidade (ou tempo) de fazer uma boa tradução, deixo para o próximo. Percebi que normalmente bloqueio na hora de traduzir termos de infraestrutura/devops/protocolos então é um esforço que parei de fazer pelos resultados que me deixavam ansiosa e com medo de estar errada. Na dúvida, não traduza.

Quando saí do piloto automático e parei para pensar no que estava fazendo, percebi que, ainda que eu faça isso de graça e não seja profissional, é um trabalho que exige disciplina e rigor. Tenho tendência a menosprezar coisas que faço com facilidade e prazer, mas, dessas raras vezes em que paro para refletir sobre o significado de tal atividade e sobre o tempo que dedico a projetos de pessoas que nem conheço, encontro algumas qualidades e fico agradecida por ter conhecimento específicos que são úteis a outros, e por ter motivação e abnegação para aplicá-los em projetos que não são meus, sem nenhuma expectativa de retribuição.

 
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from skadi

XMPP logo Influenciada por discussões no Mastodon, tenho me interessado bastante sobre protocolos de mensageiros instantâneos como o #XMPP e tenho guardado nos meus arquivos os links de artigos sobre o assunto que tenho lido.

Decidi compartilhar aqui a lista de artigos encontrados com outros interessados. A ideia é ir acrescentando novos links conforme mais leituras forem feitas.

Os artigos estão em inglês, salvo se sinalizados com 🇧🇷 ou 🇫🇷.

Indice:

  1. Geral 1.2. Artigos em português 1.3. Artigos em francês
  2. Servidores XMPP
  3. OMEMO
  4. Na mídia

1. Geral

-** Comparison XMPP/Matrix** https://www.freie-messenger.de/en/systemvergleich/xmpp-matrix/

1.2. Artigos em português: 🇧🇷

Explicações em português feitas pela comunidade brasileira no Mastodon:

1.3. Artigos em francês: 🇫🇷

  • Messagerie instantanée – XMPP

https://www.chapril.org/-XMPP-.html

2. Servidores XMPP

2.1. Ejabberd

2.2. Prosody

3. Sobre OMEMO (criptografia utilizada pelo XMPP):

Omemo logo

0384: OMEMO Encryption: Specifications https://xmpp.org/extensions/xep-0384.html

OMEMO Multi-End Message and Object Encryption https://conversations.im/omemo

PDF: OMEMO: Cryptographic analysis repo (resultado de auditoria) https://conversations.im/omemo/audit.pdf

Signal Encryption vs. XMPP Omemo https://www.reddit.com/r/signal/comments/10edi7b/signal_encryption_vs_xmpp_omemo/

Blind Trust Before Verification https://gultsch.de/trust.html

4. Na mídia

This Is the Code the FBI Used to Wiretap the World (2022) https://www.vice.com/en/article/anom-app-source-code-operation-trojan-shield-an0m/

Hack Exposes Reams of Private Jabber Chats (2017) https://www.vice.com/en/article/hack-exposes-reams-of-private-jabber-chats/

The NSA Uses the Same Chat Protocol as Hackers and Activists (2014) https://www.vice.com/en/article/the-nsa-uses-the-same-chat-protocol-as-hackers-and-activists/

 
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from notamental

If you're trying to upgrade Proxmox from 7 to 8 using K or S OVH Type Servers, and you are loosing network connection after the reboot this is for you.

A kernel regression could affect the kernel network devices detection.

To fix this you need to add pci=noear to your grub config before rebot.

Example

root@yourserver:~# cat /etc/default/grub|grep quiet
GRUB_CMDLINE_LINUX_DEFAULT="quiet pci=noaer"

How to do it?

vim /etc/default/grub

Change

GRUB_CMDLINE_LINUX_DEFAULT="quiet"

To

GRUB_CMDLINE_LINUX_DEFAULT="quiet pci=noaer"

Update grub config

update-grub

Then reboot.

reboot

Tags for search index

  • X550
  • enp5s0f0
  • pve-kernel
  • ixgbe
  • k7

Refs

 
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from postmortem

Pessoal,

Nosso servidor no DatabaseMart começou a se comportar de forma inesperada.

O I/O de disco começou a subir muito e ficou impraticável manter a operação lá.

O suporte não conseguiu solucionar, portanto, fizemos rollback para OVH.

Estamos de volta na OVH, finalizando ainda algumas configurações.

O que podemos melhorar?

Vamos colocar o bolha.io, site estático fora da OVH para poder comunicar problemas quando ocorrem.

Vamos colocar o mattermost.bolha.chat fora da OVH para que vocês possam falar conosco em caso de um problema nos servidores principais.

Vamos criar uma conta no mastodon.social para informar de problema que possam estar acontecendo nos servidores da OVH.

Vamos colocar um NGINX no servidor do KUMA (status.bolha.us) para não depender do NGINX que roda nos servidores da OVH.

E os dados?

Fizemos um backup ontem às 19hs das VMs do servidor da DatabaseMart e restauramos do lado de cá.

Como podemos ver se está no ar ou não?

Acesse sempre o https://status.bolha.us e https://bolha.io para ter informações.

 
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