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from skadi

Tenho trabalhado como tradutora voluntária em alguns projetos de código aberto. Meu objetivo é trazer o idioma português para projetos que gosto.

Quando me candidatei a voluntária em um grande projeto como tradutora, tive que responder algumas perguntas sobre COMO faço meu trabalho de tradução. Na primeira vez que vi essa pergunta, pensei: bem, eu apenas traduzo palavras que conheço, percorrendo meu dicionario mental. Mas certamente não é isso que eles queriam saber, e provavelmente querem comparar o seu repertório de estratégias para fazer as traduções com o repertório de outros candidatos no que diz respeito a traduções que não são tão simples de fazer quanto percorrer um dicionário mental.

Mas quais são as etapas que eu sigo? Então, tentei dissecar o que costumo fazer quando estou traduzindo, e aqui estão as etapas que sigo:

1- Primeiro de tudo, ler o texto inteiro e ver se entendeu 2- Procurar os termos desconhecidos 3- Entender o contexto, significado e traduzir frase por frase (não palavra por palavra) 4- Verificar a gramática/sintaxe 5- Fazer uma revisão

Mas essas etapas podem ser mais trabalhosas do que inicialmente se imagina:

  • Diante de algumas palavras menos conhecidas, consulto um dicionário online para obter definições, sinônimos e as melhores palavras equivalentes em outro idioma. Muitas vezes, ainda que eu conheça o significado da palavra, eu olho a definição assim mesmo para ter certeza que o que eu achava era isso mesmo, pois o problema de aprender outros idiomas de forma não muito formal é que às vezes a gente aprendeu errado.
  • Como falo fluentemente três idiomas, se tenho dúvida sobre como traduzir algo do francês ou inglês para o português e não acho resposta, vou consultar como os espanhóis fizeram. Às vezes, quando a tradução literal não funciona, olho a tradução francesa de uma palavra inglesa e vice-versa para adaptá-la ao português. O fato de saber uma terceira língua já me salvou várias vezes.
  • Crio um dicionário com as expressões mais comuns para que eu não perca tempo nas próximas traduções. Alguns projetos já possuem dicionario próprio que você tem que respeitar, o que é bem prático. Mas nem todos são bem estruturados.
  • Verifico a gramática e a ortografia antes de enviar. Eventualmente espero um pouco mais antes de revisar para dar uma “distanciada” da tradução recentemente terminada.
  • Ao traduzir as legendas de vídeos, levo em conta o contexto, o tom e o estilo. Precisa tomar cuidado para encontrar o equilíbrio ideal entre o tempo de um quadro de vídeo e a extensão do texto na tela e ser sucinta, buscando usar palavras eficientes que resumem a ideia que está sendo passada.
  • Se eu não entender uma palavra ou não saber se já existe uma tradução para um termo técnico, tenho que pesquisar para entender o assunto. Isso pode incluir passar um bom tempo lendo documentação técnica ou até instalar apps de concorrentes. Somente peço ajuda para os universitários (outros tradutores) em última instância, até porque os projetos em que tenho trabalhado não possuem comunidades ativas.
  • Se o conteúdo for realmente técnico e eu perceber que não tenho capacidade (ou tempo) de fazer uma boa tradução, deixo para o próximo. Percebi que normalmente bloqueio na hora de traduzir termos de infraestrutura/devops/protocolos então é um esforço que parei de fazer pelos resultados que me deixavam ansiosa e com medo de estar errada. Na dúvida, não traduza.

Quando saí do piloto automático e parei para pensar no que estava fazendo, percebi que, ainda que eu faça isso de graça e não seja profissional, é um trabalho que exige disciplina e rigor. Tenho tendência a menosprezar coisas que faço com facilidade e prazer, mas, dessas raras vezes em que paro para refletir sobre o significado de tal atividade e sobre o tempo que dedico a projetos de pessoas que nem conheço, encontro algumas qualidades e fico agradecida por ter conhecimento específicos que são úteis a outros, e por ter motivação e abnegação para aplicá-los em projetos que não são meus, sem nenhuma expectativa de retribuição.

 
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from skadi

XMPP logo Influenciada por discussões no Mastodon, tenho me interessado bastante sobre protocolos de mensageiros instantâneos como o #XMPP e tenho guardado nos meus arquivos os links de artigos sobre o assunto que tenho lido.

Decidi compartilhar aqui a lista de artigos encontrados com outros interessados. A ideia é ir acrescentando novos links conforme mais leituras forem feitas.

Os artigos estão em inglês, salvo se sinalizados com 🇧🇷 ou 🇫🇷.

Indice:

  1. Geral 1.2. Artigos em português 1.3. Artigos em francês
  2. Servidores XMPP
  3. OMEMO
  4. Na mídia

1. Geral

-** Comparison XMPP/Matrix** https://www.freie-messenger.de/en/systemvergleich/xmpp-matrix/

1.2. Artigos em português: 🇧🇷

Explicações em português feitas pela comunidade brasileira no Mastodon:

1.3. Artigos em francês: 🇫🇷

  • Messagerie instantanée – XMPP

https://www.chapril.org/-XMPP-.html

2. Servidores XMPP

2.1. Ejabberd

2.2. Prosody

3. Sobre OMEMO (criptografia utilizada pelo XMPP):

Omemo logo

0384: OMEMO Encryption: Specifications https://xmpp.org/extensions/xep-0384.html

OMEMO Multi-End Message and Object Encryption https://conversations.im/omemo

PDF: OMEMO: Cryptographic analysis repo (resultado de auditoria) https://conversations.im/omemo/audit.pdf

Signal Encryption vs. XMPP Omemo https://www.reddit.com/r/signal/comments/10edi7b/signal_encryption_vs_xmpp_omemo/

Blind Trust Before Verification https://gultsch.de/trust.html

4. Na mídia

This Is the Code the FBI Used to Wiretap the World (2022) https://www.vice.com/en/article/anom-app-source-code-operation-trojan-shield-an0m/

Hack Exposes Reams of Private Jabber Chats (2017) https://www.vice.com/en/article/hack-exposes-reams-of-private-jabber-chats/

The NSA Uses the Same Chat Protocol as Hackers and Activists (2014) https://www.vice.com/en/article/the-nsa-uses-the-same-chat-protocol-as-hackers-and-activists/

 
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from notamental

If you're trying to upgrade Proxmox from 7 to 8 using K or S OVH Type Servers, and you are loosing network connection after the reboot this is for you.

A kernel regression could affect the kernel network devices detection.

To fix this you need to add pci=noear to your grub config before rebot.

Example

root@yourserver:~# cat /etc/default/grub|grep quiet
GRUB_CMDLINE_LINUX_DEFAULT="quiet pci=noaer"

How to do it?

vim /etc/default/grub

Change

GRUB_CMDLINE_LINUX_DEFAULT="quiet"

To

GRUB_CMDLINE_LINUX_DEFAULT="quiet pci=noaer"

Update grub config

update-grub

Then reboot.

reboot

Tags for search index

  • X550
  • enp5s0f0
  • pve-kernel
  • ixgbe
  • k7

Refs

 
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from postmortem

Pessoal,

Nosso servidor no DatabaseMart começou a se comportar de forma inesperada.

O I/O de disco começou a subir muito e ficou impraticável manter a operação lá.

O suporte não conseguiu solucionar, portanto, fizemos rollback para OVH.

Estamos de volta na OVH, finalizando ainda algumas configurações.

O que podemos melhorar?

Vamos colocar o bolha.io, site estático fora da OVH para poder comunicar problemas quando ocorrem.

Vamos colocar o mattermost.bolha.chat fora da OVH para que vocês possam falar conosco em caso de um problema nos servidores principais.

Vamos criar uma conta no mastodon.social para informar de problema que possam estar acontecendo nos servidores da OVH.

Vamos colocar um NGINX no servidor do KUMA (status.bolha.us) para não depender do NGINX que roda nos servidores da OVH.

E os dados?

Fizemos um backup ontem às 19hs das VMs do servidor da DatabaseMart e restauramos do lado de cá.

Como podemos ver se está no ar ou não?

Acesse sempre o https://status.bolha.us e https://bolha.io para ter informações.

 
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from João Miguel Neves

Aprendendo a desenhar: Parte 1 Ontem de madrgada decidi que eu iria me organizar para aprender a desenhar, habilidade que eu já queria queria desenvolver quando criança. Mas, eu só decidi começar recentemente, principalmente, porque eu estou consumindo mais quadrinhos, e conteúdos relacionados, e eu quero ter esse hobby, além disso, eventualmente vou aprender a desenvolver jogos e desenhar vai ser uma habilidade útil para isso. E, diante de tudo isso, eu decidi que nesse blog vou documentar o meu progresso nessa aventura.

Para me organizar decidi escolher uma playlist de curso no youtube, e nela eu vou tentar fazer pelo menos 4 aulas por semana, além disso, sempre que eu não estiver fazendo nada vou fazer pequenos exercícios de fundamentos dodesenho, alternando os fundamentos a cada semana.

 
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from Blog do Emanoel

A escrita acadêmica possui muitas regras e tem norma para tudo. Um caminho que você pode escolher é o utilizar modelos já prontos no overleaf.

Nesse exemplo, a escrita de um capítulo de livro exigia que fosse utilizado um modelo da Sociedade Brasileira de Computação. Pronto! Não precisa se preocupar com as normas que regem a formatação. Já está tudo definido, basta se preocupar com a escrita de fato.

 
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from bolhaverso

O Invidious é um frontend para o youtube, um projeto open source bem bacana que oferece uma interface sem propaganda ou rastreamento.

Funcionou durante um bom tempo, mas hoje em dia o youtube bloqueia ele completamente.

Ele rodava na url https://tube.bolha.tools.

Como não funciona mais, estamos tirando do ar essa interface.

Em breve traremos novos serviços.

[s] Guto

 
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from postmortem

Ontem ocorreu um problema, não em nosso servidor, mas em nosso provedor.

Nosso provedor informou que um RACK de REDE teve pane.

Isso deixou nosso servidor fora no período da tarde por cerca de 4 horas.

Já voltamos!

[s] Guto

 
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from bolhaverso

Infelizmente depois de dois anos tentando lidar com todos os problemas que vem junto o servidor synapse/matrix, a bolha decidiu seguir com XMPP, IRC e MatterMost daqui para frente.

Quais problemas com o Matrix?

  • Uso excessivo de espaço em disco
  • Necessidade de rodar vacuum-full no banco para liberar disco
  • Para rodar vacuum full precisa parar o serviço synapse
  • Canais com conteúdo proibido sendo criados pela federação
  • Ferramentas oficiais de moderação inexistentes
  • Ferramentas de moderação comunitárias limitadas
  • Lentidão na federação com a matrix.org
  • Arquitetura e protocolo com limitações e problemas
  • Controle para criação/moderação de contas limitadas

Os canais com conteúdo adulto que eram replicados do matrix.org pra cá enchiam o disco em horas e demandavam manutenção constante, nosso time bloqueva um, apareciam mais quatro e enchiam o disco.

Sabemos que existem plugins da comunidade que poderiam ser configurados para algum tipo de moderação mais eficaz, mais ainda assim, não resolviam os principais problemas de lentidão, moderação de contas, controle de conteúdo e consumo de disco. Cuidar de tudo isso, dessa forma manual, tinha um custo de tempo muito alto para nosso time.

De ferramentas da comunidade chegamos a usar o Janitor e Matrix-admin, mas não foram suficientes para manter a saúde do serviço. Não chegamos a usar o Mjolnir ou outro serviço de moderação.

Testamos outros servidores como Dentrite e Conduit, mas não achamos maduros para seguir com eles, além de que não tem como importar as contas e conteúdo do synpase, teria que começar do zero.

Em resumo, a quantidade de trabalho e tempo que um servidor synapse/matrix demanda, foram pra gente os parâmetros mais importantes a nos levar a decidir a encerrar esse serviço.

Para se ter uma ideia, ele demandava mais atenção que todos os outros serviços juntos.

A maioria dos serviços do bolhaverso rodam sozinhos, automatizados, monitorados e tem baixa ou quase nenhuma manutenção.

E agora?

A bolha vai investir em outras ferramentas de chat.

Estamos configurando os novos serviços e vamos liberar em breve.

Os serviços escolhidos foram:

  • XMPP/Ejabberd (Mensagem instantânea)
  • IRC/UnrealIRCd (Chat retrô)
  • Mattermost (Chat estilo Slack)

Nossa ideia é que o servico de XMPP use autenticação do Bolha.us :)

[s] Guto

 
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from Memórias Invisíveis

Da série “O Abismo Entre Nós”

set 2024

Uma fotografia. O coração dispara e no rosto, um sorriso em esboço. Enquanto a minh’alma baila, no embalo da canção que é a tua efígie.

Quem é ela? Aquela cujo olhar faz minh'alma brilhar, cujos lábios recitam poesias mesmo em silêncio. Ela é, pois, a presença que habita meus sonhos e traz consigo a brisa do desejo.

É noite, e mais uma vez me perco entre estas marés. Embriago-me na imensidão deste oceano castanho, nas joias enigmáticas que são teus olhos. E nesta imersão de sensações, desejos e memórias, relembro mais uma vez os momentos em que me agraciastes com tua presença.

A primeira vez que a vi, estava de mãos dadas com outra pessoa. Não dei muita importância e, na verdade, quase não a notei. Anos depois, lembrei-me, quando outra vez mais, a vi. Não tu em carne e osso, mas na tua etérea presença, através de uma fotografia. Não uma fotografia tua no sentido de capturar tua imagem, mas uma fotografia da qual foste a fotógrafa. Um ramo com várias flores carmesins, em contraste com a luz do sol. Esta imagem, quem me mostrou foi aquele alguém com quem estiveste de mãos dadas muitos anos atrás, quando a vi pela primeira vez. E através de tal fotografia, por ti, me apaixonei.

Levaram-se alguns anos até que eu conseguisse falar contigo, à distância, nas possibilidades de encontros que a grande rede nos oferece. Tudo começou com algumas “curtidas”, depois alguns comentários e, por fim, as conversas. Não lembro ao certo quando ou quem iniciou, mas, após centenas de mensagens trocadas, a vida — ou talvez o próprio destino — decidiu que deveríamos nos encontrar.

Nos encontramos em uma das estações da Avenida Anhanguera, no cruzamento com a Avenida Goiás, onde anos atrás havia uma praça, a Praça dos Bandeirantes. Lembro-me de caminhar ao lado da minha mãe, sob as copas das árvores que adornavam aquele lugar. Agora, restam apenas uma estátua que homenageia um momento da trágica história de nosso povo e a lembrança do nosso primeiro encontro.

Da calçada, a observei enquanto desembarcava na estação. Hoje, pensar nas palavras que possam descrever o que senti ao vê-la ali, a poucos metros de mim, é um árduo exercício.

Tu surgiste, como a imagem de um anjo — ou da concepção que podemos ter sobre um anjo — com teus cabelos bailando ao ritmo das brisas criadas pelos veículos que passavam. Teu sorriso, como uma pintura de Michelangelo, te envolvia em uma aura de divina serenidade e beleza. Tu acenavas à medida que, lentamente, te aproximavas. Teu “oi” foi como uma tempestade de gafanhotos que fervilhava em minhas entranhas. E naquele instante, eu te amei.

Fomos até um café anexo a uma livraria. Lembro-me de que tu escolheste um livro com poesias goianas, as quais dizias serem tuas favoritas, e desde então, as poesias do Planalto Central tornaram-se as minhas lembranças favoritas de ti. Pedimos algo para beber e conversamos; perguntei sobre ti, teus sonhos, teus interesses, desejos e temores. E tu me perguntaste sobre os meus.

As conversas na rede continuaram, e me lembro que um dia te chamei para ir comigo à capital buscar algo — acho que um presente, não me lembro ao certo. Tu foste de bom grado e, no caminho, dentro do ônibus, observando teus gestos ao falar, teu sorriso e o brilho no teu olhar, tive a certeza de que te amar era a mais sensata das escolhas. De lá, por um acaso intencional de ambas as partes, fomos para casa. Ficamos a tarde conversando, deitados um ao lado do outro, ouvindo Sinatra. Compondo uma canção para ti, no fim da tarde, quando o sol lentamente se ocultava entre as curvas da Serra das Areias, tu me perguntaste: “Sabe por que eu não te beijo?” Respondi negativamente, balançando a cabeça. Tu desviaste o olhar e, timidamente, me falaste teus motivos. Em resposta, eu apenas disse: “Se é o que tu desejas, faze.” Era 20 de outubro de 2018, um sábado. Nossos lábios se encontraram e, por breves instantes, nos fizemos um só.

Meu ser se tornou etéreo, fundindo-se a uma existência maior que o próprio universo: estrelas, supernovas e constelações, o farfalhar das folhas, o dançar das ondas do mar, os ventos cósmicos, as tempestades solares, a escuridão do vasto infinito. Fui e senti o todo e o nada. Naqueles instantes, tu, com tua fagulha divina, me fizeste sentir o sagrado e então descobri que deuses existiam, e tu eras a minha deusa.

Após o beijo, os encontros tornaram-se frequentes, e as trocas, intensas, como se o tempo se dissolvesse em cada toque. Teus lábios me devoravam com uma paixão voraz, enquanto tuas unhas me rasgavam suavemente. Os suspiros e gemidos se entrelaçavam no ar, e o calor do nosso corpo se fundia em um só, criando uma sinfonia de sensações. Teus braços me envolviam como um abrigo seguro, e tua presença aquecia minh'alma, como um sol radiante em um dia de inverno.

Teus olhares, profundos e penetrantes, vasculhavam os recônditos do meu ser, desnudando segredos que eu mal sabia que existiam. As cordas de sisal, os nós e as tranças entrelaçavam nosso prazer quase indissolúvel.

Recordo-me das vezes em que te visitei na faculdade, das caminhadas por entre os bosques, das pinturas que fiz em tua pele, e o anel que trancei com fibras de um cipó. Tu eras genuína, uma essência pura e vibrante; tu eras sincera; tu eras entrega e promessa. Mas, ao mesmo tempo, eras também angústia e medo, como sombras que dançavam à luz da nossa paixão.

Nossa paixão foi tão breve quanto as flores da primavera, cujas cores saturam-se lentamente ao iniciar do verão.

Um dia, tu me perguntaste por que ainda não nos havíamos juntado um ao outro – em carne e fluídos. Fiquei em silêncio, estagnando diante tua pergunta. Tu me confessaste que não querias que nos reduzíssemos a isso, que fôssemos mais do que carne, suor e gemidos. Era 23 de novembro de 2018 e, até hoje, não consigo entender completamente os motivos que te levaram a essa conversa. Apenas sei que, após dois dias de silêncio, tu escreveste o parágrafo final da nossa história.

Semanas depois, nos encontramos e conversamos. Como amigos, caminhamos juntos pelo bosque, sob a tênue luz do sol da manhã. Passamos aquele dia quase em total silêncio, imersos em uma cumplicidade que falava mais do que palavras poderiam expressar.

Era fim de tarde quando você, junto ao sol, desapareceu no horizonte. O crepúsculo de um sonho. Partiu. Sem nenhuma palavra. E após este fatídico dia tudo mais se fez silêncio.

Carrego comigo as lembranças de ti, do romance, da amizade e do companheirismo que perduraram, mesmo diante das tempestades. Também guardo as fotografias, e entre elas, há uma que é especialmente significativa.

Uma fotografia. O coração dispara e no rosto, um sorriso em esboço. Enquanto a minh’alma baila, no embalo da canção que é a tua efígie.

 
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