#31 – READ A MANGA WITH 6 OR MORE WORDS IN ITS TITLE – O ESTRANHO CONTO DA ILHA PANORAMA (8/8)
Na minha vida, li pouco de Suehiro Maruo, bem menos do que eu gostaria. Na realidade, o único que li além desse foi “Shoujo Tsubaki”, já há muitos anos. Tenho uma memória muito forte sobre ele; estava em São Vicente, no primeiro apartamento que morei na vida, lendo o único volume do título durante a madrugada, deitado no escuro, no sofá marrom super confortável (que minha mãe se desfez somente agora, há cerca de um mês), em uma minúscula tela de celular, cujo modelo não consigo especificar.
E era algo rotineiro na minha adolescência depressiva. Virar madrugadas adentro lendo mangá, vendo anime ou, então, jogando videogame. Usava de distração, ponto de fuga, e isso me atrapalhava demais nos estudos e ser alguém produtivo durante o dia.
Fui melhorando, nisso o ritmo de leitura reduziu drasticamente. No meu segundo ano de cursinho, não devo ter lido quase nada. Mas ser um adulto funcional é exatamente isso, não deixar de lado suas obrigações, independente da sua condição física ou mental. Não é algo bom, mas necessário para sobreviver.
Voltando ao título do post, foi um mangá bom pra caralho, mas talvez não tenha sido a melhor escolha da Pipoca & Nanquim como primeira publicação do autor durante muito tempo no Brasil. Muito pouco do eroguru é mostrado, e acredito que certa potência disso poderia atrair o público brasileiro, que já está saturado de Junji Ito. Além disso, é uma adaptação de uma obra de Edogawa Rampo, que esse mesmo público não tem conhecimento popular prévio para aproveitar todo o contexto e entrelinhas que o mangá oferece.
Eu mesmo teria aproveitado bem mais o mangá se tivesse lido o livro antes. Não tinha ideia que se tratava de mais um caso de Kogoro Akechi, sua aparição foi uma surpresa agradável para mim, que conheço o personagem e tenho um mínimo de contexto. Aagora, terei a obrigação de ler mais Maruo, e, também, iniciar com leituras de Edogawa Rampo.