Quadrinistas Uni-vos

Blog oficial do coletivo de trabalhadores dos quadrinhos, Quadrinistas Uni-vos.

FIQ À organização,

Nosso coletivo, Quadrinistas Uni-vos, reconhece e valoriza a iniciativa de incentivo à leitura promovida com a ação dos vouchers distribuídos aos estudantes da rede de ensino público. Porém, precisamos destacar que existem falhas na iniciativa que deixam uma parte considerável dos quadrinistas de fora, seja por serem incapazes de aceitar os vouchers devido às suas condições de trabalho, ou mesmo por estarem sujeitos a sofrer prejuízos.

Dos quadrinistas que possuem CNPJ, a maior parte deles é MEI, porém, parcela considerável atuam apenas como pessoas físicas, e mesmo aqueles que portam um MEI não possuem contadores para tirarem dúvidas a respeito de nota fiscal.

Entendemos que, devido a essas questões, os vouchers beneficiam apenas alguns poucos quadrinistas, que conseguem emitir essas notas junto às livrarias que alugam os estandes e que são formalizadas através de um CNPJ como “vendedoras de livros”.

Muitos quadrinistas, por não conseguirem emitir notas de produtos por questões contábeis, acabam recorrendo a terceiros para emiti-las, a fim de conseguir alcançar as crianças e adolescentes visitantes das escolas, um público que dificilmente teria acesso ao seu trabalho de outra forma. Alguns artistas, com o objetivo de atingir o público, aceitam os vouchers e os utilizam em estandes de editoras fazendo compras e gastando um recurso que deveria ajudar a pagar seus custos. Um programa importante de incentivo à leitura não pode deixar de fora uma parte considerável da produção quadrinística brasileira.

Na edição de 2022, ano em que se deu início a essa política de fomento cultural, quadrinistas aceitaram vouchers, e ao entrarem em contato com as escolas para receber, posteriormente ao FIQ, foram ignorados. Essa relação desigual que se deu entre os quadrinistas e algumas das instituições escolares levou a prejuízos financeiros para nossa categoria, já tão precarizada em suas condições de vida e trabalho.

Devido ao que aconteceu em 2022, nesta nova edição do FIQ muitos quadrinistas optaram por não aceitar os vouchers, limitando ainda mais a sua utilização às livrarias, que já faziam muitas vendas dentro do evento. Isso prejudica também o alcance do poder de compra dos estudantes, que não podem adquirir o quadrinho que estão interessados e sim o material de quem aceita os vouchers.

Para que exista uma distribuição mais democrática entre os quadrinistas independentes e as livrarias, o coletivo Quadrinistas Uni-vos sugere (e se coloca à disposição para contribuir nisso) que o evento faça uma intermediação encarregada pela emissão de notas e recebimentos, aos moldes de outras feiras, como a “Feira do livro de Osasco” que acontece no Estado de São Paulo.

Uma outra alternativa sugerida pelo coletivo é a utilização de cartões pré abastecidos com o valor do voucher, exclusivo para utilização entre os artistas e livrarias, possibilitando uma transação menos burocrática e acessível tanto para os beneficiados quanto para os compradores que, por consequência, terão acesso a mais opções de títulos.

Para além dessa sugestão e a fim de profissionalizar o setor, o FIQ pode tornar-se um espaço de aprendizado e avanço, oferecendo cursos gratuitos para os artistas selecionados junto ao SEBRAE, orientando e tirando dúvidas contábeis e fiscais.

Estamos à disposição para um diálogo aberto e construtivo. Juntos, podemos construir um cenário de quadrinhos cada vez mais justo e representativo.

Atenciosamente,

Coletivo Quadrinistas Uni-vos.

Assista a nossa fala na audiência realizada no dia 09/05, da lei Paulo Gustavo, na casa de cultura do Butantã.

Temos marcado presença em todas as audiências e salientando a necessidade de fomento à nossa categoria.

Você, é quadrinista de São Paulo capital, e quer colar com a gente? Manda um salve!

Nós do coletivo Quadrinistas Uni-vos temos como principal objetivo a melhoria das condições materiais e de trabalho de toda a categoria.

No dia 23 de Maio foi aprovado o novo pacote de austeridade, chamado de “arcabouço fiscal”, uma medida LIBERAL que vai sufocar o investimento público em diferentes setores.

Nós do coletivo repudiamos mais essa medida de austeridade, que pouco se difere de maneira prática da chamada “PEC da Morte” aprovada pelo ex-presidente Temer, e que era chamada assim pelos mesmos “progressistas” do PT, PCdoB, PDT, e PSB, mas que ontem votaram em peso a favor dessa medida.

Se queremos melhorias tão necessárias para a nossa categoria, e para o conjunto da classe trabalhadora, e se queremos uma arte acessível e inclusiva, PRECISAMOS de investimento público para tal.

Por isso chamamos vocês, quadrinistas, comunicadores, editores, organizadores de eventos, e toda a classe trabalhadora, à mobilização pela revogação dessa NOVA PEC DA MORTE.

Só a classe trabalhadora mobilizada e nas ruas tem poder de fazer pressão contra os interesses da burguesia. QUADRINISTAS UNI-VOS!

Arte por Luma Rodrigues Arte por Luma Rodrigues.

Atenção trabalhadores dos quadrinhos do Rio de Janeiro. A Secretaria de Cultura do Estado está recebendo respostas em um formulário de consulta pública sobre a aplicação da verba da Lei Paulo Gustavo até o dia 20/04.

Precisamos mostrar a força e as demandas das trabalhadoras e trabalhadores dos quadrinhos no Rio de Janeiro, e lutar para que a linguagem dos quadrinhos seja contemplada em categoria específica nos editais de fomento voltados para o setor cultural.

Quadrinhos na Lei Paulo Gustavo

Para conquistar uma verba específica para os trabalhadores de quadrinhos nos editais da Lei Paulo Gustavo (entre outros objetivos), o coletivo Quadrinistas Uni-vos, do qual faço parte, está promovendo um levantamento dos trabalhadores de HQ do Estado de São Paulo através deste formulário.

Através desse mapeamento, o objetivo do coletivo Quadrinistas Uni-vos é demonstrar a grande quantidade de trabalhadores da área de quadrinhos, e assim pleitear junto as secretarias culturais (municipais e do estado) não só uma verba específica nos editais da Lei Paulo Gustavo em São Paulo, mas também por mais editais e políticas públicas de cultura voltadas as histórias em quadrinhos.

Quem pode responder ao formulário? Roteiristas, desenhistas, coloristas, arte-finalista, letristas, editores, professores, comunicadores, produtores culturais (de eventos), lojistas, enfim, todos que trabalham com quadrinhos no estado de São Paulo! É um formulário bem simples, com poucas perguntas, e que tomará apenas alguns poucos minutos para respondê-lo.