Os Canhões de Copacabana
Tempos de consolidação da burguesia.
Tempos de imbatível fortaleza das oligarquias cafeeiras.
Tempos em que os artistas se libertam do academicismo e proclamam novos caminhos.
Tempos em que o proletariado vira sujeito consciente de sua história, e cria seu partido, o Partido Comunista.
Tempos em que o socialismo é uma realidade para grandes porções da humanidade.
E tempos em que a pequena burguesia urbana, vendo toda essa efervescência, obriga-se também a se posicionar perante tudo isso. De um profundo e honesto sentimento de justiça e moralidade, muitos se ocupam de conspirar e agitar. Era urgente fazer justiça e acabar com a pouca vergonha que caracterizava e caracteriza ainda hoje a política nacional. Era preciso encarar todas as fraquezas de nosso país, todo o sofrimento de nosso povo. Estes eram tempos em que as classes médias brasileiras educavam-se a duras penas, mas conquistavam um arcabouço cultural e uma disposição para a luta, quase impossível de se imaginar nos medíocres e vulgares tempos em que vivemos. Muitos optaram por tornar único o caminho dos corredores da máquina estatal.
Poucos enxergaram mais longe e se incorporaram às lutas operárias. Mas fizeram a diferença.