O Pânico social plantado pela extrema-direita
Eis que a escola em que minhas filhas estudam, Escola Estadual Carlos Gomes em Campinas, foi invadida por um jovem em situação de rua, extremamente alcoolizado.
Como lidar com uma pessoa nessa situação, é coisa que qualquer um com o mínimo de vivência sabe fazer. Mas estamos num período terrível de concretas ações de morte, e de pânico generalizado.
Um sujeito exasperado e desesperado pela possibilidade de algo ruim acontecer, decide agir como um herói, no meio de crianças no horário de entrada. Esmurra o bêbado, que sangra, e o imobiliza no chão.
Quem está perto, percebe o que ocorre. Quem está longe, principalmente as crianças, só enxerga um sujeito sangrando caído no chão, e adultos gritando.
E diante de tudo o que vem ocorrendo em escolas, ficam desesperadas. Correm pra rua, muito movimentada, ou correm para dentro do prédio, para fugir. Pais, professores, funcionários, ou se desesperam, ou tentam conduzir as crianças da melhor forma.
Detalhe: era o horário de entradas das séries iniciais, das crianças mais novas. E nessa bagunça chegam rapidamente polícia militar e guarda civil, com armamento pesado, misturando-se à correria.
E no relato de minha filha mais nova, a única certeza que se formava na cabeça dela e de seus colegas, era que estavam vivendo um massacre.
Esse “invasor” poderia estar morto agora. Com crianças como plateia. Algum pai armado, poderia sim promover uma tragédia, disparando tiros em meio a uma multidão. Falhamos em não ter calma, em nos deixar levar por esses malditos extremistas.