O Deslumbre pela inteligência artificial IA

A Inteligência Artificial, assunto do momento... Todo mundo dá pitaco, lá vou eu.

Cada um de nós, evidentemente cada um de nós com condições socioeconômicas, somos agora como aquela pessoa poderosa, cercada de assessores que lhe servem. Basta querer algo e emitir a ordem, que algo será apresentado.

Assim acontece, por exemplo, com o ChatGTP.

Se antes tínhamos a ilusão de ter todos os artigos, textos e livros do mundo à nossa disposição (com o google), o que evidentemente é falso, agora temos a ilusão de termos um assistente inteligente e bem informado que pode suprir nossas deficiências (ou preguiça) e prontamente nos fornecer textos e respostas bem elaborados.

E aqui está o problema: fazer coisas sem pensar, resolver problemas sem inovar. É a cobra engolindo a si mesma. Isso é uma coisa que tenho comigo desde quando declararam que o Deep Blue venceu o Kasparov, que a máquina venceu o homem.

Foi necessária a ingestão de todo o conhecimento possível, codificada e organizada por humanos, toda uma operação coordenada por humanos, muitos humanos, para enfrentar um único humano.

Portanto a máquina não venceu o homem. Muitos humanos trabalhando em conjunto com muitos recursos computacionais venceram, com muita dificuldade, um único humano, dispondo de sua experiência e inteligência.

E nada de novo, apenas o conhecimento humano dado até o momento. Estamos em um momento histórico em que a produtividade atingiu um grande nível. Todo conhecimento humano, ao menos a pequena fração catalogada digitalmente, pode ser processado e acessado muito rapidamente.

Mais que isso, esse conhecimento pode ser inter-relacionado e pode-se descobrir relações que manualmente não sejam tão fáceis e óbvias.

Esse é o valor.

E isso leva a um progresso tremendo na produtividade do trabalho. E, tirando a panaceia e todo o deslumbre ou romantismo em torno disso, há a terrível consequência no mundo do trabalho: desemprego, seja pela diminuição de vagas, seja pela eliminação de certas funções.

Há muitos problemas a se resolver ainda.

Socialmente, há que se manter as pessoas empregadas, e aqui não há outra solução que não seja a redução imediata da jornada máxima para 30 horas semanais. Tecnicamente é preciso avançar muito, para que não se interaja com conjuntos limitados e muito desatualizados. Questões éticas e legais continuam sendo pra depois...

Paulo Henrique Rodrigues Pinheiro – https://bolha.us/@paulohrpinheiro