Delírios de um morceguinho que se pretende Nelsinho

Foto do salão térreo da Confeitaria das Famílias em Curitiba, em que se vê mesas com clientes, e o balção com o caixa e os doces e funcionárias prontas para atender, além das portas de entrada.

Eis um lugar, a Confeitaria das Famílias, que sinto falta, estando longe de Curitiba. Nem sei se existe ainda...

Diz a lenda que Ele costuma frequentar este ermo e amplo e fascinante local. Ele mesmo, o criador, ou alter ego, do Curitibano Vampiro.

Rara foto do vampiresco Dalton Trevisan, um senhor com sacolas de compra usando boné, tênis e roupa social, no centro de Curitiba.

Rara foto do vampiresco Dalton Trevisan, no centro de Curitiba.

As velhinhas, outrora vítimas (ou insaciáveis normalistas com “blusa vermelha, saia xadrez plissada, meia preta três-quartos, bota de saltinho”?) do hoje banguela vampiro, sempre estão nas melhores mesas.

Lá fora, a chuva, as pessoas apressadas, os guarda-chuvas trombando-se quando o balé dos desvios aéreos falha. Aqui dentro reina o silêncio. Meu mp3player começa a tocar um chorinho, na verdade o único que tenho nele, “Noites Cariocas”, mas em várias gravações de distintos chorões.

Um longo balcão, opções, opções, opções...

Mas serei fiel. Nenhuma outra é tão gostosa quanto Marta Rocha. Um doce sem exageros, tudo nela é na medida certa. Acompanhada de uma média (meio a meio?, sou questionado).

Minha amiga catireira me disse que gosta de gente esquisita, porque, entre outras coisas, comem boas comidas. Eu olho, disfarçadamente, à minha volta, e obtenho a confirmação empírica: gente muito esquisita comendo coisas muito boas.

Escrito há algumas décadas, vide a referência a “meu mp3” :)

Paulo Henrique Rodrigues Pinheiro – https://bolha.us/@paulohrpinheiro