#20 – READ A MANGA BY YOUR FAVORITE AUTHOR/ARTIST – MONSTER (162/162)

monsterPercebi um erro que cometi fazendo a lista do desafio nesse site, não estava colocando datas. Me peguei pensando há quanto tempo já estou fazendo isso, e não tenho ideia. Então, a partir desta nota, passarei a colocar dia de início de leitura e dia de término. Fiquei um pouco chateado, seria legal ver a evolução da leitura. Pensei em olhar no MAL, mas aparentemente o histórico de atualizações por lá não fica salvo para sempre, somente por coisa de quinzena (é ridículo, deveria ser maior).

Esse título marca a minha vigésima nota ao desafio. Estou orgulhoso de mim mesmo, por conseguir manter uma frequência razoável tanto de leitura quanto de escrita. Monster eu demorei um pouco mais que eu planejava para acabar (uns 2/3 meses a mais, rs), mas é porque o semestre na faculdade está bem puxado. Só consegui acabar por conta do feriado, antes dele estava tendo prova praticamente todo sábado.

Resolvi escolher um mangá especial para a nota #20, e foi Monster. Já queria realizar a releitura há tempos, pois já tinha esquecido toda a história. Aproveitei que me reuni novamente com minhas edições físicas de luxo, meus xodós da coleção, e fui em frente.

Lembrava de alguns dos momentos mais impactantes e da conclusão de tudo, mas muitos personagens acabaram caindo no limbo da minha memória: Grimmer, Sûk, Karl, por exemplo. Eu não me culpo tanto, a quantidade de personagens interessantes que o Urasawa cria é enorme (talvez seja por isso que ele seja um dos meus autores favoritos). É incrível como ele consegue, mesmo com personagens que tenham aparecido em poucas páginas, torná-los extremamente humanos e relevantes para a trama num geral.

Guardo um carinho especial pelo título por ter terminado a leitura em uma viagem para o Rio de Janeiro, em 2016. Estava indo visitar o Guilherme, e era uma época que ele me chamou para distrair, pois estava numa época bem difícil, que eu mal saia do quarto ou levantava da cama. Já havia começado a ler antes de ir, e tinha baixado os capítulos para ler no caminho, em cerca de 6/7 horas de viagem. Normalmente, fico cansado quando termino um ou dois volumes, é minha cota de leitura por sentada, inclusive em viagens. Naquele dia, li 7 volumes. A história me envolveu de um jeito que não conseguia parar de ler. Me forcei a dormir, mas era impossível. Aquela obra tinha toda a humanidade que eu sentia não ter, que eu procurava ao realizar aquela viagem.

Outra memória afetiva muito grande envolvendo o mangá foi a exposição do Urasawa que fui, na Japan House. Foi uma das últimas vezes que encontrei Davi, Daniel e Nazário antes da pandemia. Ver os originais foi algo surreal. Ver o meu painel favorito entre todos os incontáveis quadros por quais já passei na minha vida como leitor de quadrinhos foi uma experiência emocionante. No caso, estou falando do momento derradeiro em que Tenma está ajoelhado e apontando uma arma para testa de Johan, enquanto Johan aponta o dedo para a própria testa, com a paisagem do “fim do mundo” ao fundo. Tenho até uma foto com o Daniel reproduzindo a cena, que tirei naquele dia.

E Monster tem muitos momentos memoráveis além desse. Muitos. Consigo listar, de cabeça, os gêmeos se reencontrando na pousada Três Sapos após o evento na Casa das Rosas; Inspetor Lunde admitindo que errou para Tenma debaixo da chuva; Nina revelando o mistério inteiro da trama para Johan; Eva esperando Martin na estação de trem, que nunca chegará; a morte de Grimmer. Eu não conheço outro autor que consiga gerar tantas cenas de alto impacto em um mesmo título como Urasawa faz.

Monster e One Piece são os mangás que carrego com mais carinho.

Término: 18/06/22