#16 – READ A MANGA WITH AT LEAST 5 FAMILY MEMBERS IN THE CAST – SUNNY (37/37)

sunny 3Pulando a # 15, pois ainda estou me preparando para escrever Vinland Saga, que, se não me engano, prometi terminar em alguma nota anterior.

Eu estava com altas expectativas, porque rapidamente Tekkon Kinkreet se tornou um dos meus mangás favoritos e li pela primeira vez para o desafio. Talvez, essas expectativas me deixaram esperando algo que não faz juz à obra. Isso, aliado a meu pouco interesse em drama, slice of life e comming of age tornaram esta leitura um porre. Tive que me forçar a ler os últimos 4 capítulos, não estava aguentando mais.

Mas tem seus méritos. Como cada capítulo tem sua história fechada, alguns acabam se destacando. Um em específico, sobre a saída de Kiiko do Jardim Hoshinoko (lar das crianças que foram abandonadas pelos pais em uma cidade rural) me pegou de jeito, não consegui segurar o choro. Kiiko foi chamada para morar com os pais novamente, já que se reconciliaram. Megumu, sua melhor amiga no lar, sempre foi uma personagem diferente das demais, era a única que amava estar ali e de conviver com as outras crianças (apesar de sentir falta dos pais, que morreram em um acidente). Nesse capítulo, Megumu sofre com a futura saída de Kiiko, mas entende que seria o melhor pra ela, e acaba discursando durante a festa de despedida da melhor amiga, apesar de relutante. E todos caem em lágrimas. Kiiko acaba voltando pro orfanato no mesmo capítulo, pois o mundo é cruel.

E tem isso também, muito do mangá é triste por ser triste e só. É pura crueldade. Isso acabou me incomodando um pouco, e nada disso é muito bem tratado ao decorrer dos capítulos. Os personagens muitas vezes esquecem o que passaram, não evoluem muito bem com os traumas e decepções.

Fazia tempo que eu não chorava, e eu acho que foi porque amadureci nesses últimos anos. Amadurecer talvez não seja o termo certo, mas acabei aprendendo e blindando emoções que percebi que não deveria botar sempre pra fora. E eu não sei se isso é ruim ou não, mas foi a forma que encontrei de proteger os outros ao meu redor e não afastá-los.

PS. Acabei me empolgando e falando mais sobre mim do que sobre o mangá. Coloquei nessa categoria porque, de certa forma, as crianças (menores e maiores) acabam criando vínculos entre si e os cuidadores, formando algo parecido com uma família, para tentar suprir o buraco do abandono e da solidão. Os capítulos que tratam disso acabam sendo os melhores. O título é por conta de um modelo de carro em que as crianças vão para brincar ou quando estão tristes. Depois eu descobri que a obra foi patrocinada pela Nissan.