ZeAndarilho

Sobre Pacifismo, Limites dele e da Social Democracia

O que me fez escrever esse texto, e com um pouco de sorte voltar a escrever regularmente, coisa que eu fazia antes, foram alguns pensamentos que eu tive hoje e que me fizeram refletir um pouco, graças a algumas pessoas do fediverso e algumas coisas que elas escreveram, sobre diversas coisas , e eu decidi começar com alguns pensamentos sobre violência e pacifismo. Pacifismo seria a postura de rejeitar a violência em toda e qualquer situação, com o argumento de que não funciona, que sai do controle facilmente, que atrai mais consequências ruins do que positivas, seja qual for o seu objetivo e seja qual for a estrategia, seu plano pro futuro. isso está certo? depende da sua perspectiva ideológica.

Uma galera mais moderada ideologicamente acha que dá pra conseguir mudar o capitalismo de forma pacifica , sem melindrar pessoas cujo apoio é importante, num grande acordo nacional com o supremo com tudo, de forma a chegar num consenso, a classe alta, o trabalhador, os politicos, a extrema direita, de alguma forma levar o país pra a prosperidade dando um pouco pra um, outro pouco pra outro, muito pra alguns, e assim até um futuro onde a sociedade como um todo seja prospera e pacifica. Se sua ideia é só reformar a sociedade mais ou menos e não uma perspectiva revolucionaria , se você só quer ganhar um pouco de coisa pro seu grupo, mas não muita coisa , porque de forma geral você tá bem satisfeito com o que você tem, até sente pena de quem não é tão bem favorecido quanto você mas não o suficiente pra arriscar o seu pescoço ou, realmente, nada mesmo, então o pacifismo faz todo o sentido. você não quer escalar muito a situação, sua vida é boa, da sua família é boa, você tem um bom emprego, uma casa boa o suficiente , nem é muito de esquerda na verdade, você só gosta de uma ou outra figura de esquerda e gosta de como a simbologia comunista faz você se sentir radical. mas não o suficiente pra se dizer comunista ou querer o socialismo. então pra você defender pacifismo, as instituições e uma democracia liberal em moldes que os estados unidos aprovariam faz sentido, porque o modelo de sociedade que você quer tá quase aí, tá praticamente virando a esquina. basta mais algumas minorias aqui e ali, não muitas também pra não melindrar a classe alta, só o suficiente pra acalmar os integrantes dos grupos ativistas que você finge que gosta pra não ser cancelado mas na verdade abomina porque até eles são radicais demais pra o que você quer pra a sociedade. é o fim da historia afinal, o capitalismo venceu, fukuyama já disse. O problema com isso é que as partes envolvidas não são iguais, não tem o mesmo poder politico, econômico, não tem as mesmas ferramentas ideológicas. e num sistema onde recursos são limitados, e quem diz quais são os limites é o representante de uma classe, “farinha pouca meu pirão primeiro”. o trabalhador sempre vai perder, o capital sempre vai ganhar, os ricos e seus representantes vão garantir que isso não mude. e quem não gostar não pode fazer nada, porque o poder politico tá na mão deles. todo avanço que o povo consegue pode e vai ser tirado se a os capitalistas pressionarem pra isso, principalmente se o representante eleito não ligar muito de ceder as coisas. E aí você faz o que? senta e chora? também, mas as vezes a insatisfação popular se acumula e vira manifestações populares, que tem um poder de convencimento da classe governante porque já derrubaram governos antes. quem tá lá em cima tem medo de cair , então o povo pode aproveitar essas situações, entre outras possíveis, pra arrancar um pouco de dignidade das mãos gordurosas dos poderosos. “Mas zé, e violência, cadê a violência, você não ia falar de violência?” pois é, eu acho que a violência tem que ser um bisturi, tem que ser usada com cuidado e calculadamente. eu parto de um principio pensado por gente mais inteligente que eu que é : se rebelar é justo. toda a violência do oprimido é justificada, porque o opressor agride bem pior toda a população trabalhadora todos os dias. dito isso, não pode ser bagunça. tem que ter uma organização por trás, um planejamento. não pode dar uma arma na mão do cara, apontar pra a frente e falar “vai lá campeão”. as armas tem que estar sob o comando do partido, ou de orgãos do partido, pra agir calculadamente, e visando um objetivo. o partido deve controlar o exercito, a violência, e não o contrário. Pra mim nem toda ação violenta é válida , mas nem toda é inválida. depende da situação. as vezes é a unica opção que resta. mas tem que analisar caso a caso. Acho que uma das consequências da dominação americana por tanto tempo foi a naturalização de certas coisas, certos princípios do liberalismo americano que se alojaram no senso comum popular e são tidos como verdade absoluta. uma delas é que rico é gente. A democracia no modelo liberal não é a unica possível. na verdade nem democracia é, é ditadura da burguesia. democracia pro rico , ditadura pro pobre, direitos pro rico, violência pro pobre, quando devia ser o contrário, todos os direitos pro pobre, nenhum pro rico. quem devia apanhar da policia é o rico. quem devia ser perseguido é o rico, quem devia ter medo, e ter motivos pra ter medo , é o rico. e isso só se consegue com uma revolução, que inevitavelmente envolve violência, mas é principalmente contra o rico, então quem se importa? eles se importam quando a policia mata milhares todos os dias? não. então FODA SE. #PAS

Olá, meu nome é zé, e já tive um blog brevemente no fediverso, escrevi uns 3 posts mas depois desanimei, sei lá. nem sei mais qual era o endereço. Acho que vou voltar a escrever um pouco, sinto falta disso as vezes. Eu escrevi pra alguns blogs por uns anos, mas depois parei, desanimei um pouco. Percalços da vida. Pra quem não me conhece eu sou paranaense, escrevia sobre series, filmes jogos, politica, o que me interessasse no momento. Quando eu era mais novo eu tinha uma energia, uns surtos criativos, me vinha uma certa inspiração que eu produzia sem parar por horas, hoje não consigo mais, mas vou tentar escrever pelo menos um pouco, porque acaba sendo uma terapia pra mim, e eu sinto falta.